Em plena reta final da temporada, que será concluída no início de julho com a rodada dupla de Londres, a Fórmula E conhecerá um novo traçado neste fim de semana em Berlim. Sai a pista do aeroporto de Tempelhof, utilizada no ano passado, e entra o circuito montado nas imediações da Alexanderplatz, em plena região central da cidade. E se a expectativa de Bruno Senna for cumprida, a corrida deste sábado - 8ª etapa - poderá ser uma das melhores do calendário. "Pelo que deu para sentir do treino no simulador na semana passada, a pista é larga e tem curvas lentas. Ou seja, tem tudo para favorecer as ultrapassagens", avaliou o piloto da Mahindra Racing.

As expectativas iniciais, no entanto, deverão ser colocadas à prova somente a partir do shakedown de amanhã, previsto para as 12 horas (Brasília). "As ruas que serão usadas ainda estão abertas para o público nesta quinta-feira. Então, nem deu para fazer o habitual reconhecimento da pista, que ficou mesmo para amanhã", disse. O aeroporto de Tempelhof, que em seus dias de glórias em meados do século passado chegou a ser o terceiro mais movimentado da Europa, serve atualmente de abrigo para refugiados da crise humanitária que atinge com maior gravidade países do norte da África.

O local escolhido para a edição deste ano agradou a Bruno, que divide a 11ª colocação do campeonato de pilotos com o francês Jean-Eric Vergne (DS Virgin Racing), ambos com 24 pontos. "Esta é uma parte importante da cidade. Bastante diferente, por exemplo, da China, que utiliza as avenidas em torno do parque olímpico dos jogos de 2008 e fica afastada. Do pouco que foi possível ver, contudo, Bruno já tem elementos para as algumas observações. "A curva 2 me pareceu mais apertada do que no simulador. De qualquer forma, tem tudo para ser uma prova interessante. Será longa, com 48 voltas, e provavelmente com boas disputas."

Ficou também para sábado (21)  a verificação do estado do asfalto. "Precisamos saber se está bom, se é abrasivo, se tem ondulações. Mas só colocando o carro na pista para termos a ideia real", continuou Bruno. A rodada germânica não pode definir o campeão por antecipação, mas será mais um capítulo fundamental na batalha pelo título que o líder Lucas di Grassi (ABT) e o vice Sébastien Buemi vem travando desde a abertura do calendário. O brasileiro soma 125 pontos, contra 115 do suíço. Ambos se descolaram do inglês Sam Bird (DS Virgin Racing), que aparece em terceiro com 82.

Embora o shakedown não tenha contado com o serviço de cronometragem, o que impediu uma avaliação inicial do desempenho de cada equipe, Bruno gostou do desenho e das condições gerais da pista. "Por ser de rua, como praticamente todas da Fórmula, até que é bem lisa. Claro que tem bumps aqui e ali, mas de uma forma geral é boa, plana e sem elevações", elogiou.

Bruno sabe que a principal dificuldade que ele e o companheiro Nick Heidfeld vem enfrentando é no ritmo de classificação. Por isso, a prioridade da Mahindra em Berlin será colocar os carros mais à frente do grid. "Temos algumas ideias do que fazer e viemos também com novas rodas, mais leves, que devem nos ajudar um pouco nesse sentido. Estou otimista para este final de semana."

O circuito amplo, na opinião de Bruno, pode induzir os pilotos a uma armadilha. "Como ele induz à velocidade, pode cobrar um preço alto. É preciso saber dosar para não comprometer a estratégia e o consumo de energia, principalmente na corrida. Sabemos que ela será longa, 48 voltas, o que em termos de Fórmula E é bastante coisa. Será um desafio fazer cerca de 25 voltas numa pista que demanda muita energia", concluiu.

A largada está marcada para as 11 horas (Brasília), com transmissão pela Fox Sports.

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Sobre o autor
Fernando Rhenius
Blogueiro nas horas vagas, piloto virtual de final de semana além de ser coordenador de automobilismo do Vavel Brasil!