A organização da 18ª edição da Seletiva de Kart Petrobras encerrou nos últimos dia, a ação mais esperada pelos pilotos que conquistaram a premiação. O campeão da Seletiva de Kart Petrobras 2016 Marcel Coletta, o vice Lucas Okada e o terceiro colocado Gabriel Sereia testaram em simulador de F-1 e tiveram dois dias de testes com um Fórmula 4 na Itália.

O teste no simulador aconteceu em Modena, na empresa do engenheiro russo Anton Stipinovich, que já desenvolveu simuladores para várias escuderias da Europa, incluindo uma das equipes da Fórmula 1. Os pilotos escolheram a lendária pista de Spa-Francorchamps, na Bélgica, para o teste e simularam com realismo todas as reações de um GP2 no circuito.

Foram seis sessões de testes para cada piloto e a cada "saída pra pista" os tempos melhoravam, principalmente após análise de telemetria e mapa do circuito.

E nesta segunda e terça-feira (12 e 13), os pilotos aceleraram um Fórmula 4 da equipe DieGi Motorsport no circuito Tazio Nuvolari, em Pavia. Foram dois dias de muito frio, com temperaturas próximas de zero grau Celsius, mas de emoção na pista de 2,805 km.

Campeão da edição deste ano, Coletta descreveu seus dias na Europa como incríveis. "No simulador, o que mais chamou minha atenção foi o freio, por ser muito duro. Mas fui me acostumando e melhorando meus tempos. Com certeza, será algo que vou levar para o resto da minha carreira", destacou o paulista de 15 anos.

"Nos testes de Fórmula 4, começamos com muito frio e névoa e foi difícil pelas condições climáticas. No primeiro dia, teve um momento que as minhas mãos quase congelaram. Mas, com a pista melhorando, fui pegando mais confiança e virando mais rápido. Foram dois dias muito bons", concluiu Coletta.

O brasiliense Okada, de 16 anos, não escondeu a grande emoção ao guiar um fórmula pela primeira vez. "Foi inesquecível o que a Seletiva nos proporcionou . Estou muito feliz e espero ter outras oportunidades. Demorei um pouco para progredir com o F-4, mas no final consegui ir rápido e tive a certeza de que é isso mesmo o que eu quero pro resto da minha carreira. Foi muito bom e a equipe foi sensacional", destacou o vice-campeão, que também gostou muito da experiência no simulador.

"Testamos um dos melhores simuladores do mundo. Foi muito bom para mim que nunca andei em um carro de fórmula. Deu para sentir algumas reações, como o freio, principalmente. No simulador podemos ir um pouco além para achar o limite", ressaltou.

Fechando os premiados de 2016, Sereia, que já correu de kart na Europa, destacou logo nos testes com o simulador a diferença entre fórmula e kart. "No começo foi difícil porque nunca tinha guiado um fórmula. Mas foi muito legal, porque a cada ‘entrada na pista’ eu melhorava meu tempo, aprendia sobre aerodinâmica e freio, que é totalmente diferente do kart. O freio é curto e duro. Tem que saber principalmente frear, não só acelerar, para virar um bom tempo", explicou o piloto de 17 anos. 

E a realidade só comprovou o que o simulador tinha mostrado, quando o piloto guiou pela DieGi Motorsport. "É completamente diferente do kart. Você tem que chegar muito forte na curva para a aerodinâmica funcionar bem, o carro não ‘escapar’. Diferente do kart que temos que contornar um pouco mais lento. Fizemos alguns testes de acertos e fiquei feliz com a experiência", disse Sereia.

"Sempre gostei de andar no molhado, então foi incrível, mesmo com o tempo ruim, porque nunca tinha andado num formula. Foi bem difícil no começo, mas fizemos um excelente trabalho junto com a equipe, analisamos telemetria, vimos vídeos, aprendemos muito", completou o paulista.

Além dos pilotos, Binho Carcasci, organizador e idealizador da Seletiva de Kart Petrobras, também estava realizado com o encerramento das ações desta edição histórica de 18 anos. Ele ressaltou a importância do simulador hoje na vida dos pilotos. "Mostrar para eles como funciona um simulador profissional é muito importante. Hoje em dia, por limitação de testes, vários pilotos e equipes, até mesmo da Fórmula 1, passam horas treinando em simuladores. E estivemos em um dos melhores equipamentos do mundo".

E a emoção também tomou conta durante os testes da F-4. "Ver um garoto entrando em um carro de corrida pela primeira vez na vida, sabendo que este é o sonho dele desde quando começou no kart é muito gratificante", declarou.

"Olhando também pelo lado técnico, é bacana vê-los entrando nos carros e depois de 30, 40 voltas o quanto conseguiram evoluir; o quanto de informação ganharam, adquiriram dos engenheiros, do equipamento que não conheciam. Isso tudo é demonstração de talento", continuou Carcasci.

"Estou muito feliz, porque cumprimos mais uma vez o que tínhamos em mente. Primeiro fazer o evento no Brasil e dar a chance para os kartistas concorrem ao prêmio e depois trazer os três premiados para viverem essas experiências todas. Particularmente eu sei que era o sonho deles andar de fórmula aqui na Europa e eu vi no sorriso de cada um deles que eles estavam realmente satisfeitos. Pena o clima não ter ajudado muito, mas faz parte. Eventualmente, eles vão até correr em condições assim. Estou realizado e espero que eles também", finalizou.