Considerado por muitos, como o maior piloto em atividade na Fórmula 1, Fernando Alonso luta para conquistar seu terceiro título na categoria. O espanhol, almeja tal conquista, antes de sua aposentadoria. Não existe uma data específica para isso, pelo menos não de forma pública.

Há 10 anos, o Alonso chegava a McLaren. Com a aposentadoria de Michael Schumacher, as chances de uma “era Alonso” eram eminentes. Tendo como rival Kimi Raikkonen, que assumia o lugar do alemão na Ferrari, tudo indicava que a luta seria intensa, mas favorável para o recém contratado da McLaren.

Não foi o que aconteceu. Um estreante chamado Lewis Hamilton, monopolizou ao lado de Alonso a briga do ano. O título ficou com Raikkonen, mas pelos erros da McLaren, do que pelos resultados da Ferrari.

Desde então, nomes como Hamilton, Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo, Max Verstappen, Nico Rosberg, despontaram como novos astros da categoria. Se por um lado o espanhol tem um extraordinário talento, o azar, parece caminhar ao seu lado. Alonso, poderia ter ganho até três títulos mundiais desde então. Sempre perdeu os campeonatos que se seguiram por poucos pontos.

"Em 2007 foi um, e depois com Vettel foram três [em 2012] e quatro [em 2010]", disse com um sorriso de desapontamento no rosto, durante entrevista ao site motorsport.com. "Eu conheço esses números porque às vezes eu preciso responder esta mesma pergunta.” Alonso poderia conquistar mais um título com a McLaren? Ou suas chances estariam em outra equipe.

Todos os caminhos levam a Mercedes?

Alonso teve bons e maus anos na Ferrari. O título não veio. (Foto: Divulgação)
Alonso teve bons e maus anos na Ferrari. O título não veio. (Foto: Divulgação)

Se o título não vier em 2017, uma grande oportunidade pode aparecer na Mercedes. O contrato de Valtteri Bottas, se encerra no final deste ano. A vaga mais cobiçada do circo, poderia ser de Alonso.

Muitos apontam que a vaga já tem dono, Sebastien Vettel. Não é segredo que um dos carros da equipe de Stuttgart, deve ser ocupado por um piloto alemão. Como o contrato de Hamilton vai além de 2018, as chances de Alonso, são pequenas, mas não impossíveis.

Caso fique na McLaren, a equipe inglesa, terá um carro vencedor? "Eu não sei, vamos ver ... Obviamente eu gostaria de ganhar o campeonato, mas eu não posso começar todos os anos da minha carreira com o meu único objetivo e único alvo para vencer o campeonato, porque às vezes você termina em segundo lugar, às vezes você termina em quinto, às vezes você terminar oitavo, e há a sensação da frustração, da dor?"

"E não há absolutamente nenhuma dor. Eu tenho o melhor emprego do mundo, estou pilotando, em um nível superior, desde o início da minha carreira.”

"Então eu vou começar o ano com muitas esperanças, para que este projeto finalmente se torne competitivo, e esperamos lutar por algumas vitórias. Mas vamos ver. Cada piloto sonha ser campeão. Eu não sou diferente.”

"Eu tive a sorte de lutar por muitos, muitos campeonatos e ter grandes resultados, mas não tenho sonhos diferentes ou objetivos diferentes de qualquer um no paddock".

A Honda conseguiu bons resultados em 2016, a durabilidade da turbina, parece ter sido resolvida. Outro fator que pode ser considerado, é a saída de Ron Dennis, do comando da equipe. Mesmo com dois anos complicados no time inglês, Alonso segue confiante.

"Eu entrei na McLaren não por causa de Ron, entrei na McLaren porque o projeto era muito atraente em 2015. Esta parceria McLaren-Honda foi uma das parcerias que assistia na televisão."

"Meu primeiro kart foi uma réplica de um McLaren, que meu pai fez para mim, então havia muitas coisas desta parceria McLaren-Honda que me deixou empolgado.”

"Acho que foi o momento de me juntar a este projeto, totalmente motivado. Eu sabia que era uma jogada arriscada em termos de resultados, porque o projeto era muito novo, como vimos em 2014. Infelizmente estamos melhorando, mas muito longe do ideal, para lutar pelo campeonato, mas acho que estou no lugar certo para fazer isso."

Progressos em doses homeopáticas

Um recomeço nada fácil na McLaren. (Foto: Divulgação)
Um recomeço nada fácil na McLaren. (Foto: Divulgação)

Não foi só a McLaren que passou sérias dificuldades, no início da parceria com a Honda. A Ferrari, também foi pega de surpresa com o bom pacote desenvolvido pela Mercedes. Mesmo com a equipe alemã, em um estágio de desenvolvimento e força, superior à dos rivais, Alonso acredita que à diferença será menos este ano.

"No momento, a Mercedes está fazendo um trabalho incrível, com esses novos motores turbo eles estavam à frente de todos os outros, eles começaram anos atrás, e a vantagem que eles tinham em 2014 quando os motores turbo chegaram foi de um segundo. Em 2015 era metade. Agora são três décimos.”

"Eles estão perdendo essa vantagem, mas estão vivendo algo fantástico. É um momento de esperança para 2017 com a mudança de regulamentos, todo mundo está começando um pouco do zero.”

"Às vezes você ganha, às vezes você perde, mas a Ferrari será sempre um forte concorrente, como eu acho que McLaren-Honda sempre será um forte concorrente. Você pode esperar alguns progressos de outras equipes.”

"Force India está fazendo um trabalho muito bom, ano sim, ano não. Mas Ferrari, McLaren-Honda, Mercedes e Red Bull , eles sempre serão competitivos."

Se Alonso tivesse ficado na Ferrari, teria conquistado mais títulos? Ele esteve perto em duas oportunidades, acabou perdendo para a Red Bull e Sebastien Vettel.

"Nós lutamos até a última corrida ... acho que também [em 2016] eles foram mais rápidos do que os resultados possam dizer, em algumas corridas eles estavam perto de Mercedes, mas algo sempre acontece: ou problema mecânico, ou um furo, eles ' foram infelizes às vezes.”

"Em 2012, foi o oposto, nós não éramos muito rápidos, mas tudo estava vindo ao nosso encontro. Eles explodiram o motor, eles tiveram uma penalidade, eles tiveram problemas de parada de boxes, nós estávamos vencendo corridas que não deveríamos ganhar naquele ano.”

"Eu só vivi um ano com Kimi, então eu não tenho uma comparação direta com os pilotos que estão correndo no momento. Eu não acho que ninguém pode bater a Mercedes, porque eles têm uma grande vantagem.”

"Eu tive cinco anos fantásticos como eu disse, com dois anos, com algumas frustrações. Então naquela época eu senti que era o momento certo para participar de um novo projeto e uma motivação renovada.”

Alonso, não se arrepende de não estar no carro certo, na hora certa. Ele entende que o esporte tem caminhos pouco ortodoxos as vezes.

"Esta também é a coisa boa sobre a F1, que há este componente sobre o carro, sobre o pacote, sobre como torná-lo não previsível em cada corrida, qualquer coisa pode acontecer.”

"Eu corri em várias categorias diferentes antes da F1, onde todos os carros eram os mesmos, e eu tenho venci cada categoria pela qual competi.Também entendo, que tenho muita sorte de ganhar alguns campeonatos.”

"Tudo é sobre competir na minha vida, mesmo quando eu vou para o meu circuito correr de um kart. É a minha vida."

Le Mans, um sonho possível
 

Em 2013, Alonso deu a bandeirada inicial nas 24 horas de Le Mans. Voltou ao circuito em 2014. (Foto: Divulgação)
Em 2013, Alonso deu a bandeirada inicial nas 24 horas de Le Mans. Voltou ao circuito em 2014. (Foto: Divulgação)

Alonso sabe que mais cedo ou mais tarde, terá que deixar a F1. Isso não quer dizer que vai abandonar o esporte. Existe uma rica vida, muitas vezes mais emocionante fora dos muros da categoria.

Competir em Le Mans, é um dos objetivos. O espanhol, já esteve nos boxes da Porsche, além de dar a bandeirada em uma das últimas edições da grande clássica. Ele reconhece que ainda não é a hora.

"Toda vez que eu digo algo, existe uma grande repercussão. Talvez os pilotos que chegaram há dois ou três anos, não conhecem nada além da F1. Mas eu, que estou aqui há 16 anos, já dirigi muitos carros interessantes. Eu dirigi a máxima tecnologia de um F1.”

"Automaticamente eles pensam que eu não estou aproveitando, ou vou mudar de categoria. Isso irá acontecer um dia, mas quem sabe quando esse dia vai chegar. Eu acho que este ano as coisas vão melhorar, vai ser mais espetacular, um carro mais rápido. É o que deveria ser ".

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Sobre o autor
Fernando Rhenius
Blogueiro nas horas vagas, piloto virtual de final de semana além de ser coordenador de automobilismo do Vavel Brasil!