Ausente da abertura do calendário em Goiânia, o paulista Felipe Giaffone estreará neste final de semana na Copa Truck em Campo Grande consciente de que poderá ter de desempenhar um papel inesperado na decisão da Copa Centro-Oeste, a primeira das três competições regionais que a nova categoria está promovendo em 2017. A rodada dupla de domingo definirá os campeões de pilotos e de montadoras. Um dos cinco representantes da Volkswagen, Giaffone admite que considera a possibilidade de ajudar a companheira Débora Rodrigues, que ocupa a terceira colocação com 38 pontos, apenas três atrás do líder Roberval Andrade, da Iveco. "Vou ter de analisar direitinho, porque levamos os pontos para a contagem final do ano e tenho de pensar também em mim. E há também o torneio de marcas, que não é menos importante. A Volkswagen está em segundo com boas chances de ser campeã", lembrou.

Giaffone ocupará o cockpit do truck pilotado por Vinicius Palma em Goiânia, onde a Iveco ditou o ritmo e conquistou quase tudo - pole e vitória de Roberval Andrade na corrida 1, com direito a dobradinha completada por Danilo Dirani, e domínio de Beto Monteiro na segunda, resultados que alçaram a marca à ponta da classificação das montadoras. "Eu acreditava que estaríamos mais fortes, mas nosso rendimento ficou um pouco abaixo do esperado", admitiu o ex-piloto da Fórmula Indy, que integra a RM Motorsport, uma das equipes mais estruturadas da Copa Truck. Seus companheiros, além de Débora, são Renato Martins, David Muffato e Adalberto Jardim.

Com a incorporação dos Mercedes-Benz da AM Motorsport, guiados por Wellington Cirino e André Marques, Campo Grande terá um saudável grid de 20 trucks. Giaffone não correu em Goiânia por causa do choque de datas com as 500 Milhas da Fórmula Indy, categoria da qual é comentarista da TV Bandeirantes. Mas esteve no autódromo até a véspera e ficou animado com o que testemunhou. "Na verdade, eu estava menos preocupado com as corridas e, como todos os demais, mais ansioso pelo mais nascimento da Copa Truck. Já deu para sentir uma cara legal, nos camarotes, nas áreas VIPs e na proximidade com o público", afirmou.

Giaffone disse ainda que ficou impressionado com o clima de camaradagem entre as equipes. "Todas estavam procurando se ajudar, porque sabem que a união é ainda mais fundamental nesta fase inicial. A competição ficou para pista, que é mesmo onde deve ser. Depois que a viseira do capacete desce, o pau come", brincou. "E até mesmo entre os parceiros de equipe", observou. "Mas isso é normal e faz parte do automobilismo". De fato, depois da segunda prova em Goiânia, Débora protestou Muffato por suposta conduta antidesportiva na luta que terceiro lugar que travavam e que, praticamente na última curva, acabou nas mãos do paranaense. Os comissários desportivos, no entanto, mantiveram os resultados da bandeirada quadriculada.

O formato de grid invertido dos seis primeiros colocados na segunda bateria foi outro ponto elogiado por Giaffone. "Ele possibilita uma maior alternância de ganhadores, o que é importante numa competição multimarcas. Como a engenharia das fábricas tem liberdade para trabalhar no desenvolvimento dos trucks, o que não acontece em grande parte das outras séries, o promotor vai ter de quebrar a cabeça para manter o equilíbrio técnico", finalizou.

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Sobre o autor
Fernando Rhenius
Blogueiro nas horas vagas, piloto virtual de final de semana além de ser coordenador de automobilismo do Vavel Brasil!