A sexta-feira (15) foi um dia movimentado para a McLaren. A escuderia inglesa confirmou todos os boatos e anunciou mudanças profundas já para a próxima temporada: após três anos, encerrará o acordo de motores com a Honda ao fim de 2017 e passará a receber os motores Renault a partir do ano que vem.

O fim do acordo com a Honda foi definido por um acordo mútuo entre as partes. Foram três temporadas desde a volta dos japoneses à equipe, tentando reviver a grande parceria que gerou quatro títulos de pilotos e construtores entre 1988 e 1992. Porém, os problemas foram constantes e as quebras tornaram-se recorrentes, gerando grande insatisfação entre a alta cúpula da equipe, mecânicos e pilotos (Fernando Alonso chegou a afirmar que deixaria a McLaren caso não vencesse nenhuma corrida até o mês de setembro) e sem conquistar nenhum simples pódio na pista.

A Honda é uma grande companhia que, assim como a McLaren, está na Fórmula 1 para ganhar. Apesar da nossa parceria não produzir o esperado sucesso, isso não diminui a grande história que nossas duas companhias tiveram juntas. Agora, é melhor para os interesses de ambos seguir nossas ambições de corridas separadamente”, disse o presidente do Grupo McLaren, o Sheik Mohammed bin Essa Al Khalifa.

O presidente e diretor representativo da Honda, Takahiro Hachigo, também comentou a saída da marca: “Infelizmente estamos encerrando a parceria com a McLaren antes de atingirmos nossos objetivos, mas tomamos a decisão acreditando que essa é a melhor ação para o futuro de ambos. Em nome da Honda, queria expressar minha sincera gratidão aos fãs que apoiaram bastante a equipe e os pilotos, membros da equipe e todos os envolvidos que compartilharam conosco alegrias e desapontamentos desde que voltamos à F1 em 2015. A Honda irá continuar a lutar com a McLaren até o fim de 2017, e continuar suas atividades na F1 de 2018 em diante”.

Fernando Alonso chegou a fazer ameaças de seu futuro para a McLaren (Foto: Clive Mason/Getty Images)
Fernando Alonso chegou a fazer ameaças de seu futuro para a McLaren (Foto: Clive Mason/Getty Images)

E os ingleses não perderam tempo para logo anunciar a nova fornecedora de unidades de potência: a Renault. Apesar da grande tradição das duas na categoria (814 GPs da McLaren e 591 da Renault como fornecedora), será a primeira vez em que ambas farão uma parceria, que irá durar três temporadas (2018 a 2020).

Como fornecedora, a Renault venceu 133 corridas, nove títulos de pilotos e dez de construtores, sendo uma das marcas mais vitoriosas da história da F1. E foi esse histórico, aliado ao recente desenvolvimento dos motores franceses em sua equipe própria, que fez a McLaren optar pelos seus motores.

O anúncio de hoje nos dá estabilidade para seguir em frente com nossos chassi e programa técnico para 2018 sem hesitação. Como organização, a McLaren sempre trabalhou muito duro para formar grandes parcerias com apoiadores técnicos. Estamos convencidos de que podemos trazer valor para a Renault trabalhando juntos para evoluir sua unidade de potência atual em uma vencedora de corridas regular”, disse Zak Brown, diretor-executivo do Grupo McLaren.

O presidente da Renault Sport Racing, Jérôme Stroll, também comentou com entusiasmo a notícia. “Esta é uma decisão estratégica para a Renault. É a primeira vez que trabalharemos com a McLaren e estamos orgulhosos por atingir um acordo com uma organização que tem uma história tão rica na F1. Essa aliança não é só técnica e esportiva, mas também com benefícios de marketing e comunicação. Sabemos que a McLaren irá se esforçar na pista e isso irá beneficiar a todos”, afirmou.

O diretor-geral da Renault, Cyril Abiteboul, já estabeleceu uma meta para a parceria entre ingleses e franceses. “Esse acordo alinha perfeitamente com nossa estratégia e nosso objetivo de estar em uma posição vencedora como equipe em 2020. Estamos ansiosos para ver a marca Renault na McLaren no próximo ano e correr com nossos novos parceiros. Esse é um novo excitante começo com uma equipe vencedora de campeonatos que está faminta para retornar à glória”.

Com isso, aumentam as chances da permanência de Fernando Alonso na McLaren. O espanhol estava insatisfeito com a Honda e seu futuro ainda era bastante certo, incluindo uma possível ida em definitivo para a Fórmula Indy, mas a escolha dos motores Renault (marca com a qual ele venceu seus dois títulos mundiais na sua equipe própria em 2005 e 2006) deve ser crucial para a sua manutenção na escuderia ao lado do já confirmado belga Stoffel Vandoorne.

A Renault voltou a ter uma equipe própria na F1 em 2016 (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
A Renault voltou a ter uma equipe própria na F1 em 2016 (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
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Sobre o autor
Eduardo Costa
Fã de quase todos os esportes, e sofrendo com todos os seus times neles. Dissertando um pouco sobre Fórmula 1, futebol inglês e futebol alemão.