A última etapa do Mundial de Endurance que foi realizada na tarde deste sábado, 18, no Bahrein foi “histórica” como a maioria dos especialistas sobre o assunto no Brasil, gostam de potencializar seus textos e argumentos, muitas vezes sem tanta relevância assim. Maior que a convincente vitória da Toyota, foi ver o Porsche 919 Hybrid dando suas últimas voltas. Ele ainda não se aposentou. Neste domingo,19, o modelo vai rivalizar com a Toyota pela última vez. Não terá o mesmo brilho, mas não deixa de ser uma despedida sem a pressão de uma prova de seis horas.

Classificação final.

Com uma nova concepção nos próximos dois anos, o Mundial de Endurance tenta se reinventar sem sua principal equipe na classe LMP1. Muito se falou sobre o fim da série, a falta de emoção. A Toyota correndo praticamente sozinha, os desafios para as demais equipes, será a luta pelo segundo lugar. De acordo com a ACO no próximo campeonato que se estende até 2019, a paridade entre privados e oficiais será menor. Alguns até desejam que a Toyota desista e a classe fique somente com os privados, algo mais purista. A expectativa é de quase 10 carros na P1, número considerável frente aos quatro que competiram durante todo o ano. Privados ou não, o WEC não vai acabar.

Toyota não deu chances para a Porsche. (Foto: FIAWEC)
Toyota não deu chances para a Porsche. (Foto: FIAWEC)

A última etapa do Mundial de Endurance que foi realizada na tarde deste sábado, 18, no Bahrein foi “histórica” como a maioria dos especialistas sobre o assunto no Brasil, gostam de potencializar seus textos e argumentos, muitas vezes sem tanta relevância assim. Maior que a convincente vitória da Toyota, foi ver o Porsche 919 Hybrid dando suas últimas voltas. Ele ainda não se aposentou. Neste domingo,19, o modelo vai rivalizar com a Toyota pela última vez. Não terá o mesmo brilho, mas não deixa de ser uma despedida sem a pressão de uma prova de seis horas.

Classificação final.

Com uma nova concepção nos próximos dois anos, o Mundial de Endurance tenta se reinventar sem sua principal equipe na classe LMP1. Muito se falou sobre o fim da série, a falta de emoção. A Toyota correndo praticamente sozinha, os desafios para as demais equipes, será a luta pelo segundo lugar. De acordo com a ACO no próximo campeonato que se estende até 2019, a paridade entre privados e oficiais será menor. Alguns até desejam que a Toyota desista e a classe fique somente com os privados, algo mais purista. A expectativa é de quase 10 carros na P1, número considerável frente aos quatro que competiram durante todo o ano. Privados ou não, o WEC não vai acabar.

Ainda em 2017, a vitória da Toyota foi inquestionável. Sebastien Buemi foi o responsável por levar o TS050 #8 até a linha de chegada. Na segunda posição o Porsche #2. Coube a Timo Bernhard, levar o icônico carro até os boxes. A vitória poderia ter sido do time alemão. Com 15 minutos de prova, Bernhard acabou derrubando um dos postes que delimita a pista, tendo que fazer reparos nos boxes.Largando na Pole o Porsche #1 perdeu a liderança para o #8 ainda na primeira hora, após toque entre Nick Tandy e o Porsche #86 da equipe Gulf que compete na classe GTE-AM. Com os dois protótipos em desvantagem, a estratégia da Porsche foi fazer stints mais longos com os pneus. André Lotterer conseguiu terminar a prova em terceiro com o #1, 46 segundos atrás do Porsche #2.

Mesmo em condições normais, a prova foi totalmente dominada pela Toyota. Buemi dividiu o #8 com Anthony Davidson e Kazuki Nakajima. O trio faturou a quinta vitória na temporada. Mesmo com o maior número de vitórias, o título de construtores ficou com a Porsche, por conta do resultado em Le Mans. O Toyota #7 terminou na quarta colocação, três voltas atrás do líder, após um toque de Kamui Kobayshi com o Porsche #92 de Michael Christensen. Nesta altura o #92 era líder da classe GTE-PRO.

Fritz Enzinger vice-presidente do programa LMP1 da Porsche: “Hoje uma época de muito sucesso chega ao fim e este é o momento certo para dizer obrigado. Acima de tudo eu quero agradecer ao conselho da Porsche que teve a fé para me dar ao projeto, apoiado me muito me dando a sensação de que eu era a escolha certa. Pessoalmente, eu só foi convencido sobre isso quando tomamos a nossa primeira vitória em São Paulo em 2014. Obrigado a todos os nossos pilotos que tomaram todas as chances e entregaram o mais alto desempenho. Foram 17 vitórias em 34 corridas. Graças a todos na equipe pelo seu trabalho incansável e euforia pelo projeto. Não havia nada que eu gostava mais do que ver o instinto de vencer em seus olhos em dias de corrida! Hoje também é o momento certo para pagar a minha gratidão ao nosso chefe da equipe, Andreas Seidl: Nos últimos dois anos, Andreas fez um duplo papel como chefe de equipe e Diretor Técnico de uma forma superior com o primeiro 919 que foi desenvolvido sob a sua orientação. E finalmente: É ótimo que uma empresa como a Porsche exista. Se eu tivesse que resumir os seis anos que estou com a Porsche em uma frase seria: eu estava autorizado a viver o meu sonho. Obrigado para o projeto e obrigado e pela liberdade”.

Após o término da corrida o presidente da Toyota Akio Toyoda, divulgou uma longa nota sobre a temporada 2017 e a despedida da Porsche no WEC:

“Eu gostaria de expressar minha profunda gratidão a todos aqueles que apoiaram TOYOTA GAZOO Racing no Campeonato Mundial de Endurance nesta temporada. Indo para Le Mans para estar juntos com a nossa equipe na nossa luta lá em junho deste ano resultou em uma experiência pessoal e realmente frustrante. E estou ciente de que nosso desempenho na corrida que trouxe frustração para os nossos fãs, também. Outras corridas vieram, e em meio a tudo isso, nós aprendemos e sentimos com a retirada planejada do Porsche do WEC. Depois do ano passado em Le Mans, Porsche nos reconheceu como um rival. Ao debaterem-se com tais rivais como Porsche, eu acho que nós fomos capazes de aumentar a nossa capacidade técnica, tornando-nos mais rápidos e mais fortes. Como nós fomos contra Porsche, todos os nossos membros da equipe, incluindo eu, tive o mesmo pensamento em nossos corações: “nós odiamos perder”. Mas, na raiz do que, eram sentimentos que nutria de respeito e gratidão para com o nosso rival. O que eu pensei de novo seguindo as nossas últimas três corridas contra a Porsche, começando com a rodada Fuji, era o que eu queria competir em uma corrida que faria Porsche rivalizar TOYOTA novamente. Essa é uma das razões pelas quais nos aproximamos Fuji, Xangai e, em seguida, Bahrain determinados a vencer, e, desta vez, fomos capazes de fazer exatamente isso. Foi na corrida anterior, em Xangai que a Porsche seria campeão deste ano. Para Porsche, por favor, deixo, as minhas felicitações. Embora nós experimentamos a nossa quota de pesar este ano, se esta última corrida deixa a sensação de que a Porsche gostaria de competir com a TOYOTA mais uma vez, nossa equipe seria capaz de terminar a temporada com um pouco de orgulho. Para todos aqueles a Porsche, por todos os meios, um dia, em alguma estrada, por favor deixe-nos competir com vocês novamente. Para esse dia, a Toyota GAZOO Racing irá continuar a sua tomada de carros cada vez melhores. Para os pilotos, engenheiros, mecânicos, parceiros da Toyota GAZOO Racing e todos os envolvidos no WEC, vamos continuar a fazer o nosso melhor juntos! A todos os fãs que apoiaram a TOYOTA nesta temporada, eu mais uma vez expressar a minha gratidão. Para o futuro dos automóveis, e para os sorrisos nos rostos dos nossos clientes, vamos continuar a repetidamente enfrentar desafios e tentar o nosso melhor. Estamos ansiosos em continuar recebendo seu apoio. ”

Vitória de Bruno Senna e título na LMP2

Senna e Piquet novamente no pódio. (Foto: Divulgação)
Senna e Piquet novamente no pódio. (Foto: Divulgação)

Bruno Senna, Julien Canal e Nicolas Prost venceram na classe LMP2 e conquistaram o título de pilotos. A Rebellion Racing que trocou a finada classe LMP1 privada em 2017, arriscaram e terminaram com o título. A diferença de 40 segundos para o Oreca da Jackie Chang DC Racing #38, adversários diretos pelo título. A diferença entre eles e o Rebellion #31 era de apenas 4 pontos.

O britânico Oliver Jarvis e o francês Thomas Laurent com o #38, dependiam somente das próprias forças para chegar ao título. No entanto, apenas a vitória os levaria a descontar a desvantagem de quatro pontos em relação ao time de Senna. E eles em vários momentos estiveram à frente, ameaçando o sonho do brasileiro e seus parceiros, que largaram em segundo – logo atrás dos rivais e dos poles André Negrão, Nicolas Lapierre e Gustavo Menezes.

Para aumentar ainda mais a carga emocional, uma pane na direção quase derrubou Senna. “Foi muito louco. Perdi o power steering e o carro ficou extremamente pesado de dirigir. Precisei resetar o volante para ver se ele voltava a funcionar direito e deu certo. Foi muito tenso, mas felizmente incrível. Estou sem palavras. Foram quatro vitórias nas últimas cinco corridas. Mal dá para acreditar”, comemorou Bruno, recebido no pit lane por Canal e Prost depois de cruzar a linha de chegada 10 segundos antes de Jarvis. Prost, ausente da corrida em Nurburgring por conflito de datas com a rodada da Fórmula E nos Estados Unidos, não pôde festejar o título, mas seu trabalho foi exaltado por Bruno. “Ele perdeu uma prova, mas de resto fez tudo o que pôde para nos ajudar”, agradeceu.

Bruno é o segundo brasileiro a vencer no Mundial de Endurance – o primeiro foi Raul Boesel, pela Jaguar, em 1987. E o final de semana no circuito de Sakhir foi particularmente iluminado para os nomes mais ilustres da história do automobilismo brasileiro. Na véspera, Pietro Fiittipaldi – neto de Emerson Fittipaldi – assegurou a conquista da World Series, enquanto hoje Nelsinho Piquet subiu ao pódio da LMP2 com o 3º lugar ao lado de Mathias Beche e David Heinemeier Hansson.

Foi a recompensa por um campeonato marcado pela incrível recuperação da tripulação do Oreca 07-Gibson da Rebellion Racing. Os três chegaram a ficar 46 pontos atrás do carro 38 da equipe de propriedade do astro chinês de filmes de ação Jackie Chan, que abriu grande frente na classificação por conta da vitória e da pontuação dobrada nas 24 Horas de Le Mans. A reação veio a partir da segunda metade do ano, quando Bruno, Canal e Prost ganharam no México, no Japão e na China antes de fecharem o calendário com chave de ouro no Bahrein.

Nelsinho Piquet que também compete pela Rebellion Racing, ao lado de David Heinemeier-Hansson e Mathias Beche terminou na terceira posição. Depois de um treino de classificação difícil, a tripulação do carro #13, formada também pelo dinamarquês David Heinemeier-Hansson e o suíço Mathias Beche, conseguiu boa recuperação e chegou a ocupar o segundo lugar. No entanto, devido a problemas de pneus, o trio acabou caindo para terceiro.

“Gostaríamos de ter terminado a temporada com a vitória, é claro, mas tivemos uma boa estratégia e conquistamos mais um pódio. No fim da prova tivemos dificuldades com os pneus e nas últimas duas horas o carro ficou difícil de pilotar. Fizemos o possível para terminar na terceira posição”. Comentou.

Agora, Nelsinho volta novamente suas atenções para a quarta temporada da FIA Fórmula E. Primeiro campeão mundial da categoria de carros elétricos, Piquet Jr. fará sua estreia pela equipe Jaguar na rodada dupla de Hong Kong, dias 2 e 3 de dezembro. André Negrão terminou na quarta posição com o Alpine #36.

Vitória e título para a Ferrari na classe GTE-PRO

Ferrari termina temporada com título e dobradinha na classe GTE-AM. (Foto: FIAWEC)
Ferrari termina temporada com título e dobradinha na classe GTE-AM. (Foto: FIAWEC)

James Calado e Alessandro Pier Guidi chegaram em segundo na classe GTE-PRO e de quebra, levaram para casa o título de pilotos para a Ferrari. Com dois pontos de vantagem antes da etapa do Bahrein, a dupla teve uma boa luta com Porsche e Ford durante toda a prova.

No início da prova a liderança ficou com a Ferrari #71 de Sam Bird e Davide Rigon. Harry Tincknell e Andy Priaulx com o Ford #67 foram os maiores adversários. Na terceira hora, Pier Guidi levou a Ferrari #51 ao terceiro lugar antes da direção de prova aplicar uma bandeira amarela em todo o circuito.

A sorte mudou após o toque da Toyota com o Porsche #92 que liderava a classe. Após ver Priaulx escapar em uma das curvas, Pier Guidi conseguiu se manter na liderança, entregando o carro para James Calado completar a corrida na segunda posição. A vitória ficou com Sam Bird e Davide Rigon.

Aston Martin vence na GTE-AM

Aston Martin se despede do Vantage GTE com título e vitória na classe GTE-AM. (Foto: Divulgação)
Aston Martin se despede do Vantage GTE com título e vitória na classe GTE-AM. (Foto: Divulgação)

Paul Dalla Lana, Pedro Lamy e Mathias Lauda conquistaram um título de pilotos na classe GTE-AM. A vitória foi com quase uma volta de vantagem para a Ferrari 61 da Clearwater Racing. Na largada Lauda caiu para a quarta posição. Com uma pilotagem agressiva, conseguiu recuperar as posições, entregando para Dalla Lana, que já liderava na terceira hora.

A prova marcou a última participação do Aston Martin Vantage GTE. Carro iniciou sua trajetória em 2012, na primeira temporada do Mundial de Endurance. Venceu duas vezes as 24 horas de Le Mans e dois pódios nos últimos cinco anos. No total foram 36 vitórias nas duas classes. Na terceira posição a Ferrari #54 da Spirit of Race.