Nesta sexta-feira (23), uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1 lançou seu carro para a temporada de 2018. Em evento online, a McLaren foi a oitava escuderia a divulgar seu bólido para o próximo campeonato. O destaque foi a cor do veículo: remetendo aos tempos mais antigos de sua criação com Bruce McLaren, a equipe resolveu utilizar o laranja de forma predominante no MCL33 junto com detalhes em azul. Além disso, também é notável o Halo, dispositivo que será obrigatório nesta temporada para proteger as cabeças dos pilotos.

Logo depois da cerimônia, os dois pilotos do time, Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne (mesmos do ano passado), levaram o carro para uma demonstração na pista de Navarra, na Espanha. Depois de três anos com péssimos resultados na parceria com a Honda, a equipe de Woking agora terá motores da Renault, e espera no MCL33 encontrar tempos mais gloriosos.

Alonso, grande destaque da equipe, terá uma temporada particular. O espanhol já participou das 24h de Daytona, e ainda estará presente nas 24h de Le Mans em 2018, conciliando sua preparação e sua rotina com a F1. O bicampeão afirmou que está ansioso e apreensivo para o começo da temporada, e disse que se a parceria com a Renault for acertada, irá render grandes frutos.

Alonso já levou o carro para a pista em Navarra (Foto: Divulgação/McLaren)
Alonso já levou o carro para a pista em Navarra (Foto: Divulgação/McLaren)

Olhando para o nosso novo carro, eu me sinto incrivelmente ansioso, mas também apreensivo. Eu sei o quanto esse carro é importante para a equipe, e eu espero que isso chegue no caminho que todos queremos. Se nós formos capazes de desenvolver as forças chave do chassi do ano passado e casar isso com um motor Renault evoluído, acho que poderemos dar passos à frente. O carro certamente parece muito limpo e bem pensado, e as novas cores ficaram ótimas, muito bonitas”, declarou.

O outro piloto da McLaren, o belga Stoffel Vandoorne, seguiu a mesma linha. Indo para a sua segunda temporada na categoria e na equipe, ele tocou na necessidade de enfim ter sucesso em 2018 e assumiu a torcida para que não ocorram grandes problemas, como nas épocas passadas.

A chegada de um novo carro é sempre um dos momentos mais tensos e empolgantes da temporada. Para todos na McLaren, esse é um carro importante; todos sabemos exatamente o quanto precisamos ter sucesso, e estamos extremamente interessados em ver como irá funcionar quando começarmos os testes. Da minha perspectiva, espero que possamos começar a temporada com uma plataforma estável que seja desenvolvida rápida e facilmente. Seria ótimo ter semanas de inverno suaves e ir para a Austrália confiantes para o ano”, disse Vandoorne.

Vandoorne (esq.) e Alonso (dir.) formam a dupla do time de Woking (Foto: Divulgação/McLaren)
Vandoorne (esq.) e Alonso (dir.) formam a dupla do time de Woking (Foto: Divulgação/McLaren)

Desde 2014, Éric Boullier é o chefe de equipe da McLaren. O francês já viu todos os problemas possíveis acontecerem com a equipe e segurou muitas críticas. Agora, com uma nova parceria com a Renault, ele espera resultados cada vez melhores. Boullier elogiou o trabalho dos departamentos do time na construção do MCL33, mas deixou claro que a McLaren nunca escolhe o caminho mais fácil e que ainda há muito o que fazer.

Os departamentos de design, engenharia e aerodinâmica fizeram um trabalho incrível oferecendo um novo carro com uma nova unidade de potência em um espaço de tempo incrivelmente curto. Nunca tomamos a rota fácil ou olhamos para um processo mais curto ou uma solução rápida, e o resultado é um carro arrumado e bem resolvido. Não estamos iludidos, será difícil quebrar a hegemonia na frente, e o meio do grid estará repleto de boas e experientes equipes com muito a provar. Estamos com humildade sobre o desafio que temos, mas nos sentimos preparados para ter um pacote sólido que possa construir progressos durante a temporada, com dois pilotos excelentes que farão a diferença nas corridas”, afirmou o francês.

Por fim, quem também falou foi o diretor executivo do McLaren Technology Group (que comanda a equipe de F1), Zak Brown. O americano opinou sobre o tão falando retorno ao laranja tradicional e destacou o engajamento com os fãs e a busca da equipe por respeito. “Nosso retorno para a cor laranja papaia para esse ano não foi apenas uma decisão emocional, mas demonstra que estamos escutando os nossos fãs, construindo um engajamento mais profundo com eles e com a comunidade da Fórmula 1 como um todo. Queremos que a McLaren ganhe respeito dentro e fora da pista, e isso parece ser um bom ponto de partida. Queremos mostrar a todos o que faz esse time especial, quer seja aos fãs ou aos patrocinadores – há espaço para mais em nossa jornada”, complementou.

Em 2017, a McLaren foi apenas a nona de dez equipes no campeonato, com 30 pontos em 20 corridas. O MCL33 estará nas duas semanas de pré-temporada, de 26 de fevereiro a 1º de março e de 6 a 9 de março, ambas em Barcelona, na Espanha. A temporada de 2018 começa com o Grande Prêmio da Austrália, em Melbourne, no dia 25 de março.

A cor laranja relembra o passado e chamou a atenção do público (Foto: Divulgação/McLaren)
A cor laranja relembra o passado e chamou a atenção do público (Foto: Divulgação/McLaren)