Nem sempre as trajetórias das equipes de Fórmula 1 estão frescas nas memórias do fã da principal categoria automobilística do planeta. Há 70 anos havia o primeiro campeonato mundial de F1, mas de lá para cá muita coisa mudou, entre elas as equipes, que hoje compõem o grid. Hoje, dez construtoras brigam pelo título, entretanto você conhece a histórias de todas elas?

Assim, VAVEL Brasil relembra os principais momentos de Alfa Romeo, Alpha Tauri, Ferrari, Haas, McLaren, Mercedes, Racing Point, Red Bull Racing, Renault e Williams. Serão duas semanas de publicações, esta primeira terão as cinco primeiras citadas acima. Em seguida, as outras cinco da ordem alfabética. Agora, é a vez da charmosa francesa:

Renault

A Renault entrou na Fórmula 1 pela primeira vez em 1977, trazendo consigo a inovação radical da potência do turbo. Foram necessárias várias tentativas para aperfeiçoar a tecnologia e dois anos se passaram antes de finalmente conquistar a primeira vitória em casa, em 1979. Mas apesar de ser a primeira equipe a vencer uma corrida com um motor turbo, a Renault não conseguiu conquistar um campeonato em sua primeira passagem pela F1.

Em 1985, o CEO Georges Besse, decidiu que a equipe não mais teria dois carros no grid, mas que se manteria como uma das fornecedoras de motor a partir de 1986. O sucesso como fornecedora veio rápido, conquistando seis títulos seguidos de 1992 a 1997, com Benetton e Williams.

Era 2002 - 2010

Fernando Alonso campeão com a Renault (Foto: Reprodução)
Fernando Alonso campeão com a Renault (Foto: Reprodução)

Em 2002, a equipe herdou a Benetton para ser tornar novamente Renault F1. No primeiro ano de retorno à categoria como equipe, os franceses tinham como pilotos Jarno Trulli e um jovem Jenson Button. A temporada de estreia foi espetacular, com a equipe conquistando 23 pontos e ficando na quarta colocação do Campeonato de Construtores.

O ano de 2002 foi o primeiro e último de Button com a equipe, já que na temporada seguinte, em 2003, outro jovem, desta vez o espanhol Fernando Alonso, foi seu substituto. Alonso chegou com tudo e venceu um GP naquele ano, na Hungria. Foi a primeira vez que a equipe venceu uma corrida desde 1983. O resultado da temporada foi novamente um quarto lugar, mas desta vez com 88 pontos, uma vitória e cinco pódios.

Em 2004, a Ferrari ainda dominava o esporte, enquanto a equipe francesa conseguia mais um ano bom. Desta vez conquistando uma vitória em Monaco e seis pódios, totalizando 105 pontos no Campeonato de Construtores e um terceiro lugar.

Giancarlo Fisichella foi o substituto de Trulli para a temporada de 2005. Ele aproveitou uma sessão de qualificação afetada pela chuva para vencer a primeira corrida da temporada, o Grande Prêmio da Austrália. Fernando Alonso venceu as próximas três corridas para conquistar uma liderança considerável no Campeonato Mundial de Pilotos, fazendo o mesmo com a Renault no campeonato de Construtores. Enquanto isso, Fisichella não conseguiu terminar várias corridas.

Alonso conquistou o título no Brasil, se tornando o mais jovem da história a vencer o Mundial de Pilotos da F1. Essa conquista foi seguida de uma vitória na China para garantir o Campeonato Mundial de Construtores para a Renault. Foi a primeira vez que a Renault conquistou o título como equipe.

Fisichella e Alonso permaneceram na equipe para a disputa do mundial de 2006. O espanhol venceu as duas primeiras corridas e terminou em segundo no GP da Malásia, formando uma dobradinha com o companheiro, a primeira da equipe desde René Arnoux e Alain Prost em 1982.

Com quatro vitórias seguidas entre os GPs de Espanha, Monaco, Inglaterra e Canadá, Alonso disparou na luta pelo título, conquistando-o pela segunda vez. A Renault também foi novamente a campeã dos construtores.

A equipe se manteve competitiva nos anos seguintes, mas sem chances de conquistar novamente o campeonato.

Nelsinho Piquet e o maior escândalo da F1

Batida de Piquet (Foto: Reprodução/F1)
Batida de Piquet (Foto: Reprodução/F1)

O brasileiro filho do tri-campeão Nelson Piquet, dirigiu pela equipe francesa na temporada de 2008. Ele ficou marcado pelo GP de Singapura daquele ano, onde propositalmente bateu contra o muro na volta de número 17, proporcionando um Safety Car à corrida e um favorecimento ao seu companheiro de equipe, Fernando Alonso, que venceu a corrida em virtude do acidente do brasileiro.

O caso veio à tona em 2009, quando o jornalista Reginaldo Leme, durante a transmissão do GP da Bélgica, disse o seguinte:

“Deixa eu aproveitar para dizer que tem um novo escândalo pintando por aí, Galvão. Que a FIA está fazendo uma investigação minuciosa entre os engenheiros da Renault, feita por uma empresa inglesa independente, e já tem depoimentos que incriminam Flavio Briatore por algo muito grave: ter premeditado aquele acidente do Nelsinho Piquet na 14ª volta do GP de Singapura em 2008, que deu a vitória a Fernando Alonso e inclusive mudou a história do campeonato. O Alonso fez o pit-stop na volta 12 e o Nelsinho teria de interromper a corrida de qualquer forma na volta 14 com a entrada do safety-car, e até o lugar da batida teria sido previamente escolhido, segundo alguns depoimentos e segundo algumas gravações do rádio que confirmam suspeitas. Os engenheiros da equipe, nem todos participaram, mas todos estão sendo investigados e há um clima muito ruim na equipe Renault”, revelou.

Após uma minuciosa investigação, a FIA baniu para sempre o então chefe da Renault, Flavio Briatore, enquanto Pat Symonds, foi afastado por cinco anos. Os dois pilotos escaparam de punições. Como resultado, patrocinadores abandonaram a equipe, incluindo o banco holandês ING. 

Com a situação insustentável, a equipe foi vendida para a Lotus ao fim da temporada 2010, se despedindo pela segunda vez da categoria como construtora.

Era Red Bull

A equipe saiu do Mundial como construtora, mas continuou como fornecedora de motores, conquistando os campeonatos de 2010, 2011, 2012 e 2013 ao lado da Red Bull Racing.

Volta ao grid em 2016

Palmer e Magnussen (Foto: Reprodução/Renault)
Palmer e Magnussen (Foto: Reprodução/Renault)

Pela segunda vez, a equipe retornava ao grid da F1 como construtora. Kevin Magnussen e Jolyon Palmer foram os pilotos e, juntos, marcaram apenas oito pontos na temporada de estreia, amargando um oitavo lugar no Mundial de Construtores.

Em 2017, Magnussen foi transferido para a Haas, fazendo dupla com Romain Grosjean. Para seu lugar foi contratado Nico Hulkenberg. Jolyon Palmer foi o segundo piloto até a 16ª corrida da temporada, quando Carlos Sainz o substituiu até o fim do ano. A equipe melhorou sua posição em relação à temporada anterior, marcando 57 pontos e conquistando a sexta colocação no Campeonato de Construtores.

A boa performance de Sainz nas últimas corridas da temporada lhe rendeu uma vaga na equipe em 2018, enquanto Hulkenberg se manteve como primeiro piloto. Os dois conseguiram melhorar o desempenho da equipe ao final da temporada, conquistando 122 pontos e vencendo o título de "melhores do resto" ao ficar na quarta colocação no Campeonato de Construtores, já que Mercedes, Ferrari e Red Bull eram consideradas muito superiores.

Em 2019, uma grande contratação se concretizou: Daniel Riccardo saiu da Red Bull e aceitou o convite da equipe francesa, apostando em uma melhora da equipe. Mas isso não aconteceu, já que ele e Nico Hulkenberg conquistaram 91 pontos, ficando na quinta colocação no Campeonato de Construtores e perdendo o título de "melhor do resto" para a McLaren.

Para os próximos anos, a equipe espera conseguir lutar por posições maiores nas corridas, para que possa voltar a competir pelo título de Construtores.

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