A Fórmula E é famosa por sua imprevisibilidade, pois todas as cinco corridas até agora nesta temporada foram vencidas por um piloto diferente, seguindo um caminho semelhante ao campeonato anterior onde foram nove vencedores distintos - e com seis eprix em nove dias, literalmente, todos ainda possuem chances de se tornar o campeão.

O português Antonio Felix da Costa, da DS TECHEETAH, está no topo da tabela com 67 pontos, seguido pelo neozelandês Mitch Evans, da Panasonic Jaguar Racing, onze pontos atrás, mas todos os seis primeiros estão dentro de uma diferença de 30 pontos, justamente a quantidade máxima de pontos possíveis de serem conquistados em apenas uma corrida.

O atual bicampeão Jean-Eric Vergne é o oitavo colocado, enquanto outro ex-campeão, Sebastien Buemi (Nissan e.Dams), ocupa a 11ª posição na classificação entre os pilotos. Porém, é preciso ficar de olho em ambos: JEV esteve no Top-3 nas duas últimas provas disputadas em Berlim, enquanto o piloto suíço é o maior vencedor na capital alemã, com duas vitórias e quatro pódios em seis corridas disputadas.

Para aumentar ainda mais as possibilidades, o formato do treino classificatório da Fórmula E onde os pilotos que estão a frente na classificação vão a pista primeiro para a volta lançada, garante que o grid permaneça próximo e sejam criadas chances para todos subirem e descerem na tabela, por isso é possível esperar muitas reviravoltas nas seis corridas.

Abt ganha chance de redenção em Berlim

A maior notícia durante a pausa foi Daniel Abt, da Audi Sport ABT Schaeffler, que perdeu seu lugar no time alemão para o atual campeão do DTM, Rene Rast, que disputou uma corrida de Fórmula E em Berlim em 2016 pelo Team Aguri.

Abt, que venceu o E-Prix de Berlim em 2018, parecia que iria perder sua "corrida de casa", mas recebeu uma segunda chance na Fórmula E pela NIO 333, já que o piloto chinês Ma Qing Hua não competirá nesta reta final da sexta temporada. O piloto de 26 anos terá a oportunidade de dar um grande salto em uma nova equipe.

Outras equipes também contam com mudanças: o alemão Pascal Wehrlein deixou a Mahindra Racing, e a equipe indiana trouxe para seu lugar o britânico Alex Lynn. A GEOX Dragon por sua vez não terá mais o neozelandês Brendon Hartley, que será substituído pelo brasileiro Sérgio Sette Câmara (mais detalhes abaixo).

O grid da Fórmula E volta a ter três brasileiros 

Uma das novidades no grid da sexta temporada da Fórmula E após a paralisação, é a chegada do jovem piloto Sérgio Sette Câmara à GEOX Dragon. Com 22 anos, ele era reserva da Red Bull Racing e Alpha Tauri na Fórmula 1, além de ter a mesma função na equipe de Jay Penske. Após o ótimo desempenho no teste para novatos da categoria de carros elétricos realizado em Marraquexe em março deste ano, o brasileiro foi a escolha óbvia para assumir o lugar de Brendon Hartley.

Sette Câmara se junta ao ex-F1 Felipe Massa (ROKiT Venturi Racing), que está em sua segunda temporada na categoria e busca a sua primeira vitória na competição, após ter conquistado na edição passada um pódio correndo em Mônaco.

Além disso, o Brasil tem Lucas di Grassi, piloto da Audi Sport ABT Schaeffler, equipe que possui o melhor retrospecto correndo em Berlim. Aliás, o campeão da terceira temporada da Fórmula E tem boas lembranças da capital alemã: terminou cinco das seis provas já realizadas na cidade entre os três primeiros e foi o vencedor no eprix disputado no ano passado. A única vez que Di Grassi não terminou no top-3, na verdade ele cruzou a linha de chegada em primeiro, mas foi desclassificado por conta de irregularidades na asa traseira do carro.  

#PositivelyCharged

A Fórmula E orgulha-se de ser motivada por seus diretores e fundadores para combater os efeitos das mudanças climáticas, acelerando a adoção de veículos elétricos. A categoria se posicionou por ter criado um ambiente inclusivo, acolhedor e acessível para todos.

Pouco antes da decisão da sexta temporada, a Fórmula E renovou seu compromisso de oferecer um futuro melhor através das corridas e mantendo-se unida contra qualquer tipo de discriminação.

Embora a sustentabilidade tenha sido a base da Fórmula E desde o seu lançamento em 2014, a categoria também fez uma parceria recente com a UNICEF para ajudar na luta contra o coronavírus e procurará oferecer maior oportunidade para grupos sub-representados por meio do programa Positive Futures, que será lançado na próxima temporada.

A equipe Mercedes Benz EQ também estará competindo com uma pintura preta em Berlim, representando a posição contra o racismo e a discriminação. Mais planos de #PositivelyCharged serão compartilhados durante a cobertura do E-Prix de Berlim em 5 de agosto.

Um empreendimento sem precedentes em um mundo que mudou

A Fórmula E correu pela última vez no final de fevereiro no Marrakesh E-Prix e o mundo passou por uma transformação desde então por conta da pandemia do COVID-19. O campeonato está refletindo isso com seu final sendo realizado com portas fechadas para correr da maneira mais segura e sustentável possível.

Para cumprir os protocolos de prevenção a pandemia de grandes eventos esportivos na Alemanha, não serão permitidas mais de 1.000 pessoas no local, de modo que todos os times estão restritos apenas à uma equipe operacional essencial. Um teste inicial foi realizado em todos que chegaram ao país e, em seguida, haverá testes regularmente em todas as pessoas que chegarem ao local durante o período do evento.

Os procedimentos de segurança implementados permitire que o evento possa prosseguir e os pilotos possam voltar a fazer o que fazem de melhor.

O Desafio Race at Home da ABB Fórmula E, em apoio à UNICEF, proporcionou algumas corridas on-line com os pilotos reais da categoria como Maximilian Guenther e o vencedor Stoffel Vandoorne dominando a competição virtual de e-sports.

Mas agora, chegou a hora dos pilotos encararem o desafio de seis E-Prix em nove dias. Como eles reagirão a essa maratona após quase cinco meses desde a última corrida?