Nos últimos anos, especialmente desde a introdução dos motores V6 turbo na Fórmula 1 em 2014, a Sauber tem sido uma das piores equipes da categoria. Problemas financeiros, carros mal planejados e escolhas contestáveis de pilotos, por exemplo, foram algumas das dificuldades que fizeram hoje a escuderia estar na condição de mais fraca do grid. Porém, pelo visto o time suíço está disposto a fazer mudanças em pontos sensíveis para virar o jogo.
De acordo com reportagem da revista inglesa especializada Autosport publicada nesta sexta-feira (31), a Sauber estaria considerando uma mudança no fornecimento de motores, saindo da Ferrari e indo para a Honda. A informação foi confirmada à própria revista pela chefe da equipe, Monisha Kaltenborn.
“Tudo que eu posso lhe dizer é que sim, tivemos conversas com eles (Honda). Estamos abertos para a nossa situação de motores. Acho que temos algumas opções. Sabemos que é algo para ser decidido logo, e é claro que quanto mais cedo você tem algo claro, melhor para o desenvolvimento. Depende de qual acordo iremos chegar, nós realmente temos todas as opções abertas”, afirmou Kaltenborn.
Os rumores de uma possível troca da Sauber para os propulsores da Honda surgiram no ano passado. Segundo a reportagem da Autosport, com os vários problemas atuais dos japoneses com a McLaren (única equipe abastecida por eles) e a possibilidade de esta última migrar de volta para os motores Mercedes, existe até a chance de a Sauber ser a equipe principal da fornecedora e receber seus motores mais novos. Até mesmo caso a McLaren continue com a Honda, seria mais atrativo financeiramente receber os segundos motores da marca em vez dos atuais – a escuderia suíça roda hoje com motores Ferrari de 2016.
Ainda de acordo com a matéria, a mudança traria benefícios para a Honda. A Sauber, apesar das dificuldades, possui uma estrutura de alto padrão na sua sede em Hinwil, na Suíça, por conta da antiga parceria com a BMW entre 2006 e 2009 (o que facilitaria o desenvolvimento, mesmo com a queda na qualidade do staff desde então). Além disso, a equipe estaria disponível a colocar a pedido da Honda um piloto japonês em seu carro, que a princípio seria Nobuharu Matsushita, atualmente na Fórmula 2 e integrado ao programa de desenvolvimento da McLaren.
Porém, essa não é a única opção da Sauber. Por ter como um de seus pilotos o alemão Pascal Wehrlein, protegido da Mercedes, há a possibilidade de uma parceria com os germânicos. Seria uma situação semelhante à da finada Manor em 2016, que passou a receber propulsores da Mercedes ao empregar um de seus pilotos do programa de desenvolvimento, o francês Esteban Ocon – hoje na Force India.
“Também é uma possibilidade. Como eu disse, temos algumas opções e ainda não estamos decididos”, ressaltou Monisha Kaltenborn.
A decisão da Sauber precisa ser tomada logo, pois as montadoras têm até o dia 6 de maio para enviarem à FIA (Federação Internacional do Automobilismo) a lista de equipes que desejam suprir para a próxima temporada. Exceto durante o período com a BMW (2006 a 2009), a escuderia suíça recebe motores da Ferrari desde 1997 – entre o ano em questão e 2005, os propulsores eram Ferrari, mas intitulados de Petronas por conta de questões com a marca italiana e de patrocínio.