O domingo (16) não poderia ter sido melhor para Lewis Hamilton. Correndo em casa e largando na pole-position, o piloto da Mercedes dominou do começo ao fim e venceu o Grande Prêmio da Inglaterra de maneira absolutamente imponente. Foi a quinta vitória dele em Silverstone, igualando Jim Clark e Alain Prost como os maiores vencedores do GP britânico. Além disso, igualou Clark como os únicos a vencerem a prova quatro vezes consecutivas.
E para completar, o piloto do #44 embolou de vez a briga pelo campeonato. Isso porque Sebastian Vettel, da Ferrari, que chegou à Inglaterra com 20 pontos na liderança do mundial, teve um pneu furado na penúltima volta e caiu para sétimo. Com isso, a diferença do alemão na ponta caiu para apenas um mísero ponto. E quem também está na briga é Valtteri Bottas – o finlandês teve que trocar o câmbio da sua Mercedes e largou em nono, mas fez uma grande corrida e chegou em segundo, completou a dorbadinha da equipe alemã e agora está a 23 pontos do líder.
Kimi Räikkönen, da Ferrari, e Max Verstappen, da Red Bull, também tiveram problemas nos pneus na antepenúltima volta e precisaram parar, mas aproveitaram-se da situação de Vettel no fim e chegaram em terceiro e quarto, respectivamente. Em quinto veio Daniel Ricciardo, que deu um show a parte. O australiano da Red Bull largou em 19º e penúltimo, mas escalou todo o grid de forma espetacular e cavou um espaço no top-five, ultrapassando na última volta Nico Hülkenberg, que fez uma grande prova com a Renault e foi o sexto.
Depois deles veio Vettel, seguido pela dupla da Force India – Esteban Ocon em oitavo e Sergio Pérez em nono. E o brasileiro Felipe Massa, da Williams, que largou em 14º, pulou para 10º na largada e mesmo com as paradas, assim se manteve até o final e completou o grupo dos pontuáveis.
A corrida
Logo antes da largada, veio o primeiro abandono: Jolyon Palmer, que largaria em 11º e anda em uma fase terrível, teve problemas hidráulicos com sua Renault, encostou o carro antes da curva Stowe e voltou aos boxes. Com isso, os outros 19 pilotos tiveram que dar uma volta de apresentação a mais e o lugar do britânico ficou vago no grid.
Quando eles enfim largaram, Hamilton manteve a ponta e Räikkönen permaneceu em segundo, enquanto Verstappen largou muito bem e tomou o terceiro lugar de Vettel – os dois dividiram algumas curvas roda a roda, mas o holandês conseguiu a ultrapassagem sobre o alemão. Hülkenberg e Ocon largaram bem e ganharam posições, pulando para quinto e sexto, respectivamente. Bottas manteve a sétima posição e Pérez acabou caindo de sexto para oitavo, com Stoffel Vandoorne em nono e Massa, que largou em 14º, pulando para décimo logo no primeiro giro.
Na volta seguinte, o primeiro incidente. Daniil Kvyat errou entre as curvas Maggots e Becketts e acertou justamente seu companheiro de Toro Rosso, Carlos Sainz Jr, que abandonou a corrida e provocou a entrada do safety-car. Voltas depois, o russo foi punido com um drive-through por voltar à pista de maneira insegura e provocar um acidente.
A relargada veio na quinta volta, com Hamilton já disparando na frente e fazendo voltas mais rápidas. Mais atrás, seu companheiro Bottas não demorou muito para começar a escalar o grid, e logo ultrapassou Ocon e Hülkenberg para aparecer em quinto. Durante várias voltas o grid manteve-se intacto, apenas com Ricciardo abrindo caminho no pelotão de trás e entrando na zona de pontuação (10º) ao ultrapassar Fernando Alonso, Lance Stroll, Romain Grosjean e Massa.
Na 13ª volta, a grande ação da corrida até então. Vettel mergulhou na Stowe e tentou ultrapassar Verstappen. Os dois andaram roda a roda por alguns instantes e dividiram a chicane final juntos, indo até mesmo fora da pista. O holandês da Red Bull manteve o terceiro lugar e conseguiu abrir um pouco de vantagem, fazendo o público delirar nas arquibancadas. O alemão da Ferrari até voltou a ameaçar, mas decidiu fazer sua primeira parada na volta 19, trocando os pneus supermacios pelos macios. Na volta seguinte foi a vez de Verstappen fazer o mesmo, mas acabou se dando mal: teve uma parada oito décimos mais lenta que a de seu rival e perdeu a posição.
Os dois primeiros só pararam algumas voltas depois: na 24 entrou o vice-líder Räikkönen, enquanto no giro seguinte foi a vez do líder Hamilton. O inglês manteve a ponta sem sustos, enquanto o finlandês voltou em terceiro atrás de seu compatriota Bottas, que não havia parado por ter largado com os compostos macios. O piloto do #77 foi aos boxes apenas na volta 33, calçando os supermacios e voltando definitivamente na quarta posição.
No giro seguinte foi a vez de Ricciardo, que largou em penúltimo e passou 34 voltas com os pneus supermacios. Além de fazer uma excelente parada (2.1s), o australiano voltou ainda na zona de pontuação, em 10º, e logo abriu caminho para aparecer na sétima colocação. Instantes depois, o terceiro abandono da prova foi de um velho conhecido: Fernando Alonso, mais uma vez, teve problemas com sua McLaren e foi obrigado a deixar o GP – quinto abandono do #14 nas nove corridas em que participou no ano.
Com as últimas voltas se aproximando, outra disputa levantou a torcida na briga pelo campeonato. Bottas, que estava com supermacios, foi para cima de Vettel – com os macios – para tomar a terceira posição, o que lhe daria um lugar no pódio e ajudaria Hamilton, que tiraria mais três pontos para o líder do mundial. Bottas tentou a ultrapassagem na volta 42 e os dois dividiram alguns metros lado a lado, mas Vettel manteve-se à frente. No giro seguinte a ação foi inevitável, e o finlandês assumiu de vez o posto do alemão.
A corrida parecia que terminaria sem movimentação e de forma tranquila, mas o final reservou muitas surpresas. Na penúltima volta, Räikkönen teve um estouro no pneu dianteiro esquerdo e precisou ir aos boxes. Logo atrás dele Verstappen também teve problemas e parou, e Vettel assumiu o terceiro lugar. O alemão estava satisfeito com o pódio, mas também teve um furo no pneu dianteiro esquerdo e parou na abertura da última volta, caindo para um inacreditável sétimo lugar. Com isso, Hamilton não só venceu, como tirou a diferença de 20 para apenas um ponto do líder do campeonato.
Fim de prova, quinta vitória de Hamilton na Inglaterra, igualando Jim Clark e Alain Prost – também iguala Clark com quatro triunfos seguidos. Bottas e Räikkönen fecharam o pódio, com Verstappen em quarto e Ricciardo ultrapassando Hülkenberg na última volta para ser o quinto. Vettel, Ocon, Pérez e Massa fecharam os dez primeiros e pontuáveis.
A classificação do Grande Prêmio da Inglaterra de 2017 de Fórmula 1:
POS. | # | PILOTO | PAÍS | EQUIPE | TEMPO | PTS |
1º | 44 | LEWIS HAMILTON | ING | MERCEDES | 1h21min27s430 | 25 |
2º | 77 | VALTTERI BOTTAS | FIN | MERCEDES | +14s063 | 18 |
3º | 7 | KIMI RÄIKKÖNEN | FIN | FERRARI | +36s570 | 15 |
4º | 33 | MAX VERSTAPPEN | HOL | RED BULL | +52s125 | 12 |
5º | 3 | DANIEL RICCIARDO | ÁUS | RED BULL | +1min05s955 | 10 |
6º | 27 | NICO HÜLKENBERG | ALE | RENAULT | +1min08s109 | 8 |
7º | 5 | SEBASTIAN VETTEL | ALE | FERRARI | +1min33s989 | 6 |
8º | 31 | ESTEBAN OCON | FRA | FORCE INDIA | +1 VOLTA | 4 |
9º | 11 | SERGIO PÉREZ | MÉX | FORCE INDIA | +1 VOLTA | 2 |
10º | 19 | FELIPE MASSA | BRA | WILLIAMS | +1 VOLTA | 1 |
11º | 2 | STOFFEL VANDOORNE | BÉL | MCLAREN | +1 VOLTA | - |
12º | 20 | KEVIN MAGNUSSEN | DIN | HAAS | +1 VOLTA | - |
13º | 8 | ROMAIN GROSJEAN | FRA | HAAS | +1 VOLTA | - |
14º | 9 | MARCUS ERICSSON | SUÉ | SAUBER | +1 VOLTA | - |
15º | 26 | DANIIL KVYAT | RÚS | TORO ROSSO | +1 VOLTA | - |
16º | 18 | LANCE STROLL | CAN | WILLIAMS | +1 VOLTA | - |
17º | 94 | PASCAL WEHRLEIN | ALE | SAUBER | +1 VOLTA | - |
NC | 14 | FERNANDO ALONSO | ESP | MCLAREN | ABANDONOU | - |
NC | 55 | CARLOS SAINZ JR | ESP | TORO ROSSO | ABANDONOU | - |
NL | 30 | JOLYON PALMER | ING | RENAULT | NÃO LARGOU | - |