A vitória de Lewis Hamilton no Grande Prêmio de Cingapura de Fórmula 1, no último domingo (17), foi totalmente inesperada. Isso porque o carro de sua equipe, a Mercedes, sofre notavelmente em pistas travadas, com muitas curvas, baixa velocidade e alta pressão aerodinâmica – caso de Marina Bay. O inglês ficou para trás em todos os treinos livres e largou apenas em quinto, mas acabou contando com a sorte. Isso porque a Ferrari e a Red Bull eram carros nitidamente mais fortes no circuito, mas foram acometidas pelo imponderável.

Logo na largada, um acidente tirou três dos quatro pilotos das equipes mais fortes da corrida (as Ferraris de Kimi Räikkönen e Sebastian Vettel, seu grande rival na luta pelo título, e a Red Bull de Max Verstappen). O outro da Red Bull, Daniel Ricciardo, foi ultrapassado por Hamilton na primeira curva – o tricampeão assumiu a ponta e não largou mais, abrindo 28 pontos de vantagem para Vettel na liderança da tabela. Para completar, seu companheiro de equipe, o finlandês Valtteri Bottas, completou o pódio em terceiro.

Nesta quarta-feira (20), o piloto do #44 afirmou que o fim de semana em Cingapura mostrou bem as características da Mercedes, e que a equipe não deve resolver as fraquezas do carro ainda esse ano. As mazelas do W08 devem ser trabalhadas e possivelmente resolvidas apenas no seu sucessor, em 2018.

Acho que esse fim de semana (Cingapura) realmente mostrou as forças e fraquezas do nosso carro e suas características. Em pista seca estávamos em lugar nenhum, então sair do de provavelmente nosso pior circuito, o segundo ou primeiro junto com Mônaco, e vencer é obviamente um grande resultado. Temos que ficar de pé e continuar tentando extrair tudo desse carro”, disse Hamilton.

Sabemos o que podemos fazer, potencialmente para o futuro, para fazer o carro melhor. Não irá acontecer esse ano; potencialmente para o ano que vem. Temos que ter certeza de até quando fazer isso não tornará o carro pior, porque na verdade ele está muito bom”, acrescentou.

Além disso, Hamilton fez uma projeção para as corridas até o fim do ano, baseando-se nas características de cada pista. Ele acredita que, apesar da vantagem da Mercedes entre pilotos e construtores, a disputa deve ser apertada até o término de 2017, e que tudo pode acontecer com várias situações distintas.

Na Malásia, acho que será ok. Então temos Japão, uma pista de alta pressão aerodinâmica, deve ser apertado – as Red Bulls são muito, muito fortes nesse circuito, definitivamente não será o nosso melhor. Em Austin (Estados Unidos), acho que estaremos bem. Creio que o Brasil a Ferrari estará particularmente mais forte. Honestamente, acho que será bem próximo nas próximas corridas. É difícil prever. Talvez quando você for para o México, por exemplo, você coloque o máximo de downforce, mas lá a altitude é tão grande, que há um pequeno arrasto e talvez os carros com um pouco mais de downforce estejam um pouco a nossa frente. Mas tudo isso é boato. Descobriremos quando chegarmos lá”, complementou.

Lewis Hamilton lidera o campeonato de pilotos com 263 pontos, contra 235 de Sebastian Vettel. Já entre os construtores, a Mercedes lidera com 475, contra 373 da Ferrari. A próxima etapa é o Grande Prêmio da Malásia, em Kuala Lumpur, no dia 1º de outubro.

A Mercedes não esperava um bom desempenho em Cingapura, mas teve Hamilton em 1º e Bottas em 3º (Foto: Mark Thompson/Getty Images)
A Mercedes não esperava um bom desempenho em Cingapura, mas teve Hamilton em 1º e Bottas em 3º (Foto: Mark Thompson/Getty Images)