O esporte na inclusão social: conheça o Projeto Bilu
Foto: Diego Luz/VAVEL Brasil

Século 21. É difícil imaginar que vivemos rodeados de enormes e cada vez mais impressionantes tecnologias e num mundo que deveria ser mais tolerante, liberal e tudo que vemos é injustiça, desastres e uma desigualdade cada dia maior e mais presente no cotidiano.

E quem mais sofre passível, sofre por toda a vida e quase não tem voz para gritar as injustiças do mundo são as crianças. São inúmeras espalhadas pelo Brasil e mundo que vivem em condições sub-humanas, sem o mínimo para a dignidade. Ainda bem que nem tudo está perdido. Em Caieiras, na Grande São Paulo, uma casa no centro da cidade pode passar despercebido aos olhos de muitos, mas esse mesmo lugar pôde e segue dando um brilho diferente nos olhos de muitas crianças que só tinham lágrimas até então.

Da inspiração de uma criança, nascia, em 2005, o desejo de um paulistano de fazer pequenos viverem melhor num mundo complicado. José Luis Oliveira quis seguir os ensinamentos da Bíblia e dividir o que tinha com os indefesos. Nascia ali o Projeto Bilu, com a intenção de dar novas oportunidades, uma vida mais digna, estudos, segurança, um futuro para quem não tinha nem lar para ficar.

Foto: Diego Luz
Foto: Diego Luz

Com sede fixa em Caieiras, onde abriga cerca de 20 crianças com problemas dos mais variados e tristes, desde pedofilia à abandonos, o Projeto Bilu também mantém sedes espalhadas em todo Brasil e mundo, formando jovens para a vida, além de atletas. Mas nem todo o tempo passado e as pessoas ajudadas pelo projeto de José Luis o faz esquecer o princípio de tudo:

"Eu fui morar e estudar numa universidade nos Estados Unidos e voltei ao Brasil com o intuito de montar uma escola com formação de liderança. Montei e estava indo muito bem. Um dia levei meu filho caçula, que tinha na época 7 anos e ele começou a chorar. Perguntei o porquê e ele me respondeu que Deus estava triste comigo. Não entendi, já que eu me achava o cara e meu filho apontou ao céu e disse que Ele tinha falado com meu filho caçula. Nisso, meu filho falou 'papai, você tem nos ensinado que temos de dividir o que nós temos pra fazer um mundo melhor. Mas o senhor não tem dividido com quem tem um lugar especial com Deus'. Perguntei então quem tinha um lugar especial com Deus e ele me respondeu 'as crianças, porque o senhor passa por elas e não enxerga a situação de risco em que elas estão'. Naquele momento fiquei assutado, porque me sentia o último da fila pra cuidar de crianças, mas percebi que ali era a minha missão de vida. Minha esposa se tornou conselheira tutelar, eu estudei, me preparei, busquei conhecimento de causa e tive minhas primeiras experiências em Brasília, cuidando de casas-lares, até que Caieiras abriu as portas pra gente. Minha família é daqui, eles me disseram que aqui precisava de algo assim porque não tinha nada voltado às crianças, já que não tinha nenhum orfanato. Até que em abril de 2005 montamos essa casa-lar de 0 a 11 anos e depois montamos uma de 12 a 17".

O começo do Projeto Bilu é inesquecível, assim como a explicação por esse nome:

"Bilu porque é o apelido desse meu filho caçula. A minha mãe é nordestina e toda ficava brincado de bilu-tetéia com ele e tudo que via era bilu: cachorro, gato.... E a família pra tirar onda ficava chamando de bilu. Pegou e hoje me acompanha pelo mundo me ajudando, já que o esporte é nossa ferramenta de inclusão desses jovens no mundo".

Esse projeto social, pioneiro em Caieiras e na região, logo no seu começo já mostrou o peso da responsabilidade com casos pesados e que mostrava a brutalidade do ser humano:

"O abrigo começou a receber crianças com casos de pedofilia, agressão doméstica.... E entendi que o trabalho também deveria ser no âmbito da prevenção, da educação. Então começamos a montar núcleos nos bairros fazendo parcerias com outras instituições. Esses núcleos vão desde aulas de balé, inclusão digital à escola de moda".

Foi à partir desses trabalhos nos bairros que o projeto observou uma nova forma de atender a garotada e formar novos cidadãos:

"A gente montava campeonatinhos de futebol de rua, mas algo diferente acontecia. Meninos se destacavam e chegavam me dizendo 'tio, me arruma um time pra jogar?', 'tio, tenho vontade de ser profissional de tal área'. E eu passei a enxergar algo além. Eu não poderia despertar o sonho de uma criança sem poder dar a ela uma chance de construir uma caminhada rumo à esse sonho'.

Despertar da atenção do mundo

E essa forma de tentar dar oportunidades que novas parcerias e muita coragem fez com que o Projeto Bilu incluísse o esporte oficialmente em seu plano de inclusão. Mas o que parecia algo social, se tornou uma busca de talentos que resultou até em representação em Copa do Mundo:

"Me reuní com parceiros, com algumas pessoas que tinham experiência para lapidar talentos revelados. Mas mais voltados no âmbito social. Até que em 2009 recebi uma ligação do governo da África do Sul para formar uma Seleção Brasileira Sub-17 para representar o Brasil na Copa do Mundo 2010 no torneio Fair-Play, organizado pela Fifa. Eu até achei que era brincadeira. Eu não tinha nenhum time, era apenas uma ONG. Mas eles puxaram meu histórico, questionaram se eu não fazia esses projetos e respondi que realmente era a gente. Aí me perguntei se não era possível montar um time, já que eu tinha todo o aparato para montar uma equipe e eles me falaram que a proposta era mostrar a essência do futebol brasileiro, sem o gesso da tática, da pressão que os profissionais têm, mas sim, aquele futebol pé no chão, leve, com jovens que nunca tiveram numa peneira, numa escolinha de futebol".

Com o desafio aceito, lá foram esses jovens na primeira aventura internacional daquele projeto que nascia anos antes apenas para dar uma segurança, um abrigo, uma forma de proteger os mais inocentes. E na África do Sul, a molecada do Projeto não decepcionou:

"Comecei a juntar as peças para esse torneio em 2010, mas ainda em 2009 eu procurei prefeituras, achando que teria apoio fácil por se tratar de algo grande, de enorme visibilidade, mas ouvi deles que não devesse mexer com isso, porque levantaria ciúmes, como algo político, algo que nunca quis na minha vida e nem pretendo. Com pessoas-chave, como PC, ex-jogador do São Paulo,e o ex-goleiro Bosco. Passamos a viajar o Brasil selecionando a molecada e eles ficaram quatro meses em Caieiras alojados, recebendo toda estrutura e apoio da gente, com professores lapidando realmente. Eram meninos que nunca tinham saído de suas cidades e estavam partido pra África vestir a camisa do Brasil. Lá, não faltou nada, tudo de bom e do melhor e ganhamos o torneio invictos, ganhando todos os jogos".

A visibilidade da conquista, aliada a fraca campanha brasileira no Mundial daquele ano, despertou o interesse da mídia mundial naqueles garotos que levavam a verdadeira alegria nas pernas do futebol canarinho:

"Eles chegavam na gente e falavam 'poxa, vocês aqui e não vimos nenhuma matéria nos jornais, ninguém falando e chegam aqui, arrebentam, ganham tudo e quem são vocês?'. Expliquei que era uma ONG e não acreditavam, mas todo o trabalho era realmente muito sério".

Após a ida e a vitória nesse torneio da Fifa, a vida desses meninos mudaram pra sempre:

"Chegando de volta, eles ganharam bolsas de estudo, desfilaram em carros de bombeiros em suas cidades, ganharam prêmios e alguns se tornaram profissionais do futebol, enquanto outros seguiram suas vidas através dessas bolsas".

Tudo isso mudou a forma de enxergar e tocar o Projeto Bilu. As coisas ficaram ainda mais sérias e José pretendeu ampliar a parte esportiva, criando a Academia Internacional de Futebol, ampliando os horizontes para todo o mundo:

"A Academia tem por objetivo descobrir o talento, lapidar e ceder aos clubes. É uma ponte suprindo as necessidades dos clubes e dando oportunidades à esses garotos. Com isso, fiz parcerias com clubes e o projeto foi para mais de 20 países. O futebol é o carro-chefe, mas temos também jiu-jitsu, capoeira, balé...."

O Caso Angoa

Um exemplo da internacionalização do projeto atende pelo nome de Angoa. Da Costa do Marfim, sua história é surpreendente e seu final se encaminha para ser feliz, após enormes dramas e tristezas:

"A história dele é a seguinte. Fazemos intercâmbios e numa ida à Polícia Federal para regulamentar alguns cubanos que aqui estavam, fiquei no aguardo por eles, enquanto todo trâmite acontecia. Descansando no meu carro, observei um negro passando por mim, cabisbaixo, parado, andando lento e parando uns metros na minha frente. Ele sentou na calçada, colocou a cabeça entre os joelhos e pensei que estava chorando. Senti que precisava falar com ele.
Uma voz me disse pra pagar um sorvete para aquele rapaz. Mas como? Não tinha nenhuma sorveteria na região. Só que quando desci do carro e olhei lá longe, um vendedor de sorvete empurrava seu carrinho. Na hora não tive dúvidas e fui falar com ele. No começo não entendia português e fui tentando no inglês, espanhol e nada. Tentei no francês e ele confirmou. Tive que apelar para o tradutor e aí conversamos e ele me explicou a situação".

O sofrimento passado por Angoa foi enorme, mas ainda existe pessoas boas em que se pode confiar, não só no Brasil, mas em todo o mundo:

"A guerra civil na Costa do Marfim matou o pai dele. Só ficou a mãe e ela fugiu, deixando Angoa sozinho. Ele também fugiu e foi para Burkina Fasso. Lá ele encontra um campo de futebol, encosta e dorme debaixo da arquibancada. Quando a bola caiu perto dele e ele devolveu chutando, o técnico observou que o menino tinha talento e chamou para treinar após saber de toda história. Comendo, seguro e treinando, Angoa foi chamando a atenção e os dirigentes o chamaram e propuseram que viesse ao Brasil, dizendo que tinha talento e que não merecia ficar na África. Aqui é o país do futebol e os diretores compraram uma passagem, tiraram os documentos e aproveitaram a época da Copa do Mundo, onde entravam todos os estrangeiros, para mandá-lo pra cá como turista, só com uma sacolinha, duas peças de roupa e um par de chuteira".

Foto: Diego Luz
Foto: Diego Luz

O desespero no Brasil deu lugar à esperança e a chance de seguir seu sonho de ser jogador:

"Ele ficou em albergue, sem conhecer ninguém, esperando dar a hora pra pegar uma das 200 fichas e entrar, tomar banho, sopa e dormir, mas sair às 6 da manhã e rodar tudo de novo até fazer novamente. Naquele dia acabava a permissão dele e o pessoal mandou embora porque não tinha a menor ideia do que ele falava. Ele me contou, então, que conversava com Deus que desistia do sonho de ser jogador porque estava vivendo como mendigo. Mas eu cheguei como resposta dele. Quando me apresentei, ele ajoelhou, pediu ajuda todo emocionado. Liguei pra confirmar toda história que ele contou e era realmente fato, regularizei e hoje é um dos meus filhos. Já treinou no Mogi, Guarulhos e foi jogar no Piauí Esporte Clube, mas o time não classificou, ele voltou e hoje joga pelo Caieiras. Recentemente tentamos contato com sua terra-natal e encontramos sua avó. Para nossa surpresa e enorme felicidade, a mãe dele retornou e conseguiram se falar após muito tempo. Foi emocionante".

Até o fim da matéria, Angoa aguardava sua dupla-cidadania para residir definitivamente no Brasil.

Pessoas de sucesso

O Projeto Bilu se mostra eficaz e com jogadores espalhados pelo mundo, incluindo parcerias com grandes clubes da capital e da Grande São Paulo:

"Temos jogadores em alguns times pro aí. Formamos um goleiro que está no Bragantino, outro que joga na Inglaterra, um deles que atua na China. E esses meninos estão ganhando o dinheiro pra família através do nosso projeto. Fazemos parcerias e peneiras. Temos o Caieiras, daqui da cidade, que damos suporte na base, mas tem outros, como Guarulhos, Portuguesa, além de times de fora".

Profissionais do futebol são formados e já se apresenta o primeiro fruto desse investimento em pessoas além das quatro linhas:

"Também trabalhamos profissionais do futebol, não só como jogador. Um exemplo é o Gil Paulista, que foi jogador profissional, tentou ser empresário, não deu certo e ele me ajudou na seletiva de 2009. Pelo conhecimento e entender, se tornou técnico do time campeão e deu muito certo, querendo seguir o caminho. Ele não tinha condições e demos qualificação. Enviamos pra Ucrânia, trabalhou na base do Mettalurg, subiu para o profissional e há 20 dias ele tirou a licença Uefa, podendo dirigir qualquer time do mundo. Fizemos também uma parceria com Betinho, descobridor do Robinho, Neymar, Zeca... O Pelé das descobertas".

As meninas têm sua vez e surpreendem professores e alunos nas peneiras feitas pela equipe do projeto:

"Temos meninas que vão nas peneiras, chegam de chuteira, arrebentam e buscam suas vagas. Os professores deixam, observam e encaminham as meninas também".

Não é somente no futebol que o Projeto Bilu se destaca. Numa zona carente de São Paulo, o jiu-jitsu aparece com força, formando talentos e ganhando medalhas para a vida:

"As artes marciais também fazem parte. Na Vila Nova Cachoeirinha montamos um núcleo perto de uma favela e temos mais de 200 crianças diariamente praticando esportes. A turma do jiu-jitsu começou a revelar muitos talentos e na semana passada levamos cinco crianças e todos voltaram com medalhas do Aberto de Atibaia. Quatro deles com ouro e uma prata. São meninos que se ouvir a história deles, choramos. Temos o Arnaldo, que chegou raquítico, doente, numa situação de miséria e cada final de aula cedemos um lanche e um litro de leite. Com isso, ele se alimentou melhor, foi se educando e é o melhor aluno. Foi adotado por uma família e é um campeão nos tatames e na vida".

O Projeto tem mudado também a cultura europeia dentro das artes marciais, como na França, país de tradição no judô e do campeão Teddy Riner:

"Na França, nosso professor de jiu-jitsu quebrou a tradição do judô e tem incluído a modalidade nas escolas através de parcerias governamentais. Isso a média e longo prazo vai dar resultado. Tudo isso com trabalho social e de inclusão, criando até federação, coisa que não tinha por lá".

Sem idade pra começar e com planos de entrar nas faculdades, o Projeto tenta alçar voos maiores e mais ousados, preparando também universitários naquilo que querem para o futuro.

"Não tabelamos idade. O que a gente monitora e pede é que eles frequentem escola, tirem boas notas e olhamos como é o trabalho dessa escola. Em mente, planejamos parcerias com faculdades, universidades para fazer com que futuros profissionais possam já trabalhar na área de forma voluntária com a gente".

Orgulho do trabalho

Logo quando José chegou na casa, uma menininha correu animada e o abraçou com o maior carinho do mundo, mas querendo um "abraço de urso". Esse amor fraterno é o objetivo do projeto em acolher os pequenos.

"A ideia é criar um ambiente familiar. Tem crianças que me chamam de pai e eu deixo, porque elas precisam dessa referência, mas não só comigo, e sim com todos daqui. Têm casos de uma das crianças, que chegou aqui com 10 anos, hoje com mais de 20 anos e ainda me chama de pai. É a pessoa que ela tem de referência".

Além de toda força e trabalho realizado durante esses anos, outro fato orgulha quem trabalha e principalmente José Luis: a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu o seu trabalho e o premiou com a Medalha Cinquentenário das Forças de Paz do Brasil, algo de enorme reconhecimento.

A palavra de quem carrega o nome do projeto

Bilu é um apelido até que comum, mas que tende a acabar conforme a criança cresce. Não é o caso de Abdiel Marrichi, mais conhecido como Bilu, filho mais novo de José Luis. E ele pretende seguir os passos do pai:

"Agradeço a Deus por ser uma ferramenta na mão dele. Sei que se não fosse comigo, outra pessoa seria usada. Mas fico satisfeito por ter feito tudo isso. Vou levar pra toda vida e seguir ajudando ao máximo as pessoas".

O fundador e a inspiração (Foto: Diego Luz)
O fundador e a inspiração (Foto: Diego Luz)

A forma de ajudar

A metodologia de ajuda do Projeto Bilu segue um padrão que busca facilitar a forma da criança se recuperar logo de seu problema. E os resultados estão dando certo:

"Cada criança é estudada em conjunto com psicólogos, conselheiros tutelares, membros da polícia, pessoas da Vara da Infância e isso criou um maior dinamismo pra saber o que fazer e deixar os garotos o menor tempo possível abrigadas, porque aqui é um lugar provisório, não pode ser o lar. Ela chegando aqui, passa pelo socorro imediato, que é desde roupa, alimentação, cuidados com a saúde, até com cuidados mentais, vítimas de coisas pesadas e lamentáveis. Procuramos seguir determinação da Vara da Infância e alocá-las em famílias substitutas ou parentes próximos. Temos milhares assistidos, cerca de 800 só em Caieiras".

O que as primeiras crianças, ainda no começo do projeto, receberam, hoje levam para toda a vida e ganham a vida e educam novas pessoas em um mundo antes inimaginável:

"Nós temos casos de bailarinas, que iniciaram nos projetos de bairros e hoje são professoras, profissionais. Temos músicos, que começaram tocando violão com a gente e hoje são professores de música".

Mesmo com esse sucesso em mais de 10 anos, José ainda sente que tem muito a fazer e muito a quem ajudar:

"Eu sou um cara muito feliz. Não sou realizado, mas isso é gradual. Temos muito a fazer porque a humanidade está o caos. Nos perdemos totalmente, perdemos a identidade e se observar a mídia vai ver Aleppo e coisas diversas de caos. Não sou realizado, mas sou feliz por poder ver cada menino e menina tendo um futuro, se não posso dizer brilhante para todos, posso dizer que é seguro. Cada uma construindo seu caminho na sociedade."

O Projeto Bilu vive basicamente de doações de toda a sociedade. Seja ela na forma de alimentos, roupas, trabalho ou monetário, ela vive do suor, da vontade e da solidariedade, mas nunca sem perder a fé no próximo:

"Se tratando de Brasil, a realidade do povo daqui é de que ainda não sabemos o tamanho da nossa riqueza. O mundo todo tá aqui, somos muito ricos, mas sem saber. O povo carrega um estigma de um povo pobre, ignorante, coisa que não somos. E com isso vem a dificuldade do trabalho social porque se entende que o social só se faz com 'ah se eu puder eu faço', 'ah se sobrar eu doou'. Eu canso de ouvir de pessoas que meu trabalho é fantástico, que quando elas se aposentarem irão fazer o mesmo. Isso pra mim é uma afronta porque eu não sou rico, não sou aposentado, mas na perspectiva das pessoas a ajuda se dá na base da sobra, do quando tiver tempo, sobrando. E não é assim. O conceito é outro. Pelos conceitos cristãos é fácil entender. É só dividir o pão que ele se multiplica. Nosso lixo é luxo pra muitas pessoas. A maioria das pessoas que nos ajudam são pessoas muito humildes, simples. Aqueles que têm dinheiro e o governo, pouco ajudam, quase não olham, não querem responsabilidade. Buscamos recursos de diversas maneiras, como bazares, festinhas, Natal Solidário, onde cada pessoa pode doar 50 reais e fazer um grande Natal pra uma criança. Esse dinheiro num barzinho voa, mas pra uma criança nossa, vale muito. Mas é o povo quem nos sustenta. Tem vez que faltará o leite no dia seguinte e alguém bate no portão dizendo que estava no supermercado e que sentiu que deveria nos doar uma caixa de leite".

Os funcionários são parte mais do que fundamental para o sucesso do projeto:

"Temos uma média de 15 crianças, com mais de 40 funcionários para a sede, divididos em advogado, psicólogo, assistente social até monitores e motorista".

E nessa época de fim de ano, onde a solidariedade pode aflorar ainda mais nas pessoas, a ajuda é mais que bem-vinda. Faça sua parte, faça sua doação financeira no Banco Bradesco - agência nº 1236-0 - Conta Corrente 33.928-8 Instituto Prisma / Projeto Bilu e deixe o fim de ano e começo de 2017 mais feliz para essas crianças e até mesmo para você.

Canal no Youtube: Rede Social
Site: https://www.projetobilu.com
Blog: Selfesportiva.blogspot.com
Telefones: (11) 4899-1458 / 4442-5067/ 99129-5113
E-mails: [email protected]
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