No último domingo (07), o jovem tenista brasileiro João Pedro Sorgi disputou sua primeira final da carreira em torneios da série ATP Challenger na cidade de Savannah, nos Estados Unidos.

Depois de uma hora e 34 minutos em quadra, o natural de Sertãozinho, SP, acabou derrotado pelo tenista da casa - Tennys Sandgren - por dois sets a zero, com parciais de 6/4 e 6/3. Após a excelente semana, o brasileiro concedeu uma entrevista à VAVEL Brasil, contando a respeito da experiência inédita.

“Foi um grande resultado para mim, eu já vinha competindo bem nas últimas semanas. Nesta semana consegui encaixar muito bem o meu jogo, diferentemente de antes. Foi positivo, até surpreendente, mas eu fiz por merecer” confessou o tenista de 23 anos.

“Foi um grande resultado para mim"

No caminho para a final, Sorgi eliminou, nas quartas de final, o cabeça de chave número seis - Stefan Kozlov dos Estados Unidos - por dois sets a zero, por duplo 6/2.

Sobre a vitória contra o número 145 do mundo, relatou: “Para chegar a uma final de um torneio desse nível, você sempre tem que derrotar adversários de destaque no circuito mundial – como no caso do Kozlov. O jogo anterior, contra o Christopher O’Connell foi muito complicado, eu tive muitos méritos por ter resistido mentalmente. Isso me deu muita confiança, que foi essencial para a partida contra o norte-americano, quando foi uma excelente apresentação, dominando do começo ao final”.

Foto: ATP/ Divulgação
Foto: ATP/ Divulgação

Com os pontos conquistados na semana, João ganhou impressionantes 71 posições no ranking mundial, sendo o número 271 nesta segunda-feira (08) - o melhor de sua carreira. “Estou muito contente em estar entre os 300 melhores. Com esse ranking já consigo me firmar no circuito Challenger, entrando direto na chave principal. Isso me ajudará a atingir meu principal objetivo que é participar de um Grand Slam com um profissional e continuar subindo no ranking” afirmou.

"Meu principal objetivo é participar de um Grand Slam com um profissional"

Em relação ao confronto da final, analisou: “Foi um grande jogo. Meu adversário – o Tennys – já vinha em boa fase, inclusive vinha de final do ATP Challenger de Sarasota na semana anterior. Ele está beirando os 100 melhores do mundo, já havia recebido a notícia do wild card para Roland Garros, o que aumentou sua confiança. No jogo ele teve todos os méritos, mereceu ganhar. Mas acredito que fiz um bom jogo, o que eu poderia ter feito era ter sido um pouco mais consistente e agressivo”.

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Na chave do torneio, além dele mesmo, havia outros jogadores jovens e promissores. “Tinha vários jogadores na mesma situação que a minha situação, tentando evoluir no circuito. Isso torna todos os jogos muito competitivos, posto que todos estão tentando desenvolver seu máximo potencial. Foi um torneio muito parelho e uma experiência boa” disse.

"Foi um torneio muito parelho e uma experiência boa”

Esta foi a segunda semifinal de Challenger na carreira de João Pedro, a outra havia sido no Equador no final de 2016. “Em Guayaquil foi uma situação diferente, visto que tinha vindo do torneio qualificatório. Por isso, estava fisicamente desgastado para a semifinal contra o argentino Nicolas Kicker – que está no top 100 atualmente. Nesta semana foi diferente, estava mais descansado e, além disso, o nível do meu jogo vem crescendo ultimamente. Apesar da derrota, todas essas experiências me deixam mais preparado e confiante” comparou.

Foto: ATP/ Divulgação
Foto: ATP/ Divulgação

No circuito de juniores da ITF, o paulista se destacou por chegar à oitava posição do ranking mundial. “Como juvenil tive ótimos resultados, principalmente no último ano, quando pude disputar todos os Grand Slams. Porém, no profissional muitas coisas mudam: começam a surgir dúvidas e inseguranças. Mas com o passar do tempo, comecei a me adaptar, aprendendo com os meus fracassos. Acho que o mais importante é sempre seguir acreditando, tentando entender como atingir seu melhor nível ” falou o número 7 do país.

"No profissional muitas coisas mudam: começam a surgir dúvidas e inseguranças"

Em um de seus últimos torneios como juvenil, Sorgi derrotou o austríaco Dominic Thiem – atual número nove do mundo. “Foi uma ótima partida, joguei muito bem. Naquela época ele já era um destaque na categoria. Imaginei até que ele demoraria mais para evoluir, para mim foi surpreendente. Mas ele é um grande jogador e fez por merecer. Com certeza ele é um exemplo para mim, principalmente para mostrar que é possível” relembrou.

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

“Para o resto da temporada, minhas expectativas melhoraram. Semanas assim mudam a vida de um tenista. Tudo nesse esporte é muito rápido tanto para subir, quanto para cair de produção. Então, tenho que sempre estar preparado. Enfim, espero continuar subindo para, quem sabe, no final do ano estar entre os 200 melhores” finalizou o tenista do Brasil.

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