O sérvio Novak Djokovic tem motivos de sobra para comemorar o título conquistado em Wimbledon. Desde que retornou de lesão, o ex-número 1 do mundo vinha sofrendo com performances abaixo do esperado, lutando para conseguir reencontrar seu melhor tênis. E parece que depois de tanto esforço, ele voltou. 

Após conquistar seu tetracampeonato no All England Club - seu 13º título de Grand Slam -, vencendo o sul-africano Kevin Anderson na final por 3 sets a 0, parciais de 6/2, 6/2 e 7/6 (3), o sérvio deu um grande salto no ranking, voltando a figurar entre os dez primeiros do mundo. 

Curiosamente, Djokovic não tinha certeza se participaria do torneio londrino. Em entrevista após a partida, o sérvio fez questão de falar sobre os momentos difíceis passados, mas também de afirmar que sempre acreditou em si, principalmente nessas dificuldades. 

"Eu não esperava estar tão bem aqui em Wimbledon com essa rapidez. Se me perguntassem depois de Roland Garros, eu provavelmente duvidaria disso. Mas ao mesmo tempo, tem uma parte de mim que sempre acredita na minha habilidade e na qualidade que eu tenho para jogar tênis. Quando eu disputo os torneios, principalmente os Grand Slams, eu acredito que posso ter uma boa oportunidade de disputar o troféu", disse.

O sérvio comentou sobre as emoções sentidas durante todo o processo de recuperação e da lesão em si, enaltecendo a superação que ele teve após tudo. 

"Por vários momentos eu estive frustrado e me perguntando quando eu voltaria a jogar no nível desejado. Mas é isso que fez toda essa jornada mais especial para mim. É fácil falar agora, olhar para trás e dizer que sou grato, mas eu realmente sou grato por ter passado por todas essas emoções e turbulências, momentos de dúvida, desapontamento, frustração e raiva. É uma luta que você passa e se conhece um pouco mais. Você tem a oportunidade de ressurgir como uma Fênix e voltar melhor ainda", ressaltou.

Djokovic voltou às quadras no Australian Open desse ano, perdendo para Hyeon Chung nas oitavas de final. Após passar por um pequeno procedimento no cotovelo direito, disputou os Masters 1000 de Indian Wells e Miami. Ainda incomodado e sentindo dores no local, perdeu as primeiras partidas em ambos os torneios. De acordo com o tenista, foram momentos cruciais para os ensinamentos que ele teve durante toda essa jornada. 

"Eu aprendi a ser paciente com esse processo. Voltar em fevereiro, quando eu tive a cirurgia no cotovelo, foi impaciência. Eu queria voltar e competir o mais rápido possível. Eu tomei a responsabilidade, não conseguia me imaginar longe do circuito por mais alguns meses depois de seis meses afastado na temporada passada. Aprendi as lições da pior maneira", admitiu.

Após uma frustrante temporada de saibro, 'Nole' termina os torneios na grama com onze vitórias e apenas uma derrota, para Marin Cilic na final do ATP 500 de Queen's. O tenista da Sérvia enalteceu a importância e o valor que a conquista de Wimbledon tem para ele.

"Eu não poderia escolher lugar melhor, para ser honesto, no mundo do tênis. Wimbledon sempre é um torneio especial para mim e para vários jogadores. Eu sonhava em ser campeão aqui quando eu era um menino com sete anos de idade. Eu sempre sonhei em vencer Wimbledon", contou.

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Por fim, Djokovic comentou sobre a segunda parte do ano, onde irá começar a temporada de quadras rápidas. Lembrando que o sérvio não tem pontos a defender, podendo saltar mais ainda no ranking no caso de títulos e boas atuações. 

"Eu entendo que as pessoas estejam perguntando o quão consistente será minha performance em alto nível, eu também estou. Mas esse título vai me dar uma grande confiança e motivação para o que vem por aí. Eu não posso ver o futuro, não sei o que irá acontecer. Mas eu gosto de jogar em quadras rápidas. US Open sempre foi um torneio de sucesso para mim. Estou ansioso para ir lá, jogar meu melhor e ver onde isso me levará", afirmou.