Apesar de ser eliminado nas simples e nas duplas em sua estreia, Thiago Wild sai do Rio Open de cabeça erguida. O jovem de 18 anos, uma das grandes promessas do tênis brasileiro, jogou em alto nível e mostrou que tem um potencial que deve ser aproveitado. 

Nas simples, Wild disputou sua terceira partida na chave de um ATP e saiu com mais um revés, dessa vez para Taro Daniel. Porém, em todas as derrotas, o paranaense chegou ao terceiro set e demonstrou uma luta admirável.

Nas duplas, o brasileiro jogou com seu compatriota Mateus Alves, também de 18 anos, como lucky losers. Logo na estreia, enfrentaram Marcelo Melo e Bruno Soares, uma das parcerias favoritas ao título, e não abaixaram a cabeça para os veteranos campeões de Grand Slam. Em um duelo muito disputado, caíram por 10/8 no super tie-break.

Perguntado sobre como foi estar dentro de quadra batalhando contra uma dupla tão consolidada no circuito, Thiago disse ter ficado satisfeito com a experiência. 

"Acho que jogar um jogo de dupla com dois simplistas contra dois duplistas é uma coisa fora do normal. Marcelo e Bruno também não estão acostumados com isso, então acho que tanto nós, como eles, enfrentamos dificuldades. Mas acho que tiramos um bom proveito do jogo, tivemos algumas chances, para uma primeira vez em uma chave de duplas de um ATP está bom"

Sobre o jogo de simples, seu terceiro de nível ATP, o brasileiro afirmou ter começado bem, mas deu créditos ao adversário por ter conseguido mudar o panorama e reagido no confronto. Além disso, o atleta da Tennis Route comentou sobre a transição dos torneios da série Challenger para os de maior nível. 

"Acho que o jogo em si não foi bom. Eu tive um primeiro set muito bom, mas ele mudou muito a forma de jogar depois do primeiro set e acho que isso me incomodou bastante. Ele começou a jogar com um pouco mais de tempo, começou a tirar mais o tempo e algumas bolas que ele estava chegando na defesa, ele passou a contra-atacar mais. Assumiu alguns riscos e conseguiu algumas bolas em uns momentos que eu não esperava".

"O nível Challenger para o nível ATP tem uma diferença enorme, um abismo. Acho que a única coisa que vai me fazer entrar mais nesse mundo é o tempo".

Wild também falou sobre o que tira de lição para o Brasil Open, que acontecerá na semana que vem, em São Paulo.

"Final de semana fiz dois bons jogos, cheguei bem para jogar simples, mas coisas do tênis, isso acontece o tempo inteiro. Mas com certeza para o Brasil Open vou estar aprimorando algumas coisas que deixei a desejar aqui e não saí satisfeito da quadra, e com relação a isso, é que nem eu disse antes, só com o tempo".

Por fim, o tenista de 18 anos, atualmente número 445 do mundo, fez uma avaliação física de si mesmo. De acordo com ele, essa questão não vem sendo problema nos jogos.

"Na verdade eu não tive desgaste, nem problema físico. Foi mais a mudança de jogo dele, alguns vacilos meus, mas coisas do jogo. Com relação a físico não senti nenhuma dificuldade".