Em entrevista exclusiva, o tenista brasileiro Fernando Romboli, 31 anos e número 93 do ranking de duplas da ATP, conta um pouco de como está sua preparação para o retorno às quadras e traz suas impressões sobre o circuito.

VAVEL Brasil: Como está sendo a rotina de treinos durante a quarentena?

Fernando Romboli: Durante a quarentena, eu posso me considerar um privilegiado. Eu tenho a oportunidade de treinar em quadra privada e academia privada também. Então eu estou montando o treino da maneira que eu quero.  Claro, como a previsão de voltar o circuito é incerta, e acredita-se que talvez nem se jogue mais esse ano, eu tenho feito a parte física todos os dias, a manutenção de todos os aspectos físicos, nada muito forte. A quadra eu tenho feito umas três vezes na semana, pra manter aquele ritmo e aquele contato coma bolinha.

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Você estava em uma boa temporada antes da pandemia começar. Acredita que conseguirá manter o ritmo quando o tênis voltar ao normal?

Fernando Romboli: Era uma temporada que estava indo muito bem, bons torneios, um ritmo bom. Agora é muito difícil saber, muito difícil pensar nisso, eu acho que todo mundo vai ter muito dificuldade de voltar, a encontrar ritmo de jogo, porque acho que ninguém ficou tanto tempo sem jogar, a não ser quando você se lesiona. Vai ser bem interessante ver como isso vai ser, porque o circuito inteiro vai estar sem ritmo, então acredito que muita gente vai sofrer no começo.

Eu não estou muito preocupado com isso agora, o mais importante agora é conseguir ter uma definição de quando a gente vai voltar a jogar e quando tivermos uma decisão exata da data, se preparar, montar um planejamento de treinamento pra tentar chegar com o melhor ritmo possível nas competições."

VAVEL Brasil: Você formou dupla com Thiago Monteiro em Buenos Aires e acabaram sendo derrotados para os campeões Granollers/Zeballos. Como foi essa experiência?

Fernando Romboli: É sempre muito legal jogar com o Thiago, ele é uma cara muito legal, o estilo de jogo dele me ajuda bastante na dupla, um cara que pega muito firme no fundo de quadra. Foi muito interessante jogar com esses caras, já treinei várias vezes com o Zeballos, o cara é 3 do mundo de dupla, então realmente é muito legal você poder estar dividindo quadra com esses caras. O objetivo é sempre estar jogando esses torneios e poder estar no ambiente deles e evoluir junto. Você evolui jogando com os caras bons. A gente sempre tenta tirar o maior proveito disso.

VAVEL Brasil: Na sua opinião, qual é a melhor dupla de tênis do mundo?

Fernando Romboli: A melhor dupla da atualidade pra mim é Cabal/Farah."

VAVEL Brasil: Como a ATP está conversando com os tenistas sobre a volta do tênis? Vocês estão recebendo informações com frequências? Existe algum plano já deles para a volta?

Fernando Romboli: A ATP tá sempre em contato por e-mail. Colocando a par de quando vai tomar alguma decisão, mas eles estão tomando decisões de curto prazo, como vocês têm visto na imprensa. Algumas vezes os tour managers, que tem uma relação com a gente, ligam, conversam, perguntando se está tudo bem e tentam fazer esse meio de campo.

O que eles nos passam é o mesmo que sai na imprensa, nada diferente. O plano deles é esperar, é tomar decisões de mês em mês, porque como é um evento que a gente nunca passou é muito difícil de ter uma certeza de quando pode voltar. Então eles também não querem cancelar tudo precipitadamente.

Romboli jogou ATP 500 do Rio ao lado de húngaro Attila Balázs (Foto: Fotojump)
Romboli jogou ATP 500 do Rio ao lado de húngaro Attila Balázs (Foto: Fotojump)

VAVEL Brasil: Como foi a conversa do fundo de apoio aos tenistas? Já existe alguma previsão para quando o recurso será enviado?

Fernando Romboli: Eles dizem que o fundo, que essa ajuda vai sair brevemente. Não deram data, já saiu quais os valores que serão distribuídos e pra quem será distribuído. Então já sabemos como vai ser mas ainda não temos previsão exata de quando será pago. Acredito que em breve.

VAVEL Brasil: Como você seu futuro no circuito? Quais são seus maiores objetivos? Tem algum título que gostaria de conquistar?

Fernando Romboli: Eu não tenho muito uma questão de títulos, penso em me firmar no circuito chegando ali em um top 50 para poder jogar todos os torneios grandes primeiramente. A partir dali traçar outro objetivo, que com certeza vai ser baixar entre os top 20, e futuramente quem sabe um top 10. Eu não gosto de ter objetivos a muito longo prazo, gosto de ir pouco a pouco alcançando os objetivos e criando novas perspectivas.