A ex-número um do mundo, Venus Williams, escreveu carta aberta contra o racismo no seu Instagram. A norte-americana se uniu a diversas figuras públicas em manifestações, algumas presenciais, após novos atos de violência policial contra afro-americanos nos Estados Unidos.

Na sua rede social, a atleta reforçou a importância de que o assunto seja debatido e não deixado para trás, como no passado. Ela lamentou que tenha sido necessário tais atos aconteceram para que o país percebesse a gravidade do racismo que ainda se vê em muitos momentos.

"Pensem um momento nisso: se a brutalidade policial ainda existe e é tolerada dessa maneira, imaginem a quantidade de outros casos de racismo que já tivemos e ainda temos nesse país; nas empresas, no sistema judiciário, sistema de saúde, educação (...) Falar sobre isso no passado era impopular, era censurado; ninguém acreditaria em você".

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

I am deeply saddened that it has taken multiple acts of police brutality to make people painfully aware of the racism that still pervades America. It shouldn’t. This just scratches the surface of the hideous face of racism in America. Take a moment to imagine this: If police brutality can exist and be tolerated so many years at this scale, imagine the other insidious acts of racism that permeate our country: In the workplace. In the justice system. In the healthcare system. In the education system. ... Speaking up about racism in the past was unpopular. It was shunned. No one believed you. Until you have walked in these shoes, as an African American, it is impossible to understand the challenges you face in the country, in this world. What it is like to be unheard, thought of foolish, silly or reckless to believe that racism still exists at every level. This is no longer falling on deaf ears. I’m amazed at the solidarity that has erupted across the USA. It has brought me to tears. In the past, I had the honor of fighting for equal prize money for all women’s players at the grand slams in tennis. To make this even more simple to understand, just as sexism is not only a "women's issue," racism is not only a "black issue." When we fought for and won equal prize money, everyone pitched in, men and women, all colors all races. And we won. When the majority groups stay quiet, when they sit in the chair of disbelief, they unwittingly condone the oppression of marginalized groups. Those with power and privilege actually have an easier time getting heard. They must CONTINUALLY exercise that privilege! We MUST win! We cannot let systematic racism persist. We have to love one another. Help one another. Listen to one another, believe one another, even if we don’t understand or will never walk in our neighbor’s shoes. Keep speaking out. Speak out today, tomorrow, next month, next year, each and every day until all is equal for African Americans. I am so happy, so relieved, as an African American, to finally be heard. I pray for those who have lost their lives and for their families so America could finally wake up and act. #blacklivesmatter

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A heptacampeã de Grand Slams reforçou a relevância desse momento, com a solidariedade de milhões de pessoas em torno da causa, e se revelou emocionada pelas manifestações, que iniciaram após George  Floyd, um homem preto, ter sido sufocado até a morte por um policial branco em Minneapolis.

"Isso não entra mais em ouvidos surdos. Eu estou maravilhada com a solidariedade que se irrompeu por toda a América (Estados Unidos). Estou literalmente com lágrimas nos olhos (...) Muito feliz como afro-americana de finalmente ser ouvida. Eu rezo pelas pessoas que perderam suas vidas, e por suas famílias, para que finalmente a América acordasse e agisse"

A tenista ainda lembrou que essa não é uma luta apenas dos afro-americanos, e sim de todos.

"No passado, eu tive a honra de lutar por pagamentos igualitários para mulheres no tênis (...) assim como 'sexismo' não é apenas para mulheres, 'racismo' não é somente para os negros (...) Quando os grupos majoritários se mantém calados, sentados em suas cadeiras sob negação, eles involuntariamente estão perdoando a opressão dos grupos marginalizados. Aqueles com poder e privilégio tem agora uma época em que podem ser ouvidos de modo mais fácil. Eles precisam constantemente exercer esse privilégio".

Por fim, Venus listou algumas organizações que estão na linha de frente no combate ao racismo e para quais as pessoas podem doar, como 'Equal Justice Initiative' e 'Washington Tennis and Education Foundation'. Ela também sugeriu algumas leituras sobre o assunto como 'The New Jim Crow', de Michelle Alexander.