A tenista brasileira Teliana Pereira, anunciou nesta segunda-feira a sua despedida oficial das quadras do circuito mundial. Aos 32 anos, a pernambucana foi a terceira tenista mais bem ranqueada da história do país, atrás apenas de Maria Esther Bueno e Niege Dias, tendo alcançado a #43, vencido dois torneios WTA e representado o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016. Agora, ela vai trilhar outros caminhos.

A decisão da atleta foi divulgada durante o podcast Match-Point, do "Globoesporte.com", com Thiago Quintella, Eusébio Resende e Narck Rodrigues.

"Fico até emocionada de falar. Foi uma carreira incrível. Não sei, talvez eu tenha ido até muito além do que eu imaginei. Dois títulos da WTA, jamais imaginei que conseguiria. Lógico que a gente trabalha para isso, treinei duro por muito tempo. Mas, sempre superei minhas expectativas. Mas, infelizmente a gente tem que parar uma hora. Quero iniciar coisas novas, tudo que vivi em quadra foi incrível", disse a ex-jogadora.

Teliana Pereira venceu dois torneios WTA e outros 22 de ITF. Tem ainda 11 participações na chave principal de torneios Grand Slam, sendo três em Roland Garros, Winbledon e US Open e duas no Aberto da Austrália.

Representando o Brasil, foi medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e participou dos Jogos Olímpicos de 2016, novamente na Cidade Maravilhosa. Competiu também na Fed Cup.

Cristiano Andujar/CBT
Cristiano Andujar/CBT


Natural do município de Águas Belas, no pernambucano, Teliana, nascida em 20/07/1988, migrou para o Paraná ainda criança. Iniciou a carreira profissional em 2005, depois de ótimas atuações como juvenil, e em 2007 deu um pulo na carreira, conquistando a medalha de Bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, ao lado de Joana Cortez, nas duplas. Apesar de sofrer com diversas lesões durante sua carreira, nunca desistiu.

Em 2013, se tornou a primeira brasileira a alcançar a semifinal de um WTA, em Bogotá, desde 1989. Ainda naquele ano, se tornou a primeira tenista do Brasil a chegar no top-100 da WTA, desde 1990.

Dentro do top 100, em 2014, Teliana conseguiu disputar, pela primeira vez na carreira, todos os Grand Slams na chave principal, chegou a ganhar uma rodada em Roland Garros. Em 2015 quebrou um jejum de 27 anos do Brasil ao conquistar o primeiro título da carreira no WTA de Bogotá, em abril. Em agosto, conquistou o segundo troféu do WTA, em Florianópolis e entrou para o top 50 (43ª) pela primeira vez, se tornando assim, a terceira tenista mais bem classificada da história no Brasil, atrás apenas de Maria Esther Bueno e Niege Dias.

Teliana ainda falou sobre como foi o seu processo para decidir a sua aposentadoria.

"Ninguém se aposenta do dia pra noite. Tive várias dificuldades de minha carreira, machuquei bastante. Lidei muito bem com a lesão no joelho, mas tive problema sério no cotovelo, essa lesão foi bem chata, ali por 2016 quando comecei a sentir, dei uma bela desmotivada, joguei aquele ano todo com muita dor, tomando remédios, aquelas coisas que precisa fazer para seguir. Estava nesse processo (aposentadoria) há um ano ou mais. Estava ficando bem difícil manter aquela rotina, acordar, treinar, viajar. Comecei a perceber que minha cabeça não estava mais ali. Dependia muito de mina parte mental e física para eu ganhar das minhas adversárias. Tinha dias que não tinha mais motivação e estava processando que era hora de fazer outra coisa. Não foi fácil pois dediquei minha vida inteira. 24 anos só fazendo isso, desde os 8 anos. Conversei muito com meu irmão com o Renato por ser meu técnico. Compartilhava muito com ele. Muitas vezes não tendia, não estava mais feliz, conectada em quadra. Fui amadurecendo a ideia e quando tomei a decisão foi muito tranquilo. Tinha a certeza que era a correta. Estou super feliz com minha decisão".