Na contagem regressiva para Roland Garros, muita expectativa em torno do líder do ranking mundial Novak Djokovic, que vem em busca de seu primeiro título do Grand Slam parisiense.

Por outro lado, bastante se fala na nova geração que vem em ascensão e pode atrapalhar a vida dos favoritos. A Vavel Brasil lança uma série de especiais falando sobre os jovens que podem surpreender em Roland Garros; o primeiro dessa série é Lucas Pouille, atual 52 do mundo, que jogará pela quarta vez o torneio, mas pela primeira será cabeça de chave da competição.

Pouille completou 22 anos em Fevereiro e vem subindo bastante no ranking desde o ano passado, quando entrou pela primeira vez entre os 100 melhores do mundo. 

Como juvenil, foi apenas número 23 do mundo, porém obteve resultados expressivos. Foi vice campeão no tradicional torneio GA de Osaka, no Japão, perdendo a final para o tcheco Jiri Vesely e vencendo na semifinal o australiano Nick Kyrgios. O francês também fez quartas no Australian Open, caindo nesta fase para o local Luke Saville, que dominou o circuito juvenil na época junto com o canadense Filip Peliwo. Hoje, nenhum dos dois dá sinais de sucesso no profissional.

Pouille teve sucesso na transição junior - pro. Abdicou de jogar a categoria até 18 anos no seu último ano para se dedicar a futures e foi muito bem, vencem dois torneios na categoria em 2012 e em 2013, totalizando quatro. Obteve sua primeira vitória em ATP em Roland Garros no ano de 2013; após receber um convite para a chave principal, ele venceu o americano Alex Kuznetsov e caiu para o búlgaro Grigor Dimitrov, a partir daí começou a subir com rapidez no ranking.

Começou a se dedicar aos Challengers, no mesmo ano (2013) alcançou quartas e semifinais e entrou pela primeira vez no top 200 mundial. O curioso é que ele nunca venceu um torneio da categoria, mas sempre foi bem consistente, chegando constantemente às fases semifinais e sendo vice campeão em uma oportunidade, no Marrocos em Setembro de 2014. Nesse ano obteve seu grande resultado até então, passando o qualificatório do Masters 1000 de Paris, onde fez oitavas, perdendo para o suíço Roger Federer.

Desde então passou a se arriscar mais em ATP's e colheu os frutos do trabalho. Em Abril do ano passado entrou pela primeira vez no top 100 e não parou mais de subir, mostrou consistência nos campeonatos maiores e foi escalando o ranking. 

Esse ano sua evolução foi maior. Após começar o ano sem resultados expressivos, fez grande campanha no Masters 1000 de Miami, chegando às oitavas de final, quando caiu para o compatriota Gilles Simon. Repetiu a campanha em Monte Carlo, perdendo para Jo Wilfried Tsonga; após os dois torneios, passou de 88 para 72 no ranking.

Dando sequência à boa forma, foi finalista pela primeira vez de um ATP. A decisão foi contra Fernando Verdasco em Bucareste, na Romênia, onde perdeu para o espanhol por 6-3 6-2, com isso foi de 72 a 56. Em seguida fez segunda rodada em Madri, onde ganhou mais quatro posições.

O grande resultado de sua carreira veio nessa semana no Masters 1000 de Roma, em um misto de sorte com competência, entrou de lucky loser na chave principal no lugar de Tsonga. Passou a primeira rodada de bye e bateu na sequência o letão Ernests Gulbis e o espanhol David Ferrer, contou com a desistência de Juan Monaco nas quartas e avançou direto para a semifinal, onde perdeu para o britânico Andy Murray por 6-2 6-1. Com o feito, ele será 31 do mundo na próxima semana e se garante como um dos 32 cabeças no Grand Slam francês.