Não existe incógnita maior atualmente no tênis que Novak Djokovic. Com ótimos resultados no primeiro semestre de 2016, Djoko simplesmente despencou após o título de Roland Garros e teve atuações bem ruins na reta final do ano. Pela primeira vez em muito tempo, ele deixou o topo do ranking da ATP após o Masters 1000 de Paris.

O sérvio já admitiu que após o título de Grand Slam que faltava, ele mesmo perdeu um pouco do prazer em jogar. Coincidência ou não, os resultados dos últimos torneios foram bem ruins, em especial na Olimpíada quando caiu na primeira rodada para Del Potro.

A dúvida atual é qual Djokovic estará em quadra na disputa do Finals na próxima semana: o campeão focado e que é difícil de ser batido do primeiro semestre ou essa versão do segundo semestre, dispersa e sem o foco que habitou os espectadores?

Uma curiosidade para este ano, inclusive, é que Novak é o único tenista que já conquistou o Finals. Como o sérvio vem em baixa, a possibilidade de termos um novo campeão aumenta consideravelmente.

Histórico no Finals

Nole é certamente um dos tenistas mais acostumados a disputar o Finals entre todos os participantes. São cinco títulos, três deles invictos, e quatro na sequência de 2012 até 2015. O único a vencer mais vezes que Djokovic foi Roger Federer, com seis conquistas.

O primeiro título, aliás, veio na estreia do sérvio na competição. Em 2008, ele entrou como segundo colocado no ranking da ATP e venceu Davydenko na final por 2 sets a 0 (6/1 e 7/5). Depois disso, alguns anos de resultados ruins em Finals.

Em 2009, Djokovic parou na primeira fase. Mesmo vencendo Nadal e Davydenko, o sérvio perdeu para Soderling e ficou de fora nos critérios de desempate. Em 2011, nova queda na primeira fase e já como líder do ranking. Entre as quedas na primeira fase, uma semifinal, em 2010, perdida para Roger Federer: 6/1 e 6/4.

A partir de 2012, Nole voltou a comandar o torneio com quatro títulos consecutivos. Federer foi sua vítima em três deles (2012, 2014 – por WO pela primeira vez na história – e 2015). Em 2013, ele bateu Nadal por 2 sets a 0 (6/3 e 6/4).

Se mostrar recuperação, Djoko chegará ao quinto título consecutivo de Finals, algo inédito já que nenhum outro tenista conquistou cinco vezes seguidas o título.

Temporada atual

Ninguém teve uma queda de rendimento tão grande quanto Novak Djokovic na temporada atual, mas essa queda é diretamente associada a um começo de ano absurdo que o sérvio apresentou. Foram quatro títulos nos primeiros cinco torneios do ano (Qatar, Australia Open, Indian Wells e Miami). A única derrota, em Dubai, foi por questões físicas, quando abando o jogo contra Feliciano Lopez.

Apesar de um tropeço surpreendente em Monte Carlo, quando perdeu para Vesley, Djoko voltou bem em Madrid e Roma. Em duas finais com o atual líder do ranking, Andy Murray, venceu na Espanha e perdeu na Itália. O ápice do ano foi na França. Disputando o Roland Garros, Djokovic fez ótimo campeonato e conquistou o desejado título de um dos torneios mais charmosos do circuito.

Após ganhar mais um Grand Slam, porém, o sérvio caiu muito de rendimento. É verdade que venceu Nishikori e conquistou o título em Toronto e que fez a final de US Open, perdendo para Wawrinka. Os bons resultados aos poucos deram espaço para tropeços inexplicáveis como a derrota para Querrey, em Wimbledon, ou a eliminação na primeira fase das Olimpíadas contra Del Potro, jogo este que ficou marcado por Nole deixar a quadra chorando.

Nos últimos torneios do ano, novos resultados abaixo do esperado. Em Xangai, parou na semifinal diante do espanhol Batista Agut. Antes, já havia passado com muita dificuldade por Mischa Zverev, um tenista muito inferior tecnicamente. Em Paris, cidade do grande resultado do ano, outra decepção: eliminação nas quartas-de-final para Cilic.

Retrospecto – Head to Head

Se não vem em boa fase, Djokovic chega ao Finals com ótimo retrospecto contra seus adversários do torneio, com grandes vantagens inclusive contra Murray, com mais do que o dobro de vitórias. Na primeira fase, seus três adversários nunca venceram um jogo sequer contra Nole.

Adversários na primeira fase:

Raonic: Foram sete partidas e sete vitórias do sérvio. A partida mais importante foi a final no aberto da França, em 2014. Na oportunidade, Djokovic venceu sem sustos por 2 sets a 0 (6/2 e 6/3).

Monfiels: um dos maiores “fregueses” do torneio, o francês nunca venceu Nole mesmo tendo disputado treze partidas. Fizeram a final do aberto da França em 2009 e, mesmo jogando em casa, Monfils perdeu por 2 sets a 1. Em 2005, Monfils complicou a vida de Djokovic no US Open e, apesar da derrota por 3 sets a 2, aplicou um pneu no quarto set.

Dominic Thiem: é o jogador com menos partidas contra o sérvio, mas também não venceu. Nos três confrontos, sequer conseguiu ganhar um set até o momento.

Possíveis adversários na fase final:

Murray: O atual líder do ranking não tem números positivos contra seu antecessor. São 24 vitórias de Djokovic contra 10 do britânico Andy Murray. No ano, fizeram quatro partidas e todas em finais. Nole ganhou três (Austrália Open, Roland Garros e Madrid), enquanto que Murray levou uma (Roma).

Wawrinka: Outro que não costuma levar sorte contra Djokovic, Wawrinka tem 19 derrotas e apenas 5 vitórias. Mesmo assim, uma dessas foi importantíssima: Stan venceu  o único confronto neste ano, sagrando-se campeão do US Open.

Nishikori: Grande carrasco em 2014, quando surpreendeu o mundo e eliminou Nole do US Open, Nishikori não conseguiu aprontar novamente em 2016: cinco jogos e cinco derrotas. No geral, tem 10 derrotas para o sérvio e apenas duas vitórias.

Cilic: Outro freguês de carteirinha de Djokovic, Cilic tinha perdido todos os 14 jogos disputados entre os dois até o aberto de Paris, justificando ainda mais a preocupação com a fase atual do sérvio.