O primeiro grande teste desde a volta de Roger Federer ao circuito do tênis foi assustadora. Encarando o número 10 do mundo, o tcheco Tomas Berdych, na quadra principal do Australian Open, as expectativas eram enormes para saber o verdadeiro potencial do suíço após um tempo lesionado e seis meses sem jogar.

Nem os 35 anos impediram o ex-número 1 de vencer. Aliás, o tenista deu show, atropelou Berdych e em apenas uma 1h30, Federer anotou 3 sets a 0, com parciais de 6/2-6/4-6/4.

Agora, Roger encara mais uma pedreira nas oitavas-de-final. Kei Nishikori será o adversário e mais um teste de fogo para o suíço, que prova a cada partida que ainda tem muita lenha pra queimar.

Atropelo do suíço

O começo da partida foi cercado de expectativa. A 14ª posição no ranking da ATP não condiz com a qualidade de Federer e encarar um top-10 mostraria a real condição dele. Berdych tentou colocar seu ritmo na partida, mas foi amassado pelo rival já no começo.

Com um saque bem encaixado, trabalho bem feito de backhand e fazendo o tcheco se mexer no fundo de quadra, Federer dominou o logo abriu 4/2. As variações de jogadas pegavam Tomas de surpresa e não conseguia encaixar o jogo. Tanto que foi novamente quebrado e se viu atrás no marcador em menos de 30 minutos. 

Falso equilíbrio

Sem saber o que havia acontecido, Berdych tentou se reanimar na partida. Mas a aula de Federer continuava a toda, seguindo com um saque bem colocado, uma esquerda letal e subidas com voleio que castigavam Berdych.

Assim como set anterior, Tomas foi quebrado logo no seu primeiro game de serviço. Daí em diante, o domínio do suíço seguiu tranquilo, mas com uma intensidade que ainda não se tinha visto no retorno às quadras, no começo do ano na Copa Hopman.

Berdych precisou forçar mais seus serviços, mas, ainda que melhorava seu jogo, via Federer fazer devoluções mágicas de esquerda. Era um atropelo em todas as variáveis e nova vitória de Roger, agora por 6/4 em pouco mais de meia hora.

Tranquilidade

O terceiro set foi bem parecido com o segundo em questão de roteiro. Quebra de Roger logo no primeiro game de saque do tcheco, rallys curtos, golpes bem posicionados e subidas à rede massacrantes. Até os desafios pedidos pelo tenista da República Tcheca não davam certo.

A torcida, claramente com o suíço, passou a torcer por Berdych querendo um pouco mais de jogo. Mas as bolas anguladas, as jogadas abertas de Federer castigando Tomas abria caminho para nova vitória tranquila. O alto ritmo de Roger, aliada a sua técnica já conhecida, fez o jogo se encerrar em mais um 6/4, totalizando 1h30 de partida. Uma aula de tênis do velho Federer que o mundo aprendeu a ver.

Agora, contra Kei Nishikori, novamente Roger está nas cordas. Ele já mostrou que tem condições, tem bola pra vencer e surpreender. Por mais que o japonês esteja na quinta posição, é melhor ele entrar bem atento. Jogo promete demais no fim de semana.

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Sobre o autor
Diego Luz
De video game à política. Lendo tudo,ouvindo bastante e vivendo com base naquilo que acho certo. Muito prazer.