Chegou ao fim mais um Rio Open para os brasileiros. O último sobrevivente foi Bruno Soares, que ao lado do britânico Jamie Murray, disputaram a semifinal contra Pablo Cuevas e Carreno Busta. A derrota por 2 sets a 1 aumentou o tabu dos brasileiros na principal competição sul-americana de tênis.

E após o jogo, Bruno Soares conversou com a imprensa sobre mais uma eliminação no Rio de Janeiro, escapada nos detalhes.

"Esse foi o melhor ano em que joguei aqui. Jogo foi bom, mas os rivais estavam bem firmes, bem sólidos e jogaram bem no primeiro saque, dificultando a devolução. Sacamos bem também, apesar de que eles tiveram chances também de quebrar a gente, mas conseguimos nos manter bem em quadra. No segundo set, sacamos bem também, tirando um serviço meu, mas no geral foi um jogo bem igual. Senão me engano, tivemos o mesmo número de pontos".

Bruno lamentou o fato de desperdiçarem match-point e lamentou um momento em que sacou mal.

"Tivemos match-point, mas não aproveitamos. Se houve uma diferença foi quando saquei mal duas vezes e deixei na mão deles, facilitando a devolução. Ainda consegui me recuperar, tivemos novo match-point, mas tivemos um pouquinho de azar, quando Cuevas deu um lob defensivo e caiu na linha e eles ganharam o jogo. Mas tirando isso, jogamos bem, fizemos uma boa campanha, fizemos três bons jogos e, devido as condições que o Rio de Janeiro apresentam, foi uma pena ter caído antes da final".

Questionado o que deveria mudar quando encarasse uma dupla com estilo diferente, Bruno ressaltou que precisam devolver melhor e reclamou da bola do torneio novamente.

"É fazer uma devolução eficiente, trabalhar melhor no saque. Aqui, a bola corre diferente, o impacto muda e o saque deles fica complicado. Temos de colocar a devolução em jogo. À partir do momento em que colocar em jogo, a bola vem quebrada e isso foi o diferencial no US Open, quando encaixava bem a devolução, sendo mais agressivo, podendo atacar mais no saque. Com essas condições daqui, acontece o contrário. No nosso saque, conseguimos encaixar mais e ser agressivo, mas no saque deles não dá. Meu forte é a devolução e é complicado pra eu ser mais agressivo na hora do saque".

O fato de ter mudado de quadra momentos antes da partida não foi motivo para a derrota, mas Bruno confessou preferir a quadra 1 do Jóquei Clube.

"Eu acho positivo essa mudança. Na quadra 1 gostamos por ter uma atmosfera, um caldeirão bem legal, com a torcida comparecendo, mas sem dúvida a quadra central é bem legal também. Hoje tinha muita gente lá e foi um clima bacana. O problema na central é nem sempre ter a mesma atmosfera da 1, sem o mesmo público. Mas estamos preparados para enfrentar qualquer um".

Novamente a bola do torneio foi motivo de críticas por parte do tenista brasileiro, que não poupou as condições apresentadas, mas ressaltou que agora é trabalhar em cima dos erros.

"Não sou muito fã da Head (marca de material esportivo) e dessa bola. Acho que ela nivela por baixo, deixando o jogo feio. Você pode ver muito erro grotesco, com bolas saindo 5 metros de fundo, coisas que você não vê com bolas mais pesadinhas. Então junta tudo isso com o calor, com o saibro pesado, deixa o jogo mais difícil. Não sou muito fã, mas é parar de reclamar e jogar".

Bruno admitiu que essa edição foi onde jogou melhor o torneio de duplas e ficou chateado com a derrota.

"Nos outros torneios, pra ser bem sincero, acho que jogamos bem mais ou menos. Chegava na semifinal e pensava comigo que estava bom. Esse ano fiquei chateado porque jogamos bem, uma boa campanha, com armas que tínhamos, tendo até match-point. Foi por um ponto".

Agora Bruno e Murray se preparam para Acapulco, já de olho nos Masters 1000 americanos. A dupla segue sendo uma das melhores do mundo e tem tudo para dar mais alegrias.