O 'último ato' do calendário oficial da ATP em 2017 já se aproxima. O ATP World Tour Finals, a ser realizado em Londres entre os dias 12 e 19 de novembro, reúne os oito melhores jogadores da temporada, e é considerado um dos torneios mais importantes do circuito.

Um dos primeiros tenistas a garantir seu lugar no ATP Finals foi Roger Federer. Aos 36 anos, o maior vencedor de Majors da história segue aniquilando recordes e protagonizará, em Londres, a sua 15ª participação no torneio que encerra a temporada, um recorde absoluto entre tenistas. Com seis títulos, Federer é o maior campeão do ATP Finals.

+ Guia VAVEL do ATP Finals 2017

Desafiando a lógica, o suíço retornou 'voando' após um longo tempo afastado das quadras por lesão, e construiu em 2017 uma das temporadas mais prolíficas de sua carreira. Foram sete títulos em oito finais disputadas, mais do que qualquer outro adversário. Seu único vice em 2017 foi no Masters 1000 de Montréal. Em termos de conquistas, foi o melhor ano de Roger desde a temporada 2008. 

Dentre os troféus erguidos pelo helvético no ano, dois sonhados Grand Slams - Australian Open e Wimbledon. Roger não conquistava um título deste porte desde o ano de 2012, quando bateu Andy Murray por 3 sets a 1 na final do Major britânico. Além dos Slams, três títulos de Masters 1000 - Indian Wells, Miami e Xangai -, e dois ATP 500: Halle e Basel.

Retrospectiva: Roger Federer em 2017

Janeiro dos sonhos: o Grand Slam #18

(Foto: Cameron Spencer/Getty Images)

O suíço chegou à temporada de 2017 cercado de dúvidas e com o pior ranking de sua carreira em uma década e meia. No Australian Open, primeiro Grand Slam da temporada, Roger Federer foi apenas o 17º cabeça de chave, posição que lhe rendeu uma chave complicadíssima.

O suíço teve de encarar três tenistas top10 até a grande decisão: Tomás Berdych, na terceira rodada; Kei Nishikori, nas oitavas e Stan Wawrinka, na semifinal. Contra o tcheco, Federer não encontrou dificuldades e venceu por 3 sets a 0. Nos duelos seguintes, contra Kei e Stan, duas batalhas épicas de cinco sets, vencidas pelo veterano.

A inesperada final reservou o seu maior algoz no circuito: Rafael Nadal. Apesar do retrospecto desfavorável, Federer mostrou muita raça e coração durante o jogo, revertendo enorme desvantagem no quinto set e vencendo o espanhol por 3 a 2, em um jogo de quase 3h40 de duração. Finalmente, o suíço erguia o tão esperado #18.

+ Relembre a decisão: Federer reage no quinto set, bate Nadal e vence o 18° Grand Slam da carreira

Dobradinha nos Estados Unidos e o 'não' ao saibro

(Arte: Nathália Almeida/VAVEL Brasil)

O título na Austrália parecia o presságio de uma grande temporada para Federer. E isto rapidamente se confirmou. Entre os meses de março e abril, o suíço conquistou os Masters 1000 de Indian Wells e Miami, primeiros torneios da categoria na temporada. Foi o terceiro 'Sunshine Double' da carreira do multicampeão.

Em Indian Wells, Roger chegou como cabeça de chave 9, e simplesmente não deu chances aos seus adversários. Foram seis partidas até o título e nenhum set perdido. Na campanha vitoriosa, o suíço bateu Rafael Nadal, nas oitavas e Stan Wawrinka, na grande decisão.

Miami trouxe maiores dificuldades. O suíço esteve à beira da eliminação na semifinal, contra Nick Kyrgios, mas conseguiu grande reação e avançou. Na final, novo episódio da rivalidade com Nadal e mais uma vitória contra o espanhol na temporada, a terceira em três jogos.

Ciente do desgaste da longa temporada e dos riscos maiores aos 36 anos, Roger Federer optou por não jogar a temporada de saibro, não disputando os Masters de Monte Carlo, Madrid e Roma, além de Roland Garros.

Temporada de grama: Halle e Wimbledon

(Foto: Tim Clayton/Corbis via Getty Images)

Descansado, o suíço partiu para a temporada de grama, seu piso favorito. Apesar do favoritismo no ATP 500 de Stuttgart, Roger caiu logo nas oitavas de final, ante ao também veterano Tommy Haas, tenista da casa.

Mas a recuperação veio quase imediatamente. Em Halle, como cabeça de chave número 1, Federer conquistou o eneacampeonato sem perder nenhum set. Na final, o suíço simplesmente atropelou o jovem Alexander Zverev: 6/1 e 6/3.

Mas o auge da temporada do veterano estava reservado para o Grand Slam que primeiramente lhe consagrou, lá no ano de 2004. Buscando seu oitavo título em Wimbledon, Federer protagonizou atuações mágicas na grama sagrada do All England Club. 

Inspirado, o suíço construiu campanha impecável, com vitórias em sets diretos contra Lajovic (segunda rodada), Mischa Zverev (terceira rodada), Dimitrov (oitavas), Raonic (quartas) e Berdych (semifinal). Na decisão, Federer bateu Marin Cilic também por 3 a 0, confirmando o 19º título de Slam da carreira sem perder nenhum set.  

+ Relembre a decisão: Federer atropela Cilic e conquista Wimbledon pela oitava vez

Vice no Canadá e frustração no US Open 

(Foto: Clive Brunskill/Getty Images)

O retorno ao piso duro não foi como Federer esperava. No Masters 1000 de Montréal, o suíço não repetiu o alto nível de atuações e se mostrou claramente desconfortável em quadra. 'Aos trancos', o suíço chegou à final, mas foi presa fácil para um inspirado Alexander Zverev.

Poucos dias depois, Roger confirmou que jogou Montréal com fortes dores nas costas, e optou por não disputar o próximo torneio do calendário: o Masters 1000 de Cincinnati. O pequeno período longe das quadras visava total recuperação para o US Open, a ser disputado entre o final de agosto e o início de setembro.

No último Grand Slam da temporada, Federer sobreviveu à eliminação precoce em duas oportunidades, precisando de cinco sets para eliminar Tiafoe e Youzhny nas primeiras rodadas. Nas quartas de final, porém, o suíço não resistiu e sucumbiu ao valente Juan Martín Del Potro.

Novo triunfo sobre Nadal e título em casa

(Foto: Yifan Ding/Getty Images)

Do US Open ao próximo grande torneio do calendário, o Masters 1000 de Xangai, o suíço teve aproximadamente um mês para descansar e se recuperar do 'mau momento'. Na China, o multicampeão voltou a apresentar o tênis de altíssimo nível da metade da temporada.

A chave proporcionou uma precoce possibilidade de revanche para o suíço, que não desperdiçou. Na semifinal, Federer encontrou Del Potro, seu algoz no US Open, e deu o troco. Na decisão de Xangai, o quarto 'Fedal' da temporada, com a quarta vitória do suíço: 6/4 e 6/3, sem nenhuma chance pro espanhol.

Ainda houve tempo para, antes do ATP Finals, Federer erguer mais um troféu. Nos braços de sua torcida em sua terra natal, o suíço sagrou-se octacampeão do ATP 500 de Basel, batendo novamente o rival argentino Del Potro, em um jogo de tirar o fôlego.

Os sete títulos em 2017 levaram o tenista da Suíça à segunda posição no ranking de maiores campeões, com 95 títulos ATP, atrás apenas de Jimmy Connors, com 109. Será que Roger Federer conquistará o #96 ainda este ano?