A bola sai. O árbitro marca 'out' e o ponto é do adversário. O tenista reclama e pede o desafio eletrônico. No telão, as câmeras mostram a trajetória da bola e a comprovação de onde quicou. Problema resolvido. Essa solução é normal no tênis, mas para quadras duras e de grama. Porém, nesta edição de Rio Open, o sistema de Hawk-Eye está sendo testado em um piso fora do comum: o saibro.

O Hawk-Eye é usado como 'tira-teima', que utiliza várias câmeras de alta velocidade para esclarecer lances duvidosos. O sistema surgiu após o US Open de 2004, onde a tenista Serena Williams reclamou de várias marcações assinaladas pela juíza de cadeira. Depois do jogo, foi constatado nas imagens que houve erro em várias marcações.

A VAVEL Brasil conversou com George Hughes, vice-presidente da empresa que fornece o sistema de Hawk-Eye, para saber mais sobre a ferramenta que está sendo testada em um novo piso. O que é mais é possível fazer com um programa recheado de informações? Ele contou sobre seu funcionamento e novas utilidades Confira!

Como funciona?

São dez câmeras ao redor da quadra que captam o traçado da bola para um computador. As linhas mostram com precisão onde a bola está e seu trajeto em tempo real. Toda essa informação é reunida e repassada a um servidor. Também é contabilizado a distância percorrida pela bola, velocidade e outras estatísticas. O servidor separa essa informação e repassa aos diretores de TV e comentaristas.

Com o Hawk-Eye também é possível medir a altura, velocidade e outros dados fornecidos pelo sistema. As câmeras são calibradas de acordo com a organização na busca pelas estatísticas desejadas. Como o sistema é comprado pela transmissão de TV, são eles que decidem.

Quanto custa?

A Sony, empresa que fornece o sistema de Hawk-Eye para a ATP, não entra em valores. Não é permitida a divulgação dos dados. No entanto, a reportagem apurou que o serviço é oferecido semanalmente e o torneio é quem paga o valor.

(Foto: Marcello Neves/VAVEL Brasil)
(Foto: Marcello Neves/VAVEL Brasil)

Fornecimento para TV e jogadores

Inicialmente, o Hawk-Eye está sendo usado apenas para TV, não para os árbitros. Ou seja, o jogador não pode pedir pelo desafio eletrônico nesta edição de Rio Open. No entanto, George explica que "as informações são cedidas para o torneio e repassada aos jogadores. Com isso, ajuda a entender onde jogadores e árbitros erraram e o que fizeram de certo na partida"

Ou seja, o sistema ainda está em fase de adaptação e foi testado em todos os torneios de Masters 1000 e alguns ATP 500. Para os tenistas, é repassado um sumário completo da partida, com golpes, velocidade e estatísticas. Também há uma câmera que faz filmagens em câmera lenta e permite que o tenista veja onde está batendo seus golpes e compará-los com seu adversário.

Substituto dos juízes de linha?

No Next Gen de Milão, o Hawk-Eye foi testado como substituto para os juízes de linha. O sistema presente no Rio de Janeiro é o mesmo, com a adição da tecnologia de foot-fault. São seis câmeras ao redor da quadra, e uma sétima que monitora as linhas para sinalizar esse tipo de falta. Em caso de bola fora, o alarme é acionado automaticamente. As informações são enviadas em tempo real para um telão na quadra e assim a chamada é mostrada de acordo com o pedido do atleta.

Problemas com o desafio eletrônico

A questão complicada do desafio eletrônica fica por conta de alguns torneios onde o sistema parou completamente de funcionar. George preferiu não comentar sobre o problema, mas explicou que "pode ser uma queda de energia, que reseta todo o sistema; garantiu também que realiza testes em todos os torneios para garantir que não ocorra novamente"

(Foto: Marcello Neves/VAVEL Brasil)
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