Agora não tem mais volta! Rio de Janeiro e Praia Clube se enfrentam pela primeira vez em uma decisão de Superliga Feminina de Vôlei, às 9h deste domingo (3), no Estádio Nilson Nelson, em Brasília/DF. 

As decacampeãs da competição, entram em quadra na 12ª final consecutiva da equipe, para enfrentar uma equipe considerada "caçula" na Superliga. Mas, não se engane com a pouca experiência do Praia em decisões. A agremiação de Uberlândia/MG conta com grandes jogadoras, como Walewska, Ju Carrijo, Alix, Michelle e Ramirez.

O clima será de revanche por parte do Praia. Em janeiro, as duas equipes se enfrentaram na decisão da Copa Brasil de Vôlei e o Rio de Janeiro levou a melhor por 3 sets a 0. No entanto, neste domingo, haverá um confronto à parte em quadra: o encontro das duas maiores pontuadoras da atual edição da Superliga Feminina. Pelo lado da equipe carioca, Natália aparece com 379 pontos, enquanto a líder do quesito, Alix, pontuou 438 vezes.

Acostumado com decisões, Bernardinho avisa: "Continuo chato e insuportável"

O Rio disputará sua 12ª final, mas o clima no elenco é como se fosse a primeira decisão. O mesmo sente o técnico Bernardinho. Rigoroso como sempre, o treinador reconhece a importância de mais uma decisão e garante que as meninas também estão cientes do desafio. Para o comandante, o triunfo servirá para coroar o ano do time, que conquistou a melhor campanha da atual edição da Superliga.

"Sou muito chato com elas. Continuo ansioso, chato e insuportável. Porque a importância dessa partida, para mim, é total. A ansiedade é como se fosse antes do primeiro jogo. Em casa, dizem: “Não é possível que você fique assim depois de tantos anos”. Mas eu gostei do que vi hoje de manhã. Elas acordaram dispostas, atentas a essa questão de mobilização. Isso que é importante. Elas sabem o momento que a gente vive, e elas querem fechar bem o ano", declarou Bernardinho.

Foto: Célio Messias/Inovafoto/CBV
Foto: Célio Messias/Inovafoto/CBV

Ricardo Picinin não enxerga favoritismo no duelo: "50% de chance para cada equipe"

Rio de Janeiro e Praia Clube se enfrentaram 16 vezes e todos os confrontos foram vencidos pela equipe carioca. Apesar da superioridade no histórico, o técnico da equipe de Uberlândia, Ricardo Picinin prefere ignorar os números e pensar em chances iguais para cada agremiação, garantindo que o duelo será vencido por quem for eficiente no ataque.

"É o jogo que vale o título. Não estamos pensando em retrospecto, se jogamos tantos jogos e não vencemos nenhum. Os times hoje chegaram à final. A partir do momento em que o árbitro apitar, é 50% de chance para cada equipe. Quem for mais forte e conseguir neutralizar o outro time vai sair com a vitória. Vamos entrar para isso, mas sabemos que será difícil para nós e para eles também", colocou Picinin.

Foto: Divulgação/ Praia Clube
Foto: Divulgação/ Praia Clube

"Nosso time chega mais forte", garante ponteira Natália

Quem nunca ouviu o famoso ditado: "é com os erros que se aprende"? Essa frase resume o caminho do Rio de Janeiro para chegar nesta decisão. A ponteira Natália se lembrou da primeira partida das semifinais, na qual o Osasco levou a melhor sobre a equipe carioca, e da superação de seu time para vencer as duas partidas seguidas. Para a camisa 12, a derrota motivou o grupo.

"Nosso time chega mais forte. Depois daquele primeiro jogo em Osasco, com nosso time jogando mal, e eles muito bem, talvez no melhor jogo delas na Superliga... E nós tendo que reverter. Foi muita pressão. Isso só faz fortalecer. Sabemos que vai ser muito difícil", disse Natália.

Foto: Divulgação/Brasília Vôlei
Foto: Divulgação/Brasília Vôlei

Maior pontuadora da Superliga em sua primeira temporada no Brasil, Alix revela: "Eu não esperava muito sucesso" 

A norte-americana Alix Klineman não entende o português, mas entende de atacar e pontuar. Prova disso, é que a ponteira, de 26 anos, é a maior pontuadora da atual edição da Superliga, com 438 pontos. No entanto, a jogadora revela que não esperava sucesso repentino em sua primeira temporada atuando no Brasil e dedica a conquista individual com todo o grupo.

"Eu não esperava muito sucesso, mas queria estar em um bom time e forte também. Pela dificuldade do campeonato, você tem que se superar o tempo todo. Meu objetivo não era ser a maior pontuadora, mas estar um bom time. Eu treino forte para me superar, mas não olho somente para mim, tem o coletivo. Creio eu que ainda tenho espaço para melhorar até chegar ao jogo contra o Rio de Janeiro", observou.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Gêmeas e adversárias: de um lado, Michelle, de outro, Monique

A manhã deste domingo será atípica para a família Pavão. Após atuarem juntas pelo Praia Clube entre 2012 a 2014, as gêmeas Michelle e Monique estarão separadas por uma rede, sendo a última, pelo lado do Rio de Janeiro. As irmãs, que já se enfrentaram na final da Copa Brasil de Vôlei, dessa vez, medem forças na decisão da principal competição nacional.

"Estou muito feliz por nós duas estarmos na final, mas eu vou fazer o melhor pela minha equipe e, se tiver oportunidade de bloqueá-la, eu vou bloquear. Acho que é assim, somos irmãs, mas cada uma defende o seu lado”, garantiu Michelle.

Em comum entre as irmãs dentro de quadra, apenas o pensamento. Apesar de não esconder a felicidade pela irmã estar na final da Superliga, Monique Pavão deixa a parte emocional com a família. A oposta garante que o Rio está pronto para a decisão, e apesar da pouca experiência do Praia, a jogadora fez questão de ressaltar a campanha da equipe durante o torneio.

“Fico muito feliz por ela também estar na final. Mas deixamos a emoção para nossa família. Dentro de quadra somos atletas profissionais. O Rio de Janeiro está treinando muito e se preparando para este jogo. Queremos entrar em quadra focadas para colocar em prática tudo que estudamos e treinamos ao longo da semana. Esta será 12ª final seguida do nosso time, mas o Praia fez uma bela campanha também e não existe favorito”, avaliou.