O Grupo C tem duas favoritas ao pódio: Estados Unidos e Rússia. Coreia do Sul, Tailândia, Trinidad e Azerbaijão são as concorrentes.

Estados Unidos

O vôlei passa longe de ser um esporte popular nos EUA. Todas as tentativas de criar uma liga profissional fracassaram. O interesse televisivo é quase nulo. Os patrocinadores tampouco se animam. As jogadoras de qualidade recorrem ao exterior para construir carreira. Apesar dos contratempos, o time feminino dos Estados Unidos é acostumado aos pódios nos grandes certames – não tanto quanto o masculino. O título mundial em 2014 representou mais um degrau vencido para firmar o nome no panteão das potências históricas.

Perspectivas. Para defender o título o Mundial, os Estados Unidos jogarão a primeira fase de olho na segunda. Kiraly sabe que Rússia, de sua chave, Turquia, China e Itália, da B, são as grandes oponentes na briga por duas vagas no final six. Na segunda fase, os quatro melhores dos dois grupos se misturam.

Como se classificou. Campeã em 2014, os EUA obtiveram vaga automática. Será a 16ª presença em 18 possíveis.

O comandante. Há seis anos no cargo, e com contrato até 2024, Karch Kiraly, 57, é o responsável pelo maior título da história do vôlei feminino dos EUA, o do Mundial 2014. Eternizado no Hall da Fama, ele é um dos maiores jogadores de todos os tempos no vôlei de quadra e de praia e tem em sua galeria três ouros olímpicos.

O time. Bartsch-Hackley, 27, ponteira, e Dixon, 26, chegam ao Japão gabaritada pelos respectivos prêmios de MVP e melhor meio de rede da Liga das Nações-2018. Se Kiraly mantiver a base do time que tem jogado, a levantadora Lloyd, 29, a ponteira Larson, 31, que já foi MVP da Champions, a oposta Murphy, 28, e a central Akinradewo, 30, melhor da posição nas Olimpíadas-2016, são as cotadas para iniciar. A polivalente Hill, 28, MVP do Mundial passado, corre contra o tempo para recuperar a antiga forma. Courtney, 24, e Robinson, 26, que atuam como ponta nos clubes, brigam para ser a líbero número um. Importante até os Jogos do Rio, Glass anunciou sua aposentadoria da seleção em 2017.

Últimas temporadas. Os EUA conquistaram o bronze nas Olimpíadas-2016, na Copa do Mundo-2015 e na Copa dos Campeões-2017. A Sérvia foi a pedra no sapato tanto na semifinal no Rio quanto na Copa, com vitórias no quinto set. No Grand Prix, o time ianque foi campeão em 2015 e vice em 2016, quando perdeu para o Brasil. Na Liga das Nações-2018, conquistou mais um ouro, passando por China (3 a 0) e Turquia (3 a 2) em sequência. Em 2015, também levou o título da NORCECA, sobre a República Dominicana, e no Pan de Toronto, sobre o Brasil. Na Copa Pan-Americana, entre 2015 e 2018, só não foi primeiro em 2016.

Ouro Mundial. Depois de duas pratas e dois bronzes, os Estados Unidos, sentiram, em 2014, o peso do ouro no Mundial. A campanha foi tranquila até o final six, quando uma derrota no primeiro jogo para a Itália (0 a 3) deu ares de vida ou morte ao duelo contra Rússia (3 a 1). Nas semifinais, o Brasil não foi páreo (3 a 0). Na decisão, a China caiu em definitivo no quarto set. Os vices vieram no esvaziado certame de 1967, disputado por apenas quatro times – o bloco socialista o boicotara; e em 2002, em que a Itália foi melhor. Os bronzes foram obtidos em 1982 e 1990, quando as eliminações nas semifinais aconteceram para os times da casa, Peru e China, respectivamente,

Prata Olímpica. Em Olimpíadas, os EUA somam três pratas e dois bronzes (1992 e 2016). Na primeira final, em 1984, atuando em casa, a China de Lang Ping prevaleceu. Nas seguintes, 2008 e 2012, o Brasil reinou. Na Copa do Mundo, as americanas têm uma prata (2011) e três bronzes (2003, 2007 e 2015), e na Copa dos Campeões, duas pratas (2005, 2013) e um bronze (2017). No Grand Prix/Liga das Nações, já são sete ouros (1995, 2001, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2018) – o Brasil tem dez. No Campeonato da NORCECA, a diferença para Cuba segue caindo: 8 a 13. Nos Jogos Pan-Americanos, são 12 medalhas (2/5/5), e na Copa Pan-Americana, quatro títulos.

Rússia

A primeira hegemonia do vôlei feminino foi da União Soviética, dos fins da década de 1940 até o início da de 1960. Com o tempo, as soviéticas passaram a disputar títulos com Japão, China e Cuba, mas se mantiveram sempre perto do pódio, despedindo-se com o ouro no Mundial de 1990. As russas, depois de uma fase como coadjuvante, têm incrementado, nos últimos anos, o imenso legado que lhes foi deixado nas diversas competições.

Como se classificou. A Rússia se classificou para seu 17º Mundial ao terminar em primeiro nas eliminatórias europeias. Seus oponentes no Grupo A eram as frágeis seleções de Grécia, Hungria, Croácia, Áustria e Geórgia – e, mesmo assim, dois sets ficaram pelo caminho. A URSS só não participou do evento de 1967, em apoio à Alemanha Oriental e à Coreia do Norte, que tiveram hino e bandeira vetados pelo Japão, país sede.

O comandante. Ser técnico da seleção feminina está longe de ser um emprego sadio. Nos últimos anos, ninguém permaneceu no banco por muito tempo. No caso mais polêmico, Ovchinnikov cometeu suicídio após o fraco desempenho nas Olimpíadas de Londres. Em 2017, às vésperas do Europeu, Kuzyutkin foi demitido, e coube ao assistente Ushakov liderar o time no torneio. Em janeiro, Vadim Pankov, 54, recebeu a missão de apaziguar o ambiente. Ele é discípulo do lendário e vitorioso Karpol e tem no currículo títulos da liga feminina russa.

O time. Pankov aproveitou a Liga das Nações para testar seu elenco. Contra os adversários mais fortes, a base era formada pelas centrais Efimova, 25, e Lyubushkina, 28, pela levantadora Romanova, 26, e pela ponteira Ilchenko, 24. Na outra vaga na ponta, Voronkova, 22, e Biryukova, 23, se revezaram. A ausência da oposta Parubets, abrirá espaço para o retorno de Goncharova, 29, uma das remanescentes do título Mundial de 2010. Outra é Startseva, 29, que deve reassumir a armação do time. Referência por anos, Kosheleva foi esquecida após o Europeu-2017.

Rússia festeja ouro europeu em 2015 (Reprodução do site da CEV)

Últimas temporadas. O ciclo começou favorável à Rússia em 2015: prata no Grand Prix, após derrotas para EUA e China no final six, e ouro no Europeu, com vitórias sobre Itália, Sérvia e Holanda na fase eliminatória. Mas o angu desandou a partir daí. Na Copa do Mundo daquele ano, fechou em quinto. Nas Olimpíadas do Rio, sua trajetória foi abreviada pelas sérvias nas quartas (0 a 3). Em 2017, foi impedida pela Turquia de chegar à semifinal do Europeu (0 a 3) e terminou em quarto entre seis países na Copa dos Campeões. Já no Grand Prix ou na Liga, não foi capaz de se classificar para o torneio decisivo nos últimos dois anos.

Hepta Mundial. As soviéticas foram devastadoras nas três primeiras edições - 1952, em casa, 1956 e 1960. Levaram a medalha de ouro sempre de forma invicta: 26 jogos e 26 vitórias. O destaque era lendária Aleksandra Chudina, que também competia em provas de campo do atletismo (lançamento de dardo, salto em distância e salto em altura). A hegemonia chegou ao fim no quintal de casa, em 1962, quando o sistema era de pontos corridos, com uma derrota para as japonesas por 3 a 1. A desforra da URSS veio em 1970. Para furar a quase impenetrável defesa do Japão, o time liderado pela veterana Buldakova exibiu um vasto arsenal de ataques e contra-ataques. Nos eventos seguintes, aos poucos, as soviéticas foram decaindo na tabela: prata em 1974, bronze em 1978, novamente em casa, sexto lugar em 1982 e 1986. O retorno ao topo do pódio se deu em 1990, às vésperas do esfacelamento do mundo soviético. Foi uma despedida de gala. Na reta final, Brasil, Cuba e, por último, China, a anfitriã, foram as vítimas.

A vez da Rússia! Após o fim da URSS, a Rússia já disputou seis Mundiais e apresenta uma regularidade impressionante: três bronzes e dois ouros. O hexa e o hepta foram conquistados no tie-break sobre o Brasil, seu grande rival na época, em 2006 e 2010. Essa sequência de pódios foi interrompida em 2014, quando perdeu para EUA e Itália no final six.

A sina de vencer. A URSS/Rússia também é a maior campeã olímpica, com quatro conquistas, todas assinadas pelas soviéticas, que disputaram seis Jogos e foram ao pódio em todos eles, recebendo o ouro em 1968, 1972, 1980 e 1988; e a prata em 1964 e 1976. O Time Unificado, conhecido como CEI, foi vice em 1992. Já as russas, perderam as duas decisões que disputaram, em 2000 para Cuba e em 2004 para a China. Em Atenas, nas semifinais, fizeram jogo épico contra as brasileiras, revertendo um placar de 24 a 19 no quarto set. Nas três últimas edições, morreram nas quartas. Na vasta coleção de títulos, ainda aparecem o da Copa do Mundo de 1973; o da Copa dos Campeões de 1997; os do Grand Prix de 1997, 1999 e 2002; e os 19 do Europeu.

Coreia do Sul

A Geração de 1970 colocou a Coreia do Sul no primeiro nível do vôlei feminino. Naquela década, na qual Japão e URSS eram inalcançáveis, todo bronze tinha valor de ouro. Olimpíadas, Mundial, Copa do Mundo... a bandeira coreana foi erguida em todos os certames de respeito. Passado esse tempo mágico, a Coreia voltou ao papel de figurante, que, vez ou outra, tem uma ceninha de destaque, mas sem virar rotina. Restou, porém, um ranço: a sina de jamais ter vencido o Asiático, de sempre viver das sobras de China e Japão.

Perspectivas. Com Tailândia e Azerbaijão, a Coreia do Sul fará um campeonato à parte, onde o objetivo é abocanhar uma das duas vagas em aberto para a fase seguinte – Rússia e EUA, salvo o imponderável, são as barbadas do grupo.

Como se classificou. Ausente em 2014, a Coreia do Sul retorna ao Mundial após liderar o Grupo B das eliminatórias asiáticas, com 100% de aproveitamento. Tailândia, Coreia do Norte, Vietnã e Irã vieram atrás. Marcará presença pela 12ª vez.

O comandante. Cha Hae-won está em sua segunda passagem pelo comando da Coreia do Sul. Na primeira, em 2013, foi bronze no Asiático. Seu retorno aconteceu no início do ano. Ele tem vasta experiência nos clubes locais.

O time. Na Liga das Nações, o sexteto preferido de Hae-Won tinha a oposta Hee-jin, 27, a levantadora Hyo-hee,27, as pontas Yeon-koung, 30 e Jae-yeong, 21, e as centrais Su-ji, 31, e Hyo-jin, 28. Yeon-Koung é a estrela do time e já foi uma das melhores atacantes do mundo, tendo no currículo os prêmios de MVP da Olimpíadas de 2012, da Champions League e das ligas sul-coreana e turca.

Coreia na Liga das Nações em 2018 (Reprodução do site da FIVB)

Últimas temporadas. Nos Jogos do Rio, a Coreia avançou de fase depois de vencer Camarões, Argentina e Japão. A despedida aconteceu nas quartas diante da Holanda (1 a 3). Em 2015, terminou em sétimo na Copa do Mundo, com 5 vitórias em 11 jogos, e levou a prata no Asiático ao perder para a China na decisão (0 a 3). Em 2017, saiu zerada da Copa dos Campeões e com o bronze no torneio continental, após medir forças, outra vez, com as chinesas - a Tailândia a impediu de lutar pelo inédito título. No mesmo ano, foi vice da segunda divisão do Grand Prix. E, em 2018, se classificou em 12º na Liga das Nações, com cinco triunfos – Rússia e China estiveram entre as vítimas.

Bronze Mundial. A Coreia do Sul já figurou no pódio do Mundial – e duas vezes. Na primeira, em 1967, recebeu o bronze, mas esse feito é pouco lembrado por causa das circunstâncias: apenas quatro seleções alinharam. Já o terceiro lugar de 1974 é motivo de orgulho até hoje. As coreanas ficaram atrás de Japão e URSS, as potências da época, e à frente dos perigosos times da Alemanha Oriental e Romênia. Noutros dois momentos, elas apareceriam entre as semifinalistas, mas sem medalha: após derrotas para japonesas e soviéticas em 1978; e para Cuba e Rússia em 1994.

Bronze Olímpico. A Coreia do Sul conquistou o bronze nas Olimpíadas de 1976: depois da queda diante do Japão na semifinal, fez 3 a 1 sobre a Hungria. Esteve próxima de repetir a façanha em 2012, no ápice da carreira de Yeon-koung, mas uma derrota para as japonesas, eternas rivais, a deixou em quarto. Na fase de grupo, um surpreendente 3 a 0 sobre o Brasil, futuro campeão, já tinha mostrado que aquele time não estava a passeio. Em Copas do Mundo, a geração 70 também deixou rastros, assegurando dois bronzes (1973 e 1977). No Grand Prix, o terceiro lugar de 1997 é o melhor registro. A Coreia jamais venceu o Campeonato Asiático: são 16 medalhas, sendo sete pratas. Nos Jogos Asiáticos, tem dois ouros (1994 e 2014).

Tailândia

Faz tempos que a Tailândia é conhecida no vôlei. Não por suas qualidades técnicas, mas sim por sediar com frequência grupos do Grand Prix. No início da década, quando rompeu o domínio histórico de China e Japão na Ásia, ela fez crer que pudesse galgar alguns degraus na hierarquia do vôlei internacional. Pura ilusão. A Tailândia segue longe de incomodar as potências e vitórias, tendo a média de altura de suas jogadoras como empecilho.

Perspectivas. Para a Tailândia, as ambições de chegar à segunda fase passam pelos duelos contra Azerbaijão e Coreia do Sul. Almejar algo além disso é fugir da realidade. Contra Trinidad, entrará como favorita. Diante de Rússia e EUA, arrancar um ou mais sets será lucro.

Como se classificou. A Tailândia estará pela quinta vez no Mundial. Sua classificação veio com o segundo lugar do Grupo B das eliminatórias asiáticas. Perdeu para a Coreia do Sul e venceu a Coreia do Norte, Vietnã e Irã.

O comandante. O nome do técnico tailandês, no cargo desde 2016, é uma sopra de letrinhas: Danai Sriwatcharamethakul, 47. Sua missão é classificar a Tailândia para os Jogos de Tóquio. Antes, ele foi assistente das seleções adulta masculina e feminina.

O time. Há poucas unanimidades no elenco tailandês, e uma delas, a meio de rede Hattaya, lesionou o joelho em partida pela Copa da Ásia no início do setembro e não viajará a Kobe. Assim, cresce a responsabilidade de sua colega de posição, Pleumjit, 34, a mais veterana do grupo, remanescente do elenco que disputou o Mundial-2002. A ponteira Ajcharaporn, 23, costuma ser a puxadora de pontos. Nootsara, 33, que já foi melhor levantadora de GP (2017) e Champions, vê Pornpun, 25, ameaçar sua titularidade. No último Asiático, a ponteira Chatchu-On, 18, era o destaque do time até torcer o tornozelo nas quartas. Já retornou às quadras, mas ainda não atingiu a melhor forma. Entre as opostas, Pimpichaya, 20, é a favorita.

Tailândia na Liga das Nações (Reprodução do site da FIVB)

Últimas temporadas. A Tailândia integrou a elite do Grand Prix/Liga das Nações neste ciclo, mas suas campanhas foram tímidas. O sexto lugar de 2016 é enganoso, pois o país era a sede e tinha vaga automática no final six, em que enfrentou Brasil (0 a 3) e Rússia (0-3). Em 2018, fez 15 jogos e venceu apenas Polônia e Argentina, terminando em 15º. No Asiático-2015, caiu na semifinal para a China (0 a 3), mas deu a volta por cima contra Taiwan. Em 2017, eliminou a Coreia do Sul e saiu com a prata em peleja contra o Japão. Neste ano, foi vice nos Jogos Asiáticos após tomar 3 a 0 das chinesas.

Ganhando corpo. A Tailândia participou de quatro Mundiais. Em 1998, apanhou três vezes e terminou em 15º entre 16 times. Chegou a levar 15 a 0 da Coreia do Sul numa parcial – na época, o sistema de pontos tinha vantagem. A primeira vitória aconteceu em 2002, 3 a 1 sobre a Austrália. Em 2010, a Tailândia conseguiu passar da fase inicial, com triunfos sobre Cazaquistão e Croácia. Na sequência, venceu também Holanda e República Checa, voltando para casa satisfeita com o 13º lugar. Em 2014, se não fosse o México, teria saído zerada de um grupo encabeçado por Rússia e EUA, seus rivais novamente em 2018.

A conquista da Ásia. Depois de anos assistindo a vitórias de China e Japão, a Tailândia, finalmente, pôs seu nome junto ao delas na galeria das campeãs asiáticas em 2009, algo que nem a mais calejada Coreia do Sul conseguiu até hoje. Em 2013, jogando em casa, repetiu o feito. Além desses ouros, ajuntou ainda uma prata e três bronzes. Na Copa da Ásia, levou o título em 2012. Em competições da FIVB, destaque para o quarto lugar no Grand Prix-2012, com vitórias sobre China e Cuba na fase final. O país ainda não participou de Olimpíadas.

Azerbaijão

O Azerbaijão contribuiu bastante para o êxito da União Soviética no vôlei feminino. Cedeu, por exemplo, talentos como Lantratova e Ryskal, que foram campeãs olímpicas nos áureos tempos vermelhos. Desde 1993, o país tem seu próprio time, mas nunca se aproximou de grandes feitos fora da Europa. Só foi visto uma vez em Grand Prix e não conhece Olimpíadas. Ainda há muito sertão para ser desbravado.

Perspectivas. Longe de ameaçar EUA e Rússia, o Azerbaijão vai ao Mundial ciente de que Tailândia e Coreia do Sul são seus concorrentes por vaga na segunda fase de grupos. Em suas três participações anteriores, jamais caiu de modo precoce.

Como se classificou. O Azerbaijão foi uma das surpresas das eliminatórias europeias. Mesmo sediando o Grupo E, o favoritismo estava no colo da Holanda, que levou seu time titular. Os dois times se enfrentaram na última rodada, e o da casa fez 3 a 0, empurrando o laranja para a repescagem. Será a quarta vez das azerbaijanas no Mundial.

O comandante. Faig Garayev, 57, iniciou sua segunda passagem como técnico do Azerbaijão em 2015. A primeira durou 21 anos (1992 e 2013), e foi ele quem dirigiu o país em seu primeiro Mundial (1994). Também treinou clubes na antiga União Soviética e na Turquia.

O time. No Europeu-2017, o time titular incluía a oposta Rahimova, 27, a levantadora Yagubova, 22, a central Hasanova 22, as ponteiras Samadova, 23, e Natalya Mammadova, 33. A agora aposentada Poznyak completava o sexteto. Valeriya Mammadova, 34, levou o prêmio de melhor líbero. Alyyeva Bayramova, 27, concorre a uma vaga no ataque. Samadova e Mammadova já foram MVP da liga azerbaijana. Rahimova, em dezembro de 2015, estabeleceu novo recorde mundial de pontos numa só partida, atuando pelo campeonato japonês: 58.

Azerbaijão no Europeu em 2017 (Reprodução do site da CEV)

Últimas temporadas. O Azerbaijão disputou apenas competições domésticas neste ciclo. Em 2017, quase beliscou uma medalha no Europeu, do qual foi uma das sedes. Na fase de grupos, não teve dificuldade contra Polônia, Hungria e Alemanha. Nas quartas, voltou a bater as germânicas. Depois, perdeu para a Holanda, num exaustivo e emocionante tie-break, e para a Turquia, com um vexaminoso 25 a 8 no quarto set. Em 2015, foi eliminada ainda na primeira fase por Turquia, Bélgica e Hungria. Naquele ano, meses antes, o Azerbaijão conquistara a Liga Europa ao ganhar da Eslováquia. Já em 2018, foi segunda em sua chave, atrás da Bulgária, não avançando para o mata-mata.

Em Mundiais... Uma vez livre da União Soviética, o Azerbaijão não demorou a estrear no Mundial. Foi logo em 1994, no Brasil. Com vitória sobre Peru e derrotas para Cuba e Holanda, avançou para as oitavas, em que perdeu para a Alemanha por 3 a 1. Voltou para casa com o nono lugar. Depois de um período no ostracismo, marcou presença novamente em 2006. Foi até a segunda fase, mas, apesar dos triunfos sobre EUA e Porto Rico, acabou eliminado e com o 13º posto. Em 2014, parou outra vez no segundo estágio de grupos, registrando, ao todo, quatro vitórias, uma delas sobre o Japão, em nove jogos. Classificou-se em 15º.

Na Europa... Ainda sem presença em Olimpíadas e Copas do Mundo, o grande êxito azerbaijano num torneio de alto nível foi o quarto lugar em duas edições do Europeu: 2005, quando perdeu para a Itália na semifinal e para a Rússia na decisão, e 2017. Disputou apenas um Grand Prix, em 2007, e foi décimo.

Trinidad e Tobago

Trinidad e Tobago é a mais inexpressiva seleção que alinha no Mundial 2018 e sua presença está ligada ao número de alto de vagas cedidas à NORCECA, seis, não contando os EUA, classificados como campeão. O vôlei por lá começou a receber investimento no início do século, e a chegada do instrutor Francisco Cruz foi decisiva para tirar o país do limbo (era o 91º do ranking em 2005) e o colocá-lo no cenário internacional. Mas ainda falta muito para o time trinitino ser minimamente competitivo. Não sendo, por ora, capaz de vencer nem as seleções em decadência de sua região, como Cuba.

Perspectivas. Vencer um set, talvez do Azerbaijão ou da Tailândia, é o grande objetivo da inexperiente equipe de Trinidad e Tobago. Contra EUA e Rússia, vale não fazer feio, evitar vexame.

Como se classificou. A classificação de Trinidad, 35º do ranking, é fruto do excesso de vagas que a FIVB destina à NORCECA. Para debutar em Mundiais, só foi preciso ser vencer as inexpressivas Dominica e Costa Rica. Terminou em segundo no Grupo C das eliminatórias de seu continente, atrás apenas do México.

O comandante. O cubano Francisco Cruz é o grande responsável por colocar o pequeno país do Caribe no radar do vôlei mundial. Ele chegou lá em 2005, enviado pela NORCECA, com a missão de desenvolver o esporte. De instrutor, virou diretor e, depois, técnico.

O time. Nos torneios recentes, o time titular pouco variou: nas pontas, Channon Thompson, 24 e Darlene Randin, 29; no meio de rede, Jalicia Ross, 34, e Sinead Jack, 24; como oposta Krystle Esdelle, 34; no levantamento, Renele Forde, 27. Todas atuam na liga trinitina.

Trinidad carimbou passaporte para o Mundial (Reprodução do site da FIVB)

Últimas temporadas. Em 2017, Trinidad realizou sua primeira experiência fora do continente: a terceira divisão do Grand Prix. Teve a chance de enfrentar equipes de nível inferior da Europa, como Hungria e França. Entre oito seleções, só foi melhor que a Argélia, somando uma vitória, contra a Austrália, e cinco derrotas. No Campeonato da NORCECA, em 2015, também foi sétimo colocado, com solitário triunfo sobre Costa Rica. Entre 2016 e 2018, oscilou do 9º ao 11º lugar na Copa Pan-Americana, acumulando êxitos apenas contra os inexpressivos Chile, Costa Rica, duas vezes, e Venezuela. Neste ano, caiu no grupo com três países que estarão no Mundial, EUA-B (1 a 3), Porto Rico (2 a 3) e Cuba (0 a 3).

Nas Américas... Trinidad e Tobago disputa o Campeonato da NORCECA desde 2003 e o sexto lugar de 2016 é seu melhor desempenho. Na Copa Pan-Americana, sempre esteve do nono para baixo. 

VAVEL Logo
Sobre o autor