Querendo repetir o ouro conquistado por Jackie Silva e Sandra Pires lá em Atlanta, em 1996, Larissa saiu de sua aposentadoria e aos 34 anos quer o título no Rio. Capixaba, de Cachoeiro de Itapemirim, mas logo foi morar no Pará. Lá, transformou toda sua paixão por esportes em profissão. Ganhou bolsa de estudos para jogar volei de quadra por um colégio. Mostrando muita qualidade, seu treinador a mandou para seu primeiro clube, o Tuna Luso. Ficou quatro anos jogando pelo clube paraense. Mas, em 2001, conheceu um projeto da CBV para formação de atletas de volei de praia e resolveu ir para as areias. 

Sua vida é marcada por desafios e superações. Se aposentou do esporte em dezembro de 2012 para realizar o sonho de ser mãe. É casada com a também capixaba, Liliane Maestrini, a Lili. Foram três tentativas de fertilização, sem sucesso. “A primeira vez foi dificílima porque eu achava que se o exame desse positivo, como deu, não haveria problemas”, explica Larissa. “Mas, com quase oito semanas de gestão, perdi o bebê, e foi um baque enorme”, disse a revista Istoé.

Carreira

Um ano depois de chegar ao projeto da CBV, formou parceria com Ana Richa, que conheceu no projeto. Já em 2003, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, além de ser a revelação do Circuito Banco do Brasil daquele ano. Em 2004, começou a jogar com Juliana Silva. E essa parceria conquistou vários títulos. Nos quatro mundiais seguintes estiveram no pódio, incluindo um Ouro em Roma 2011. Foram seis títulos do do Circuito Banco do Brasil e também seis títulos do circuito mundial.

Foto: Divulgação/FIVB
Foto: Divulgação/FIVB

Grande tristeza dessa dupla foi nos jogos olímpicos de 2008. Já classificadas para a competição, Juliana sofre uma contusão e fica de fora do torneio. Então, Larissa foi a Pequim formando dupla com  Ana Paula Connelly. Foram eliminadas nas quartas de final pela parceria formada por Kerry Walsh e Misty May-Treanor, que acabaria sendo campeã.

O bronze com sabor amargo

Em 2012, desta vez com Juliana, foi até Londres com a perspectiva do ouro olímpico, já que tinha conquistado o mundial no ano anterior. Tudo se encaminhava para uma repetição da final do mundial contra Walsh e May, as mesmas que a derrotaram em Pequim. Porém, nas semifinais, Larissa e Juliana acabaram perdendo para Jennifer Kessy e April Ross por dois sets a um. As brasileiras iniciaram a partida muito bem e venceram o primeiro set por 21 a 15. Porém, as americanas reagiram no segundo set, dominaram e venceram por 21 a 19. E no tie-break, as brasileiras equilibraram a partida, mas acabaram caindo por 15 a 12. Esta derrota foi considerada a maior zebra dos jogos olímpicos de Londres.

Queda para Kessy e Ross, a maior derrota na carreira de Larissa / Foto: Daniel Garcia/Getty Images
Queda para Kessy e Ross, a maior derrota na carreira de Larissa / Foto: Daniel Garcia/Getty Images

Na disputa do bronze, a dupla sofreu, mas venceu as chinesas Zhang e Xue. Depois de perder o primeiro set de 21 a 11, e estarem perdendo o segundo de 19 a 16. Mas as brasileiras conseguiram se impor e viraram o placar fechando em 21 a 19. O tie-break começou com o embalo da virada do segundo. As brasileiras abriram uma vantagem de quatro pontos - 6 a 2 - e dominaram o set até fechar o jogo em 15 a 12.

Aposentadoria e volta

Em dezembro de 2012, se aposentou. Porém, em abril de 2014, depois de ver suas carrascas, Kerri Walsh e April Ross, agora juntas, derrotar sua ex-parceira Juliana, que jogava agora ao lado de Maria Elisa, em um campeonato na China, decidiu voltar. Então, convidou Talita, que estava no melhor momento da carreira e “voava” na areia. Em julho daquele ano anunciaram a parceria. Logo na temporada de volta foi campeã do Circuito Banco do Brasil e eleita melhor jogadora da competição.

Com Talita, Larissa voltou com seu alto nível / Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Com Talita, Larissa voltou com seu alto nível / Foto: Alexandre Schneider/Getty Images

Rio 2016

A volta as quadras foi para buscar o ouro olímpico, 20 anos depois do último ouro da modalidade no feminino com Jackie e Sandra Pires. Larissa e Talita conquistaram a vaga para a competição em agosto do ano passado, após conseguirem somar pontos suficientes nos principais eventos do Circuito Mundial 2015. Com a pontuação de 4.600 pontos no ranking não poderiam mais ser alcançadas por qualquer outra dupla brasileira.

No Rio 2016, as brasileiras tentarão desbancar o favoritismo das americanas Walsh e Ross. Walsh é tri-campeã olímpica e Ross medalhista de prata em Londres 2012. As brasileiras também enfrentarão uma disputa interna com as atuais Campeãs Mundiais e do Circuito Mundial, em 2015, Ághata e Bárbara

O grande desafio das brasileiras é a baixa estatura. Larissa tem 1,74 m, enquanto Talita mede 1,81 m. A americana Walsh, tem 1,88 m e sua parceira Ross tem 1,85m. Para conquistarem o ouro terão que superar isso com um forte saque e boas defesas.

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