Um duelo inédito marcou a final do Campeonato Sul-Americano de Clubes neste sábado (25). Líderes dos seus grupos na primeira fase, Sada Cruzeiro e Bolívar se enfrentaram com o mesmo propósito, contudo, em circunstâncias distintas. Isso porque, jogando em solo brasileiro, no Ginásio Tancredo Neves, em Minas Gerais, a equipe celeste perseguia seu quarto título, enquanto o time argentino almejava conquistar o bicampeonato sul-americano.

Embate comum em decisões, brasileiros e argentinos se encontraram em 13 ocasiões desde a fundação do torneio masculino em 1970. Levando larga vantagem sobre os hermanos, o Brasil soma nove conquistas contra apenas quatro do país vizinho.

Campeão em 2012, 2014 e 2016, o Cruzeiro entrou em quadra também defendendo o bi consecutivo. Vencedor em 2010, o Bolívar buscava seu segundo troféu da competição após sete anos.

As duas equipes chegaram com 100% de aproveitamento para a finalíssima. Mandante na partida, o Sada Cruzeiro não perdeu nenhum set nos duelos anteriores. Foram três jogos, contra Montes Claros, Bohemios e UPCN Voley, com três vitórias pelo placar de 3 sets a 0.

Tendo disputado um jogo a mais na competição - já que o USL Montjoly desistiu de disputar o torneio alegando problemas financeiros -, o Bolívar também saiu vitorioso em todos os quatro confrontos até a decisão, contra San Martin, UPCN Voley, CD Unilever e Montes Claros. Porém, na semifinal os argentinos tiveram mais dificuldades. Superando os donos da casa apenas no tie-break, venceram a partida por 3 sets a 2.

A experiência do Sada Cruzeiro sobressaiu na decisão. Jogando em alto nível, a equipe mineira não deu chances ao bom time do Bolívar. Apesar dos argentinos lutarem até o último ponto, demonstrando muito empenho para desbancarem o favorito na final, o cascudo time cruzeirense atuou com precisão na hora que foi exigido. Vencendo o jogo por 3 sets a 0 (26/24; 25/23 e 25/23), conquistou o tetracampeonato do torneio, garantiu vaga no Mundial e aumentou a supremacia brasileira contra os hermanos na competição sul-americana.

O Jogo

Com um inicio nervoso de partida, as duas equipes cometiam sucessivos erros. Demostrando vontade para desbancar o time da casa e errando menos, o Bolívar abriu boa vantagem no marcador no começo da parcial.

Atuando bem, os argentinos se destacavam contra um disperso Cruzeiro. Após dois pedidos de tempo do técnico Marcelo Mendez, a equipe celeste acordou e, perto do fim, virou o período, fechando em 26 a 24 e saindo com a vantagem na decisão do campeonato.

No segundo set, o bom momento e a experiência prevaleceram. Errando menos, o time mineiro melhorou no bloqueio e, apesar dos argentinos dificultarem no início, com mais volume de jogo a equipe passou a comandar a parcial aos poucos.

Em desvantagem no placar, restava ao Bolívar acordar para buscar o resultado e empatar a partida. Mais ligados e melhor no ataque, os hermanos conseguiram encostar no marcador. Porém, não foi suficiente. Em grande período do ponteiro Rodriguinho, o experiente time do Cruzeiro fechou a parcial em 25 a 23 e se aproximou do título com a vantagem de 2 sets a 0 no placar.

Após se mostrar superior na partida, contando com uma boa vantagem, o time cruzeirense diminuiu o ritmo no terceiro set. Jogando com tranquilidade, a equipe celeste passou a comandar o marcador novamente no início do período.

Percebendo o adversário atuar sem muito empenho, o Bolívar reagiu e conseguiu passar a frente na contagem. No entanto, jogando em solo brasileiro, o Cruzeiro contou com o apoio da torcida, que apesar de pequena, incentivava o time celeste. Comandado pelo cubano Simon em quadra, a equipe retomou a concentração dos sets anteriores e fechou a parcial em 25 a 23, vencendo o jogo por 3 sets a 0 e assim se sagrou tetracampeão do Sul-Americano masculino de vôlei.