No último domingo (10), ocorreu um marco em termos de equidade no esporte, com a primeira mulher transgênero a disputar uma partida do vôlei no país. Trata-se de Tiffany, ponteira que defende o time do Bauru e esteve em quadra contra o São Caetano, pela 11ª rodada da Superliga Feminina 2017/2018. 

Vale lembrar que ela recebeu neste ano a permissão da FIVB e teve a liberação médica da CBV na última sexta (08). A atleta de 33 anos já disputou a Superliga Masculina por Foz do Iguaçu e Juiz de Fora em terras brasileiras, além experiência com o voleibol europeu, com passagens por Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica.

Vôlei Bauru anuncia contratação de Tiffany, primeira mulher trans a atuar na Superliga

Em quadra frente ao São Caetano, seu desempenho durante dois sets foi muito bom, anotando 15 pontos e ajudando nas ações de ataque da equipe. A jogadora também falou sobre a experiência e a oportunidade dadas pela equipe do interior paulista. “O surgimento do Vôlei Bauru em minha vida foi muito legal porque, mesmo na Europa, sempre acompanhava os jogos. Quando recebi o convite para me recuperar aqui, fiquei muito feliz e não pensei duas vezes", comentou.

"É um time guerreiro que luta muito e espero que possa ajudar e só somar a esta equipe tão batalhadora. A liga feminina brasileira é uma das mais fortes do mundo e o meu nível não é diferente de nenhuma das meninas e sei que terei muitas dificuldades contra as quais terei de lutar para ajudar a equipe. Estou muito feliz com este acerto, pois, além de voltar a atuar no meu País, ainda vou estar mais perto dos meus familiares”, completou.

“O processo de recuperação física e o retorno ao Brasil foi lento, mas foi bom. Tive de me adaptar tanto com a alimentação como com o clima, pois aqui é bem mais quente e eu já estava adaptada ao clima da Europa. O calor realmente está sendo a parte mais difícil, mas temos de nos adaptar né, assim como fazem as estrangeiras que vem atuar aqui no Brasil. Afinal de contas, sou brasileira e joguei durante muitos anos aqui no calor e não é possível que agora não vá conseguir”, enfatizou.