Alejandro Valverde conquistou, no último domingo, a clássica mais antiga do calendário internacional, conhecida como La Doyenne. O espanhol conseguiu responder ao ataque de Daniel Martin na última subida e contra-atacar, vencendo ao sprint.

Não foi uma clássica normal, principalmente pelo acontecimento que marcou o fim de semana – a morte de Michele Scarponi. Antes da corrida foi prestado um minuto de silêncio em memória do italiano.

No que toca à corrida em si, uma fuga que tinha Tiago Machado inserido foi para a frente da corrida e conseguiu ter uma vantagem de 15 minutos a certa altura, algo que não é muito habitual numa clássica como estas. A verdade é que nenhuma equipa estava a pegar na corrida e o pelotão apenas ‘ia andando’. Houve uma altura em que se pensou que a fuga pudesse chegar, visto que a cerca de 28km do fim, os fugitivos tinham três minutos e meio de vantagem sobre o pelotão. Não chegaram, é verdade, mas é de realçar o trabalho do português, foi o mais ativo e o que lutou mais pela fuga, não se via uma exibição destas de Tiago Machado há já algum tempo.

Quem abriu as hostilidades no pelotão foi o campeão colombiano Sergio Henao, que tentou partir o pelotão a cerca de 10km do fim e conseguiu formar um grupo com corredores importantes como Albasini e Kreuziger. Não conseguiram ganhar muita vantagem e foram apanhados.

Quem tentou de seguida a sua sorte foi Formolo, que saiu do pelotão determinado a fazer uma surpresa, mas o ataque ficou curto e quando os tubarões começaram a atacar, o italiano ficou para trás.

O primeiro favorito a atacar a subida decisiva foi Daniel Martin, e que ataque que este foi! Ganhando muitos metros a toda a gente. Parecia que a corrida estava decidida. Mas quando se tem um senhor chamado Valverde no pelotão, não se pode dar nada como garantido. O espanhol arrancou como uma flecha, chegou rapidamente à roda do irlandês e bateu-o ao sprint para ganhar a sua 4ª Liège e levantar os braços ao céu, dedicando a vitória ao seu amigo, Michele Scarponi.

Rui Costa foi o melhor português, terminou em 14º a 10 segundos de Valverde e admitiu: “Não foi a minha melhor Liège, mas o meu objetivo é o Giro e a minha forma tem que estar top lá.” – escreveu o português no seu diário.

O momento emocionante no dia chegou na entrevista rápida, quando Valverde falou de Scarponi. “Esta vitória é para o meu amigo Scarponi e o prémio desta corrida vai ser para a sua família!”

Vejam o vídeo.