Thibaut Pinot é o vencedor da última etapa em linha da Volta a Itália deste ano. Na etapa que ligou Pordenone a Asiago, o francês superiorizou-se a Ilnur Zakarin e Vincenzo Niblai num sprint entre os homens da geral. Dumoulin perdeu 15 segundos para estes homens e desceu para o 4º lugar da geral.

Os homens fortes da geral vinham para esta etapa com um único objetivo: ganhar o máximo de tempo possível a Dumoulin para irem com uma vantagem confortável para o contrarrelógio de amanhã. Esses ataques começaram logo na primeira contagem de montanha do dia, com a Katusha e em particular José Gonçalves e Mamykin a imporem um ritmo fortíssimo na frente do pelotão. Esse ritmo cortou por completo o pelotão e, por momentos, até Dumoulin sentiu dificuldades, mas rapidamente se juntou ao grupo e seguiram nesse ritmo forte até ao topo do Monte Grappa. Na frente da corrida seguiam Dylan Teuns e Dries Devenyns a sós.

Os ataques importantes chegaram mesmo na última subida do Giro 100, e o primeiro foi o russo Zakarin que levou consigo Pozzovivo. Logo de seguida saiu Nibali e, claro, Quintana foi atrás. Quem não conseguiu responder foram Pinot e Dumoulin que puseram o seu ritmo. Conseguiram colar, mas desde logo Quintana acelerou e Dumoulin ficou de novo para trás. Foi aí que Pinot pensou numa velha máxima dita por Tom Boonen: “Se estás quase morto ataca, porque os outros também estão quase mortos!” Foi isso que o francês fez e juntamente com o italiano e com o colombiano chegaram aos dois homens da frente, que já tinham alcançado e deixado a fuga para trás, e começaram a trabalhar juntos para distanciar cada vez mais o grupo de Dumoulin, que trazia consigo Jungels, Mollema, Yates, Reichenbach e a revelação deste Giro, Jan Hirt.

No risco da meta o mais forte foi Pinot, que ganhou também os 10 segundos de bonificação e subiu ao terceiro lugar da geral. Zakarin fez segundo e Nibali terceiro. Tom Dumoulin conseguiu evitar o pior e apenas perdeu 15 segundos para Quintana. Tem tudo na mão amanhã no seu terreno predileto – o contrarrelógio. Está aqui a classificação geral atualizada:

José Mendes foi o melhor português do dia, tendo chegado na 21ª posição, a 4:18’ do vencedor. José Gonçalves teve um papel muito importante no dia de hoje, muito trabalhou para Zakarin e acabou na 57ª posição, a cerca de 16 minutos. Rui Costa, depois de muito esforço nos últimos dias e de nova tentativa de fuga hoje, chegou a mais de 35 minutos, na 104ª posição.

Amanhã é o dia de todas as decisões! Isto é o melhor que o ciclismo tem para dar, ao fim de 20 dias ainda está tudo em aberto e vai ser a última etapa, o contrarrelógio com chegada a Milão, que vai decidir tudo. Dumoulin num dia normal tira 53 segundos a toda a gente deste pelotão. Vamos ver como se comportam as pernas de todos os líderes depois de tantos dias de extremo esforço. Serão os 30km mais importantes da carreira para muita gente.