Aos 24 anos, Nairo Quintana celebra hoje o seu primeiro título do Grand Tour: o colombiano terminou o Giro de Itália na primeira posição, confirmando todas as potencialidades que já demonstrara, principalmente no espectacular Tour de France que efectuara em 2013. O jovem ciclista da equipa espanhola da Movistar ultrapassou a concorrência do compatriota Rigoberto Uran, da Omega Pharma Quick Step, e celebrou a conquista daquela que será, definitivamente, a rampa de lançamento para voos ainda maiores.

Dizer adeus à concorrência

Natural de Tunja, na Colômbia, Quintana cedo se mostrou um valor seguro do ciclismo internacional, tendo agora dado as derradeiras provas de que está ao nível da nata da modalidade, podendo discutir as provas do Grand Tour com os melhores dos melhores. Em Itália, o especialista na montanha desferiu o golpe perto da recta final da prova, roubando a camisola rosa (referente ao líder da geral) na décima sexta etapa, ao vencer o trajecto Ponte di Legno a Val Martello, uma etapa repleta de montanha íngreme e penosa para o pelotão. 

Destronando Uran e apoderando-se da camisola rosa, Quintana não mais a cedeu, reforçando a sua liderança com uma categória vitória na etapa 19, entre Bassano del Grappa e Cima Grappa. Nesses 26 quilómetros do contra-relógio, Quintana somou a sua segunda vitória na edição do Giro 2014, consolidando distâncias confortáveis para Uran, Fábio Aru (italiano da Astana), Cadel Evans (australiano da BMC), Domenico Pozzovivo (italiano da Ag2r-La Mondiale), ou Ryder Hesjedal (canadiano da Garmin-Sharp). Com esta consagração, Quintana faz uma declaração de intenções: ser um dos melhores da sua geração, ainda que a uma tenra idade (também venceu a camisola branca, referente à classficação da juventude).

Giro 2014: mais uma prova do que Quintana pode fazer

Nairo Quintana não caiu de pára-quedas no estrelato do ciclismo. Já em 2013, o seu nome ficara associado a uma das mais espectaculares prestações na prova rainha da modalidade, o Tour de France. A combatividade e a tranquila abnegação do colombiano foram surpreendentes, e, enquanto galgava metros com uma calma inabalável, Quintana reflectia todo o potencial que detinha. No Tour de 2013, o elemento da Movistar destacou-se, arrebatando um segundo lugar na classificação geral, atrás de Chris Froome, da Team Sky

Apostado em atacar com unhas e dentes as subidas italianas, Quintana e a sua equipa decidiram deixar o Tour de France para segundo plano, apostando tudo num bom Giro. Os resultados não poderiam ter dado mais razão à estratégia da Movistar: um triunfo numa das provas mais prestigiadas no mundo do ciclismo e a confirmação de que, para o ano, Quintana será um dos candidatos mais credíveis ao assalto à camisola amarela em terras francesas. Apesar de ter como chefe de fila o colega espanhol Alejandro Valverde, o pequeno colombiano já deu o aviso e ameaça tornar-se numa adversário interno capaz de secundarizar Valverde. 

Ingresso de Rui Costa na Lampre: decisão acertada

Depois do tremendo ano realizado por Rui Costa, a decisão de abandonar a Movistar faz ainda mais sentido quando somos deparados com o potencial de Quintana e as suas prestações. A vitória no Giro apenas confirma a boa opção do ciclista português em procurar protagonismo desportivo noutra formação que lhe pudesse dar a atenção e o apoio que na equipa espanhola Costa nunca gozou. Com a presença de Valverde (crónico número 1) e a ascensão de Quintana, Rui Costa teria sempre que debater-se com a concorrência interna, algo que não se sucederá na Lampre. Na formação italiana, o ciclista campeão Mundial de Estrada tem o caminho livre para ser o chefe-de-fila indiscutível da equipa, rumo ao Tour de France.

* Classificação: Fonte Wikipedia