Um dia após o final do campeonato do mundo de Fórmula 1, a Ferrari anunciou a saída de Marco Mattiacci, sendo substituido por outro italiano, Maurizio Arrivabene. Antigo executivo da Philipp Morris Europa - que tem entre outras marcas, a Marlboro - Arrivabene anda pela Ferrari há mais de dez anos, como o representante da marca, que foi patrocinadora da Scuderia na década passada, logo, conviveu com os pilotos e com Luca di Montezemolo, o anterior presidente da Ferrari.

Apesar de se dizer que a estadia de Mattiacci poderia ser temporária, após a saída de Stefano Domenicalli, em abril, a sua demissão foi um choque, pois ele tinha conseguido ser competente, reorganizando a Scuderia e conseguido o golpe de contratar o alemão Sebastian Vettel, no verão. Mas jornalistas mais por dentro do paddock, como Jonathan Noble, da Autosport, fala que os conflitos com Fernando Alonso e o facto de ter afrontado Bernie Ecclestone por algumas vezes fizeram com que Marchione ter decidido substituir por Arrivabene, uma personalidade mais conciliadora e mais conhecedora dos meandros.

Marchione elogia Arrivabene

«Maurizio traz um conjunto único de experiências com ele», começa por dizer Marchionne numa carta escrita aos funcionários da Ferrari, citada na Autosport britânica. «Em Maurizio, vejo as qualidades de alguém que é motivado pelo seu forte exemplo pessoal, o seu profissionalismo, bem como a integridade das suas decisões - em suma, pelo tipo de pessoa que ele é.»

«Todos nós sabemos como é importante ter um espírito de equipa saudável, principalmente neste momento. O tipo de espírito que só pode vir de um grupo de pessoas que acreditam num projeto e que estão preparados para compartilhar o empenho, sacrifícios e resultados», concluiu o presidente do Grupo Fiat.

A Ferrari não teve uma grande temporada em 2014. Sem vitórias, obteve apenas dois pódios, todos por Fernando Alonso, enquanto que Kimi Räikkönen conseguiu apenas uma volta mais rápida. Em termos de construtores, foram apenas os quartos classificados, superados por Mercedes, Red Bull e Williams. O simbolismo do seu desempenho poderá ter sido visto em Abu Dhabi, onde a equipa fechou a classificação, com Alonso a ser nono e Räikkönen o décimo, perdendo a vantagem para a equipa de Grove, que na ronda dos pontos a dobrar colocou os seus pilotos no pódio.