Paddy Lowe, director técnico da Mercedes, afirmou que a equipa arriscou pouco no desenho do seu carro para 2015. A base vencedora do W05, que permitiu conquistar 16 das 19 corridas em 2014, oferecia garantias suficientes para manter a competitividade em 2015.

Lowe: “Desenhámos o W06 determinados em manter a vantagem que tínhamos com o W05”

Ciente desse facto, a equipa apenas procurou evoluir o carro em áreas que se tornaram pertinentes ou onde os novos regulamentos obrigaram a mudanças. É o caso do nariz do carro que, devido às novas regulamentações, teve de ser mudado, dificultando muito a vida da equipa em termos aerodinâmicos. O nariz deste ano é mais fino e está mais baixo, o que representa uma mudança considerável para o balanço geral do carro.

"Já tínhamos um nariz bonito e este ano mantemos isso, mas este ano está mais baixo. Isso teve um efeito na performance do carro e foi um dos grandes contratempos neste inverno”, afirmou Lowe.

A frente de um F1 é a parte mais importante de um monolugar em termos aerodinâmicos. A forma como o nariz e a asa dianteira direccionam o fluxo de ar é fundamental para o carro ter um bom comportamento ao nível da aerodinâmica. Mudar, nem que seja por poucos milímetros, um ângulo da asa ou a altura do nariz altera por completo a forma como o ar interage com o carro, obrigando a repensar toda a sua concepção.

A Mercedes não quis arriscar e tentou fazer as alterações mínimas necessárias de forma a não perder a vantagem que tinha na última época. No entanto, não deixou de evoluir em componentes importantes, como a unidade motriz, que se diz ter agora mais 50cv de potência, ou o sistema de refrigeração, que é fundamental neste tipo de motores.

“Há muitos pequenos detalhes que foram melhorados.", começou por afirmar o director técnico das Flechas de Prata. "Um deles foi o sistema de refrigeração. (…) Nós queremos desenvolver o carro mas não queremos avançar tanto que depois afinal acabemos por recuar.”

Os testes de Jerez foram a prova de que a equipa está confiante para 2015. A forma como rodaram quase sem problemas, acumulando muitos quilómetros, mostra que a equipa procura afinar o que esteve menos bem em 2014. A vantagem competitiva que tiveram no ano passado justifica esta aposta. Para quê mudar radicalmente um carro que conseguia ser mais rápido quase 2 segundos por volta? A não ser que algum golpe de génio seja feito por parte de outras equipas, a luta entre Hamilton e Rosberg parece ser de novo o prato principal para 2015.