Nico Rosberg (Mercedes) foi o homem mais rápido na manhã australiana. Com um tempo de 1:29.557, o alemão bateu o seu colega e campeão em título, Lewis Hamilton, por escassos 29 milésimos de segundo. As Flechas de Prata foram os únicos monolugares a rodar no segundo 29, mas a sessão ficou sobretudo marcada por quem não correu: a Manor e a Sauber.

Manor e Sauber assistem da box

A expectativa era grande para a primeira sessão de treinos livres da temporada, em preparação para o GP da Austrália 2015, com muitas interrogações a pairar no caminho. Mais do que saber em que pé estão de facto as equipas e qual o seu real andamento, já que nos testes de Inverno a preocupação tende a ser centrada na fiabilidade das máquinas, em Melbourne os olhos voltavam-se para as garagens de Manor e Sauber.

Como anunciámos ontem, a Manor, a braços com problemas de software nos computadores que se ligam aos monolugares e que permitem fazer a calibração de diversos parâmetros, diagnósticos e gestão do carro em corrida, acabou mesmo por não correr durante a manhã. Como explicou o director da equipa, «os sistemas necessários para operar estes carros são incrivelmente complexos, e esta é a primeira vez que tivemos oportunidade para começar o processo de colocar todos os elementos em funcionamento e a dialogar com os sistemas do carro.» John Booth não pareceu, porém, alarmado, ao acrescentar que a Manor está a trabalhar «a ritmo certo» na lista de verificações, com a confiança de que a equipa correrá e se apresentará em competição.

Quem igualmente não deixou a box foram os monolugares da Sauber, na sequência da disputa legal em curso com o seu ex-piloto de desenvolvimento Giedo Van der Garde. O holandês ganhou a acção judicial à equipa, tendo-lhe sido concedido o direito por um tribunal australiano a correr no primeiro GP da temporada. O piloto esteve durante a manhã na box da equipa suíça, mas, talvez em sinal de protesto, quem passou a manhã dentro dos respectivos cockpits foi a dupla oficial da equipa: Marcus Ericsson e Felipe Nasr. Contudo, os dois pilotos não chegaram a sair para a pista.

Mercedes no topo; McLaren no fundo

Em pista, a sessão da manhã foi relativamente tranquila e sem surpresas. Os Mercedes, no seguimento do que foi possível ver nos testes de Inverno, colocaram os primeiros tempos no quadro. Ao fim da primeira meia-hora, Rosberg tinha o benchmark, com 1:29,557, seguido pelos dois Ferrari, Vettel e Räikkönen. A equipa de Maranello apresentou-se em bom plano, discutindo as segundas linhas com os habitualmente sólidos Williams, apesar da Toro Rosso, surpreendendo com os seus dois estreantes, ter surpreendido ao discutir as mesmas posições. Em corrida, estas posições poderão decididamente alterar-se, uma vez que não é possível saber as cargas de combustível com que cada equipa está a trabalhar.

Sinal mais para os homens de Maranello, em todo o caso, depois de uma temporada de 2014 totalmente falhada. E se as Flechas de Prata continuam indubitavelmente os mais velozes, o novo SF15-T dos italianos parece totalmente diferente do seu predecessor, apresentando uma condução mais previsível. Não se esperará, por isso, assistir aos mesmos combates que Räikkönen e Alonso tiveram de travar com os seus próprios carros em 2014, constantemente a escapar de traseira e sofrendo ora de subviragem ora de sobreviragem.

Exactamente uma hora após o arranque dos FP1, o homem da casa, Daniel Ricciardo, perdeu o controlo do seu Red Bull e deu um pião na curva 15, mas de imediato recuperando o seu andamento. A manhã não se mostrou auspiciosa para a equipa austríaca. Ricciardo e Kvyat foram apenas 10º e 11º, respectivamente, ficando a mais de meio segundo dos pilotos da sua equipa irmã, a Toro Rosso.

Por esta altura, a McLaren fechava o quadro entre aqueles que já tinham registado tempos: Button era apenas 14º, a uns distantes 5 segundos do líder Rosberg, e cerca de duas décimas de segundo mais rápido do que o colega Kevin Magnussen, em substituição de Alonso, já que o espanhol recupera ainda de uma concussão sofrida nos testes de Barcelona. De facto, nada se apresenta fácil para a McLaren. Ainda com algum tempo na sessão, ambos os monolugares voltaram à box, com a equipa a anunciar novos problemas mecânicos na unidade motriz.

Tempos dos FP1 do GP da Austrália

1) Nico Rosberg (Mercedes): 1:29.557
2) Lewis Hamilton (Mercedes): 1:29.586
3) Valtteri Bottas (Williams): 1:30.748
4) Carlos Sainz (Toro Rosso): 1:31.014
5) Sebastian Vettel (Ferrari): 1:31.029
6) Max Verstappen (Toro Rosso): 1:31.067
7) Felipe Massa (Williams): 1:31.188
8) Kimi Räikkönen (Ferrari): 1:31.310
9) Pastor Maldonado (Lotus): 1:31.451
10) Daniel Ricciardo (Red Bull): 1:31.570
11) Daniil Kvyat (Red Bull): 1:32.073
12) Sergio Perez (Force India): 1:32.247
13) Nico Hulkenberg (Force India): 1:32.261
14) Jenson Button (McLaren): 134.542
15) Kevin Magnussen (McLaren): 1:34.785
16) Romain Grosjean (Lotus): 2:17.782