A falta de ritmo evidenciada é demasiado grande para ser menosprezada e o chefe de equipa fez questão de mostrar todo o seu desagrado com o trabalho realizado pela Renault.

Já era sabido que o motor Mercedes é o mais potente do grid e que tanto a Ferrari e a Renault teria serias dificuldades em encontrar a potência necessária para igualar os germânicos em 2015. No entanto a Ferrari parece de ter minimizado essa diferença. Tanto a Ferrari como a Sauber conseguiram ser rápidas e não apresentaram qualquer problema de fiabilidade (para já). Os franceses, que no ano passado conseguiram performances minimamente decentes (melhores que a Ferrari), pareciam estar na melhor posição para se aproximar dos Mercedes. No entanto na Austrália todo o trabalho desenvolvido parece ter sido em vão e até se notou um “recuo”.

A Mercedes tinha uma vantagem de 40cv no ano passado e o motor deste ano consegue ter ainda mais 50 cv. Ora a Renault que supostamente levou para Melbourne um motor com mais 50 cv do que o de 2014, não conseguiu colocar essa potência em pista. Pelo contrário o motor revelou-se tão mau que forneceu menos potência do que a versão de 2014, o que se traduziu num défice de 100 cv para os Flechas de Prata. Se os cálculos dos franceses estivessem correctos e as melhorias implementadas resultassem, a Red Bull deveria estar entre a Mercedes e a Ferrari. Ora nem perto disso estiveram.

A Renault garante que os passos dados no desenvolvimento do carro foram certeiros e que o grande problema neste momento é a configuração e afinação do motor. Ricciardo e Kvyat queixaram-se que o motor para além de ter pouca potência, responde de forma diferente a cada vez que aceleram, o que dificulta sobremaneira a tarefa dos pilotos nas saídas de curva por exemplo. E é nesse sentido que os esforços da marca gaulesa estão apontados. Segundo o responsável Remi Taffin, não é necessária uma revisão do desenho do carro mas sim “apenas” trabalhar a afinação, sendo esperado que as melhorias sejam visíveis no Bahrain. A equipa foi obrigada a colocar as melhorias no motor em cima da hora sem testar devidamente as soluções com o resultado que se viu.

As declarações dos responsáveis mostram que tem havido muita pressão por parte da Red Bull, pois a equipa austríaca impôs um consultor técnico à Renault para analisar a unidade motriz durante 3 meses, mas as propostas indicadas porMário Illien foram recusadas. Agora é a Red Bull que quer testar os motores franceses em instalações por eles designadas na Áustria não confiando nos dados enviados de França.

Tudo resumido dá um motor que está longe do que é exigível, uma equipa que trabalha há 37 anos na F1 e que pretende mostrar que sabe o que faz, nem que para isso tenha de voltar a ter uma equipa própria e do outro uma equipa que está longe dos tempos de glória que viveu de 2010 a 2013 e que começa a dar sinais de muita insatisfação.

Horner já ameaçou que vai sair da F1 se a FIA não actuar, a Mercedes desvalorizou as críticas e mandou os Bull´s trabalharem mais e melhor e mesmo o director da Force Indiaveio colocar lenha na fogueira, dizendo que não tem pena da Red Bull e que a culpa da situação também é deles. A Force India tem avisado que é preciso tomar medidas para que a F1 volte a ser competitiva e menos cara, mas as equipas grandes têm feito ouvidos surdos. Ao ouvir os pedidos de mudança por parte de Horner, Bob Fernley (director da Force India) apontou o dedo ao britânico, afirmando que há um mês atrás a Red Bull recusou mudar o que quer que fosse e agora que está pressionada quer rever a situação.

Para finalizar a Mercedes anunciou um novo pacote de melhorias que os deverá tornar ainda mais fortes. Esta situação ainda vai criar muita dor de cabeça para a Red Bull e Renault.