Uma das grandes belezas do futebol é apresentar, em cada geração, um leque de craques que se responsabilizam por levar em diante as esperanças de uma nação, em especial se a visada consistir numa das mais tradicionais selecções do panorama internacional como a França. Sempre dotada de vários dos maiores nomes da modalidade, como Michel Platini, Zinedine Zidane, entre outros, a equipa gaulesa percebeu neste ano de 2016 que a sua figura para o presente e futuro será mesmo Antoine Griezmann.

Apesar de Paul Pogba ter representado um golpe Histórico pela sua milionária transferência para o Manchester United, é em Griezmann que se depositarão as maiores esperanças da nação francesa, hoje bem distante de vexames como a participação no Mundial 2010. Muito disto devido ao compromisso de futebolistas com o estatuto e qualidade deste ainda jovem atacante, que mostrou encarar a sua selecção com o mesmo compromisso com que se entrega no Atlético de Madrid.

Francês esteve perto de conquistar os dois mais importantes títulos do ano; foi CR7 a fazê-lo

Ano quase perfeito para Antoine Griezmann, que logrou atingir a final da Liga dos Campeões e do Euro 2016. Não fossem os portugueses - na Champions a pontaria afinada de Cristiano Ronaldo, e no Europeu a mestria de Fernando Santos, capaz de suprir e lidar com qualquer ausência no grupo de trabalho, mesmo tratando-se da sua grande estrela, Cristiano Ronaldo - e este teria sido o ano do francês. Acabou por ser Cristiano a tudo ganhar.

Toda a temporada, incluindo Euro 2016, deixou bem evidente que Griezmann resolve jogos. Com isso, resolve problemas - isto retirando a final do Euro, na qual nem mesmo o conhecimento que a França poderia deter em relação a Portugal, rival com o qual se bateu duas vezes no espaço de um ano na preparação para o certame, foi suficiente. Nada disto, porém, apaga os quase infindáveis méritos do craque colchonero.

Atlético de Madrid anuncia-se forte para o futuro, com Griezmann como bandeira

Griezmann liderou uma excelente equipa, como a França, enquanto se salientou num Atlético que se vem renovando, contando não só com este avançado de 25 anos, como também outros futebolistas de grande qualidade, como Saúl Ñiguez e, quem sabe, os bem conhecidos do futebol português Nico Gaitán, extremo que deverá ter a sua entrada na equipa preparada para os próximos meses, e Diogo Jota, um jovem com grande percepção do jogo e por isso capaz de, num futuro não muito distante, juntar-se a Griezmann e seus pares.

Na sua génese, um Atlético à imagem de Griezmann: que não dá uma bola por perdida e ambicioso como lhe é anualmente reconhecido. Os dois primeiros futebolistas, essenciais para o apuramento para a final da Liga dos Campeões e que poderão ter um longo futuro com as cores do clube; já no que respeita aos dois restantes, será uma perspectiva mais virada para o que se seguirá, até porque, como é sabido, não é líquido que Diego Simeone venha a ser o timoneiro da equipa na próxima temporada. Depois de um 2016 de tão grande êxito, a bandeira do Atletico terá um rosto francês.