Hoje sobre o relvado do Arena Pernambuco, duas selecções vão desfrutar do prémio dos oitavos-de-final de um Mundial: a surpreendente Costa Rica e a sempre lutadora Grécia. A formas de uma e outra chegarem aos oitavos foram bem diferentes, com os centro-americanos liderando o «grupo da morte» depois de vencerem, surpreendentemente, a Itália e o Uruguai. Já os helénicos conseguiram o apuramento na última jornada, num grupo em que também estavam longe de serem considerados favoritos.

Será um defronto na procura da consolidação da revelação Mundial 2014, cartaz que nesta altura é certamente detido pelos jogadores de Jorge Luis Pinto, e desejado por outras equipas como a Bélgica ou o México. Com o vencedor desta noite, haverá um aspirante a menos para ter a honra de saborear essa distinção e continuar sonhando com o troféu do Mundial.

Dois estilos diferentes, ponto comum frente-a-frente

Mas não será só uma questão de força, será uma partida com dois estilos diferentes que partem de um ponto comum: não ter problemas na baliza própria. Se Costa Rica faz valer aquilo que se explica nas escolas de futebol relativamente ao controlo e ao passe, a Grécia por seu turno tenta não deixar espaços atrás para «atirar-se ao pescoço» do rival em quanto haja oportunidade.

Fernando Santos tem mantido o estilo que levou os gregos a serem campeões europeus no 2004, tentando cumprir com a máxima de acabar com a baliza inviolada. Apoiado num 4-3-3 onde os extremos fazem um trabalho impagável em termos defensivos na ajuda aos médios, a Grécia tentará aproveitar os espaços nas costas da defesa contrária, com Samaras como maior referente num trio de ataque que não foi o mesmo em nenhum dos três jogos.

O onze de Costa Rica que venceu à Itália. Foto: Jamie McDonald | Getty Images

No outro lado, a Costa Rica apresenta um futebol fácil de poucos toques de bola. Sempre com os jogadores movendo-se para oferecer mais que um passe a quem tem a posse da bola. Assim dominaram o jogo frente à Itália, com menos controlo e um futebol mais inglês, procurando a velocidade de Campbell com bolas longas, assim fazendo muito dano à defesa uruguaia até acabar por marcar três golos.

Joell Campbell - Georgios Samaras

Porém, entre estes dois sistemas de jogo que procuram não ter complicações na área própria, há dois homens que se destacam por fazer todo o contrário. São as referências ofensivas das duas selecções e não só em golos se podem contar as sua contribuições aos respectivos ataques. Campbell e Samaras são avançados que se sacrificam pela equipa e trabalham nos dois lados da linha do centro do campo.

Campbell celebra o golo contra Uruguai. Foto: Laurence Griffiths | Getty Images

O ‘sete’ helénico costuma partir desde um corredor para acabar aparecendo na área e, como extremo, faz tarefas defensivas que a equipa agradece. Samaras é força, velocidade e recursos que se traduzem em efectividade em frente da baliza. Enquanto o ponta de lança é um pesadelo para as defesas que o devem parar. Campbell é rápido e hábil com a bola nos pés, sobretudo com o esquerdo, capaz de atrasar sua posição para distribuir e assistir quem se incorpore ao ataque centro-americano.

Com estes faróis defrontaram às 21 horas em Recife duass equipas que tem passeado formas bem diferentes de procurar a vitória, mas dois estilos que lhes levaram a ultrapassar a primeira barreira do Mundial. Quando o árbitro australiano Benjamin Williams apitar para o final da partida, só uma das selecções poderá continuar sonhando com Maracanã.

Onzes prováveis