O Sporting  deslocou-se até à Madeira para defrontar o Nacional, num campo habitualmente difícil e que, ao longo de toda esta época tem visto o nevoeiro adiar alguns jogos. Sabendo de antemão que poderiam ultrapassar o Benfica e reassumir a liderança do campeonato, os pupilos de Jorge Jesus mostraram-se presentes.

Será resposta à Campeão?

Por muitas vezes o digo, e não me canso de repetir: Jorge Jesus mudou o Sporting. Mudou a maneira de ver e encarar o jogo, começou a formar a tal “estrutura”. A maneira como esta equipa não se deixa abalar por resultados menos positivos e luta sempre e de forma constante por atingir objectivos, marca uma mudança. Uma mudança de realidade num Sporting que de há vários anos para cá se foi conhecendo algo “amorfo” e de espírito fraco. A verdade é que o jogo de hoje em frente ao Nacional foi muito bem conseguido. A entrada de rompante ajudou. Popularmente, bem se diz que o mais difícil é marcar o primeiro e o Sporting conseguiu fazê-lo cedo, através de um canto e com um belíssimo cabeceamento de Slimani, que está a fazer uma época brilhante. Quem diria que o avançado “tosco”, suplente de Montero e com graves lacunas a nível técnico-tático, se viria a tornar tão importante para este Sporting.

Desde cedo que os leões exerceram uma pressão alta sobre o terreno de jogo e mostraram-se fluídos e com capacidade de criar lances de perigo. O Nacional teve dificuldades em sair a jogar e os lances de perigo dignos de registo, pode-se dizer que foram inexistentes. Jorge Jesus teve ainda a sorte, após mais uma substituição forçada por lesão, de encontrar um Carlos Mané inspirado que criou desequilíbrios e acelerou o jogo quando assim o foi necessário. Foi um agitador.

Com o resultado ao intervalo fixado no 0-1, o Sporting partia para a segunda metade confortável, apesar da vantagem mínima. O jogo pouco ou nada mudou. O Nacional continuou apático e com dificuldades em responder, enquanto o Sporting deu seguimento à sua toada ofensiva, gerindo sempre bem os vários momentos do jogo. Adrien conseguiu o seu sétimo tento no campeonato, através de uma grande penalidade e, onze minutos depois foi a vez de João Mário fazer o terceiro, depois de um remate à barra de Slimani. Já com Schelotto e Aquilani em campo, o Sporting continuou a gerir o jogo da forma que mais lhe convinha e conseguiu ainda o quarto golo. Bruno Paixão assinalou grande penalidade a uma falta que, contudo, foi fora da área. Slimani foi chamado à conversão do castigo máximo e atingiu os 18 golos nesta edição da Liga.

Em suma, parece-me a mim que o Sporting conseguiu um resultado justo pelo caudal ofensivo que criou e também pela incapacidade dos Madeirenses em responder às investidas leoninas.

Coesão Defensiva: Há soluções no banco

Se com a lesão de Tobias e a intermitência de Ewerton, regularmente lesionado, parecia que o Sporting teria poucas soluções para o centro da defesa, pois bem, o mercado de Inverno serviu para as colmatar. Jorge Jesus já testou várias duplas diferentes e nos últimos jogos, não repetiu a mesma uma única vez. Não que isto seja propositado, mas sim fruto das lesões que têm atormentado os centrais leoninos. Paulo Oliveira e Naldo vinham formando, até agora, uma dupla muito sólida e na qual o brasileiro representou uma grande surpresa, visto que não se esperava que elevasse o seu jogo para um nível alto. Pensava eu, desde o início, que seria o suplente de Ewerton. Veio Coates por empréstimo e foi-se “repescar” Rúben Semedo ao Vitória de Setúbal e ambos têm sido extremamente seguros defensivamente. Muito interessante a forma como a equipa se manteve sólida com alterações estruturais tão profundas.

Nota de destaque ainda para João Pereira. Pouco se tem falado do lateral-direito do Sporting, mas a verdade é que Jorge Jesus também está a conseguir tirar o máximo rendimento dele. Muito menos faltoso do que o primeiro João Pereira que passou pelo Sporting (a sua folha de cartões assim o demonstra) e maduro. No início da época foi alvo de críticas por parte de muitos Sportinguistas, mas com o desenrolar do campeonato subiu claramente de forma.

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