Depois do tropeção caseiro frente ao Vitória de Setúbal, o Benfica deslocou-se à Madeira para defrontar o Nacional, obrigado a ganhar para poder capitalizar pontualmente com o clássico de hoje, entre FC Porto e Sporting. Do lado alvinegro, muitas baixas e contratempos, com Manuel Machado a ter de improvisar no eixo defensivo: o trinco Aly Ghazal alinhou ao lado de Tobias Figueiredo, ao passo que pela banda encarnada, a novidade centrou-se no regresso de Jonas ao onze e na inclusão de Raúl Jiménez na vez de Mitroglou.

Vitória voltou ao 4-4-2 com Jonas de regresso

De regresso ao habitual 4-4-2, Rui Vitória não deixou, ainda assim, de operar algumas mudanças no figurino táctico inicial: Pizzi, que actuara no miolo diante dos sadinos, voltou à faixa, mas agora à esquerda, permanecendo Salvio na ala direita. No ataque, ao invés do avançado isolado do 4-2-3-1 apresentado na Luz diante dos pupilos de Couceiro, o Benfica apresentou o recuperado Jonas, em parelha com Jiménez, ambos titulares pela primeira vez na Liga 2016/2017. Já o Nacional dispôs-se num 4-2-3-1 que rapidamente se poderia mutar num 4-5-1: Washington a trinco, Salvador Agra e Witi nos corredores do ataque e Ricardo Gomes na ponta da lança, sem esquecer o cérebro das operações a meio-campo, Tiago Rodrigues.

Ghazal ajudou Benfica, Tobias assustou...mas por pouco tempo

Com um arranque dinâmico de parada e resposta, ambas as equipas colocaram-se mutuamente em sentido: o jogo, aberto, convidava às incursões de ruptura, mas foi de um lance de bola parada que o nulo inicial se desfez. Pizzi marcou o livre e Ghazal, infeliz, introduziu a bola nas redes do guarda-redes Rui Silva. Dezassete minutos jogados e o Benfica adiantava-se no marcador. Apesar da vivacidade do jogo, escassas seriam as chances de golo durante a primeira parte. No arranque da segunda metade, foi o Benfica a estar perto do golo, com Salvio a alvejar o poste num remate potente à passagem do minuto 53.

A intensidade das Águias aumentava e seria, dois minutos depois, Jonas a desperdiçar o golo da tranquilidade: cruzamento vindo da direita, com o avançado brasileiro a matar no peito e a disparar um remate à queima-roupa, que Rui Silva susteve de forma brilhante. Não marcou o Benfica, celebrou o Nacional: Agra avisou Júlio César aos 63 minutos (livre directo que o brasileiro sacudiu com dificuldade) e, um minuto depois, Tobias Figueiredo empatava a contenda, através de um cabeceamento magistral descoberto pelo canto meticuloso de Agra.

Carrillo demorou apenas 3 minutos para fazer a diferença

Perante o golo do Nacional, Rui Vitória não desfez os planos e manteve a decisão de lançar Celis no jogo, retirando André Horta; Pizzi também abandonou o relvado, para dar lugar ao peruano Carrillo. E seria mesmo o extremo ex-Sporting a anular a igualdade, apenas três minutos depois de entrar: Salvio ganhou a linha, furou a área alvinegra e, perto da pequena área, assistiu o peruano, que, com classe, desviou-se do oponente e fuzilou as redes desamparadas do Nacional. Destaque também para o passe picado de Jiménez que descobriu o desmarcado Salvio.

Nacional azarado viu Jiménez marcar o segundo na Liga

Em desvantagem, Manuel Machado lançou Okacha e Bonilla, tentando dar maior profundidade ao jogo do Nacional, mas o azar bateu à porta quando o egípcio Aly Ghazal teve de abandonar as quatro linhas, devido a uma lesão na cabeça. Em inferioridade numérica (a equipa da casa havia já gastado todas as substituições) a partir dos 84 minutos, os madeirenses perderam fulgor, acabando por sofrerem o 1-3 aos 90+1 minutos: a potência física de Raúl Jiménez surpreendeu Washington, que perdeu o lance para o mexicano. Isolado, o avançado bateu Rui Silva sem qualquer dificuldade.