São dois indiscutíveis de Benfica e Sporting. Com efeito, quer Fesja, quer William desempenham um papel nuclear na dinâmica de jogo das suas equipas, sendo assim dois jogadores sem os quais os respectivos treinadores não podem passar. William apenas falhou o jogo da Taça da Liga diante do Arouca, tendo sido titular em 18 dos 19 jogos onde participou, contabilizando 1660 minutos. Nesse âmbito os números de Fejsa são idênticos; o sérvio tem 18 jogos, todos a titular, somando 1570 minutos.

O Homem-sombra

O plantel do Benfica apresenta esta época muitas e boas opções para o ataque, e que muito entusiasmam os adeptos encarnados. Contudo, toda a dinâmica ofensiva das águias assenta, primordialmente, em Ljubomir Fesja. O sérvio não será o jogador mais mediático, nem aquele a que mais dá nas vistas pela sua capacidade técnica ou finalização; contudo, é a partir do médio que o Benfica inicia o processo de construção ofensiva. O papel do sérvio neste âmbito resume-se, na maior parte das vezes, à rápida recuperação de bola ou destruição da transição ofensiva adversária.

Para cumprir com esta fundamental função, Fejsa faz-se valer de um excelente sentido posicional, associado a uma leitura de jogo quase perfeita; características fundamentais num médio defensivo, às quais se aliam o porte físico assinalável.

Ljubomir Fejsa não será um virtuoso a nível técnico, todavia, é peça nuclear no onze benfiquista, dando ao mesmo o equilíbrio necessário para compensar a vertigem ofensiva da equipa da Luz.

Muito mais que um trinco

É conhecida a importância que Jorge Jesus dá ao médio mais recuado do seu meio-campo. Foi assim aquando da sua passagem pelo Benfica, e é agora ao serviço do Sporting. Para tal, o técnico conta com um jogador de excelência, capaz, não só de destruir, como também de ser muitas vezes o primeiro construtor de jogo ofensivo do Sporting.

William Carvalho não será um trinco no sentido mais tradicional da palavra. O internacional português é um médio completo, associando a sua imponência física e capacidade técnica a uma velocidade de leitura e raciocínio impressionante. Nunca veremos William em rápidos piques verticais, a velocidade física não está, de facto, no seu arsenal. Todavia, poucos conseguem pensar o jogo mais rápida e eficazmente que o 14 dos leões.

Tais características permitem ao Sporting poder controlar melhor o ritmo de jogo; "ora congelar" a posse de bola (é virtualmente impossível roubar a bola a William), ora recorrer a rápidas transições ofensivas através da capcidade técnica do médio português e da sua verticalidade.

Devido as características supracitadas, William Carvalho pode ser visto como o verdadeiro eixo da equipa do Sporting; um eixo capaz de transformar defesa em ataque num ápice e com qualidade.

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