O Estádio da Luz registou quase a lotação máxima para o empolgante e desejado Benfica x Porto, uma partida entre os dois candidatos ao título 2016/2017 e onde tudo podia ser (quase) decidido. Em caso de vitória, o Benfica ficava a uma distância mais confortável do Porto e posicionava-se melhor para o título; já se o Porto saísse vitorioso haveria uma reviravolta na liderança do campeonato, posicionando-se o clube nortenho para conquistar o título que tem fugido nos últimos anos. Certo é que as expectativas não foram cumpridas e, 90 minutos depois, o desfecho foi simples: tudo ficou como estava.

1ª parte: O Benfica fez a Luz acreditar

Assim que Carlos Xistra apitou para o início da partida, o Benfica começou logo a pressionar, claramente à procura da vantagem que tinha de conseguir. O Porto estava apagado perante um Benfica forte e coeso, a organizar incursões ofensivas desde cedo. Foi por isso que, sem surpresa, o Benfica se adiantou no marcador - a pressão das águias era forte e, aos 5 minutos, Felipe só conseguiu travar Jonas em falta, oferecendo ao Benfica uma grande penalidade. O jogador canarinho posicionou-se para cobrar o pênalti e pôs todo o estádio a vibrar ao minuto 6, garantindo a supremacia benfiquista em dia do seu aniversário.

A vantagem nada mudou na atitude do Benfica, que continuou muito presente no meio campo portista para tentar chegar a um resultado mais seguro e favorável. Só a partir dos 10' é que se viu um Porto a procurar ter algum destaque, mas sem grande sucesso, pelo menos até ao marco dos 20'. Foi precisamente aí que o Porto chegou pela primeira vez à área de Ederson, conseguindo um canto que poderia ter dado golo, não tivessem os postes ajudado. O Benfica não desanimou e ao minuto 22 podia ter brilhado, mas Felipe conseguiu impedir Rafa de servir Mitroglou. O Porto ia crescendo cada vez mais na partida e enfrentava as águias de frente, conseguindo jogar na área adversária e tendo mesmo causado alguns arrepios aos adeptos do conjunto encarnado.

Aos 37' Ederson foi herói: Brahimi bateu um livre que podia ter sido o empate, não tivesse o brasileiro sido mais rápido a desviar a bola para canto, numa defesa formidável. Pouco depois era a vez de Luisão quase marcar a contar, com um cabeceamento que podia perfeitamente ter colocado um 2 no marcador, não tivesse faltado a pontaria final. O certo é que, aos 45', Carlos Xistra apitava para o intervalo com o 1-0 dos 6' de jogo consolidado, numa parte que foi Benfica, mas que o Porto conseguiu equilibrar a metade. Destaque para Nélson Semedo, do lado das águias, que esteve incansável, tanto no ataque como na defesa; já no Porto, Brahimi foi quem mais se destacou pela positiva, estando muito presente no jogo portista.

2ª parte: Quem não marca, perde (ou empata...)

A 2ª parte começou de forma matadora: ainda as equipas mal tinham começado a jogar e já o ex-Benfica, Maxi Pereira estava a fazer a minoria dos adeptos portistas presentes na Luz celebrar o empate. O Porto começou logo no ataque, e o Benfica não teve poder para contrariar as incursões ofensivas azuis e brancas: Numa grande confusão na área, Brahimi rematou para defesa de Ederson; a bola sobrou para André André, que a perdeu para Samaris, para logo a seguir a recuperar. O médio portista cruzou e Lindelof conseguiu impedir o seguimento da bola, mas Maxi Pereira apanhou a redondilha e colocou-a dentro da baliza, não dando qualquer espécie de hipótese a Ederson. O golo surgiu em momento oportuno, refletindo um Porto que tinha vindo a crescer e a procurar lutar pelos 3 pontos.

Os nortenhos continuaram pressionastes até aos 60', altura em que o Benfica voltou a assumir o jogo. Aos 62' Jonas rematou para defesa de Casillas, só para ver o guardião voltar a negar-lhe o golo logo a seguir, numa defesa incrível do espanhol. O Benfica ganhava confiança e começava a dominar por completo a partida, dando início a um conjunto de oportunidades de fazer o bis, mas falhando sempre no momento do último passe e deixando um Estádio da Luz frustrado a ver. Aos 72' o golo quase foi festejado, mas Casillas foi herói: Mitroglou rematou na sequência de um livre, para ver o tento negado pelo guardião, e no ressalto Jonas ainda tentou, mas mais uma vez Casillas não permitiu o festejo do brasileiro; no minuto seguinte Luisão cabeceava, mas à figura do espanhol. As águias continuaram a lutar até ao fim, não mais largando a área do Porto, mas como no futebol quem não marca perde, ou, neste caso, empata, o resultado acabou mesmo por não mais se alterar, terminando com um 1-1 final depois de 3 minutos de compensação.

No final do jogo fica a sensação de um Porto com sorte, perante um Benfica azarado. As águias fizeram de tudo para reconquistar a supremacia da 1ª parte, mas a bola teimou em não entrar, e o guardião Casillas foi um autêntico herói ao lado dos postes. A vitória do Benfica não seria nada inesperada perante o que foi feito em campo, mas o Porto soube ter a eficiência de não deixar o Benfica terminar as suas jogadas ofensivas da melhor forma. Casillas, Danilo e Brahimi foram os homens destaque dos dragões, enquanto que do lado da equipa da casa o reconhecimento vai para Ederson, Nélson Semedo e Pizzi, que deram nas vistas com as suas boas exibições.

Contas feitas, o "jogo que tudo poderia decidir" nada decidiu, e tudo continua na mesma. O Benfica é líder com 1 ponto a mais do que o Porto, que fica na expectativa do erro das águias para poder atacar a liderança e conquistar o título. Já os pupilos de Rui Vitória só dependem de si, mas é importante referir que ainda os espera um desafiante Sporting x Benfica. Resta esperar para ver qual o desfecho das próximas 7 jornadas e saber quem será consagrado o próximo Campeão Nacional.

VAVEL Logo
Sobre o autor