Noite de Sábado e um serão na Luz que tinha o seu tema bem definido: a busca pela redenção do Benfica após um sempre anormal ciclo de três partidas sem vencer, sendo que na Liga NOS a última experiência, há precisamente uma semana, havia sido uma derrota frente ao Boavista que deixou mossa. Para cúmulo nem sequer o regresso a casa ante o Sp. Braga de nada valeu - a águia sentia-se em dívida para com os seus adeptos.

A receber o Paços de Ferreira estava um tetracampeão nacional, oitavo-finalista da Liga dos Campeões na época transacta e quarto-finalista na época que se havia antecedido e foi mesmo um Benfica a ’puxar dos galões’ aquele que desta feita se apresentava, tendo cedo passado a dominar as operações e a quase chegar à vantagem ao minuto 9, momento em que um livre em zona frontal de Álex Grimaldo esbarrou no poste perante um Mário Felgueiras que sem nada poder fazer para deter o remate do espanhol celebrou o toque do esférico no poste como se um golo se tratasse.

Equipa encarnada correspondeu às exigências e saiu para intervalo na frente

Oito minutos depois, é mesmo um defensor do Paços quem volta a fazer a bola embater no mesmo poste, desta feita com um corte em esforço que permitiu evitar que um cruzamento rasteiro de André Almeida pudesse encontrar sequência - continuava a carregar o Benfica perante um visitante ofensivamente inexistente.

Bastou esperar mais alguns segundos, mais concretamente ao minuto 20, para se assistir ao que os mais de 43 mil espectadores presentes já esperavam: o primeiro golo benfiquista, alcançado a partir de uma boa movimentação de Andrija Zivkovic, que tem sido um dos elementos em foco da equipa nos tempos mais recentes, pela direita, para igualmente de pé direito colocar rasteiro à entrada da área onde o pé esquerdo de Franco Cervi não fazia cerimónia, atirando forte e colocado para o primeiro tento da noite.

Sete minutos depois, novo motivo de alvoroço nas bancadas, nas quais se encontravam ainda ‘espiões’ ligados a Sp. Braga: Cordoba, Metz, Getafe, Manchester United, Sheffield Wednesday, Southampton, Sparta de Praga e aquele que será precisamente o próximo adversário dos encarnados, o Basel, da Suíça, nação da qual é cidadão o atacante Haris Seferovic, que, num lance de esforço individual que se concluiu com um remate que quase surpreendia o guardião contrário, se viu contornado pela bola que ao invés de entrar na baliza, embateu no travessão.

Ao contrário dos últimos jogos, a águia conseguiu ‘matar’ o jogo e terminar sem sobressaltos

Passado o intervalo, o Paços de Ferreira entrou disposto a alterar o guião do desafio ao quase empatar logo aos 47, numa cabeçada de Rui Correia após canto batido pela esquerda, com o gesto do central a fazer a bola ainda ‘beijar’ a trave e passar pouco por cima da baliza à guarda de Julio César, que não mais seria incomodado. O guarda-redes ainda celebraria o 2-0 que seria conseguido através do instinto de Jonas, solto na pequena área para transformar em golo uma intervenção de Seferovic, que desviou de cabeça o canto batido por Pizzi aos 61 minutos para que o experiente brasileiro pudesse atirar a contar.

Um momento que se revelaria importante, pois há algum tempo não era conseguido pelos encarnados: o chamado ’golo da tranquilidade’ que faltou nas ocasiões anteriores. Tanto frente a CSKA de Moscovo quanto Boavista e Sp. Braga, o Benfica havia entrado melhor e marcado primeiro, mas nunca sem desferir a ’estocada final’ - desta vez fê-lo, e assim garantiu um suspirado regresso aos triunfos. 

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