A polémica está longe de terminar, mas a verdade é que as propostas do G15 foram oficialmente aprovadas pela Liga de Clubes. A Assembleia Geral Extraordinária, realizada esta sexta-feira pela Liga de Clubes sem a presença do Vitória de Setúbal e do Portimonense, ditou mudanças que entrarão em vigor já na próxima temporada.

Veja, de seguida, as implicações desta reunião, divididas em 5 tópicos principais: os empréstimos, o VAR, o sorteio, os castigos a dirigentes e as taxas televisivas.

Os empréstimos: novos limites

Uma das medidas que mais tem dado que falar está relacionada com os empréstimos. A partir de 2018/19, os clubes que tencionem ceder jogadores a instituições do mesmo escalão, apenas poderão fazê-lo por 6 vezes e sem emprestar mais do que um jogador a cada emblema (contrariamente ao estipulado até agora, que previa a possibilidade de fornecer até 3 jogadores ao mesmo clube). Para além disso, foi também estabelecido um outro limite para os clubes que recebem, que na próxima temporada apenas poderão contar com um máximo de 3 jogadores emprestados no seu plantel.

O VAR: o mesmo estádio, as mesmas condições

Outra decisão que afetará o futebol português já em 2018 prende-se com a quantidade de câmaras à disposição do vídeo-árbitro. A reunião desta sexta-feira determinou que todos os jogos que sejam realizados no mesmo estádio terão de possuir, necessariamente, o mesmo número de câmaras televisivas disponíveis ao longo de toda a época. 

«Será feito o levantamento, no início da época, pela Liga, e depois, se o Aves jogar em casa com Benfica, FC Porto, Sporting, Braga, Moreirense e outros clubes, terá sempre o mesmo número de câmaras, independentemente do adversário.», explicou Mário Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga de Clubes.

O sorteio com uma única condição: a segurança

Até agora, o sorteio da liga estava condicionado por vários fatores que acabavam por limitar os jogos possíveis em cada jornada. Contudo, a partir de 2018/19, haverá apenas uma restrição: a segurança. Desta forma, existem 3 grupos de clubes que nunca poderão jogar em casa na mesma jornada: 1) Sporting e Benfica; 2) FC Porto e Boavista; 3) SC Braga e Vitória de Guimarães.

Castigos a dirigentes

No que à questão disciplinar diz respeito, o encontro ditou um castigo duro se o limite máximo de suspensões for ultrapassado pelos dirigentes. A partir de agora, qualquer dirigente desportivo que atinja 3 suspensões na mesma época ficará impedido de ir aos estádios, tanto na condição de visitado, como na de visitante. Para além disso, eventuais comentários relativos à arbitragem que sejam realizados antes das partidas também serão analisados por parte do Conselho de Disciplina, podendo agravar a sanção aplicada, caso se justifique.

Taxas televisivas redefinidas

Até ao momento, eram aplicadas taxas televisivas no valor de 750 euros para os clubes da Segunda Liga e de 2500 euros para os clubes da primeira divisão. Com as alterações decididas nesta Assembleia, os clubes da segunda divisão estarão isentos de qualquer tipo de pagamento, ao passo que o valor aplicado a cada emblema da Primeira Liga estará dependente dos seus rendimentos operacionais (deixando, portanto, de ser uma taxa igual para todos).

Oposição do FC Porto e do Sporting

Embora estas alterações tenham sido efetivamente aprovadas pela Liga de Clubes, esta é uma questão que continuará, certamente, a ser debatida. Exemplo disso é o facto de Bruno de Carvalho e Pinto da Costa terem abandonado a reunião desta sexta-feira mais cedo - tendo feito chegar as suas propostas à Liga em tempo útil, os presidentes do Sporting e do FC Porto queixaram-se destas não terem sido discutidas na Assembleia, sendo chumbadas na sua generalidade.

No final, o líder portista criticou claramente o G15, acusando-o de não querer conversar nem admitir as propostas dos outros. «O G15, ou 11 ou 13, não sei bem, defende que deve haver diálogo entre os clubes. (...) O FC Porto não terá nenhum diálogo com quem não quer sequer, na casa dos clubes, admitir propostas dos outros.», disse.

Por sua vez, Bruno de Carvalho chegou mesmo a falar em «vergonha», ameaçando impugnar a Assembleia Geral. «Esta situação já está a ser visto pelo departamento jurídico se não é motivo para impugnação, visto que as três propostas  foram apresentadas dentro dos prazos regulamentares.», referiu.

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