A Arena Otkrytiye, em Moscovo, recebeu este sábado a estreia de Argentina e Islândia no Mundial da Rússia. 

  Do lado dos alvicelestes, Jorge Sampaoli lançou para o terreno uma Argentina numa espécie de 4-4-2, com destaque para a entrada algo surpreendente de Maximiliano Meza para o onze titular. Eduardo Salvio, jogador do Benfica, foi também chamado pelo técnico argentino para a titularidade para ocupar a posição de lateral direito. 

  Nos Vikings foi também o 4-4-2, sem surpresas, o esquema tático escolhido por Heimir HallgrimssonGylfi Sigurðsson, que costuma atuar como médio mais ofensivo, acabou por jogar mais subido no terreno, bem perto do avançado do Friburgo, Finnbogason

  A Argentina entrou forte no jogo e logo aos 3 minutos já podia estar a festejar depois de Otamendi ter cabeceado ao lado na sequência de um livre marcado por Messi. 5 minutos depois, o astro do Barcelona voltou a marcar um livre perto da área onde desta vez foi Tagliafico a não dar a resposta desejada ao cruzamento, com a bola a passar perto do poste direito de Halldorsson, gurdião da Islândia. 

  A resposta por parte dos islandeses surgiu ao minuto 9. Depois de uma sequência de erros defensivos por parte da Argentina, a bola acabou por ressaltar para a entrada da área dos argentinos onde surgiu Bjarnason que na cara de Caballero, guarda-redes da Argentina, atirou ao lado.

  De forma natural, a seleção do continente americano assumiu cada vez mais o jogo e acabou por ter o controlo total do mesmo, frente a uma Islândia compacta e organizada no seu momento defensivo, procurando sempre que possível encurtar os espaços aos talentosos jogadores argentinos. Messi vinha constantemente buscar jogo ao meio-campo, tentando receber a bola para depois ficar de frente para o jogo. Era daí que vinha o maior perigo por parte da formação alviceleste.

  Com um claro domínio no jogo, o golo acabou mesmo por surgir para a Argentina. Aos 18 minutos, Rojo rematou ainda distante da área e a bola acabou por parar nos pés de Agüero, que após um excelente trabalho, rodando sobre o defesa que o marcava, acabou por rematar com estrondo e de forma imparável para fundo da baliza da Islândia. Estava feito o primeiro da tarde. 

  Quando se esperava que a Argentina carregasse ainda mais sobre os islandeses após o golo marcado, eis que a Islândia responde com um golo e empata a partida. Sigurðsson, à vontade na área argentina, cruzou para o desvio de Bjarnason ao qual Caballero se opôs com categoria. No entanto, a bola acabou por sobrar para os pés de Finnbogason que só teve que encostar para a fundo das redes, levando os Vikings à loucura à passagem do minuto 23

  Após o golo sofrido, a Argentina ficou intranquila e foi sentindo cada vez mais dificuldades em criar perigo junto da baliza islandesa, com os homens de Heimir Hallgrímsson a mostrarem-se ainda mais motivados e concentrados, a defenderem com grande rigor tático as investidas argentinas. Surgiu ao minuto 32 um remate muito tímido de Lucas Biglia, com a bola a passar por cima da barra da baliza de Halldorsson.

  Os números esmagadores de posse de bola favoráveis à Argentina - 73 % a favor da turma de Sampaoli - em nada se refletiam em ocasiões de golo, com os argentinos a trocarem a bola de forma inconsequente e muito dependentes dos alguns rasgos individuais de Messi que esbarravam sempre na muralha defensiva islandesa. 

  A última grande oportunidade da primeira parte acabou mesmo por pertencer à Islândia à passagem do minuto 44, que podia ter ido para os balneários a vencer depois de um grande trabalho dentro de área de Sigurðsson. O médio do Everton tirou com classe um jogador da frente e rematou rasteiro para uma grande intervenção de Caballero, negando assim nova festa para o lado islandês, prevalecendo o empate ao intervalo. 

  O regresso para a segunda parte trouxe mais do mesmo. A Argentina com mais posse de bola e instalada no meio campo da Islândia, mas com os Vikings a permanecerem organizados, fazendo frequentemente o uso da sua força e jogo físico para condicionarem o jogo ofensivo da seleção sul-americana. 

  Com o objetivo de dar outro rumo à partida, Sampoli retirou Biglia do jogo ao minuto 54, fazendo entrar para o seu lugar Éver Banega. O médio do Sevilha foi ocupar posições mais avançadas no meio-campo da Argentina, chegando a aparecer várias vezes atrás do ponta-de-lança para causar situações de desequilíbrio dentro da área islandesa. Com esta alteração, a formação alviceleste ficou apenas com Mascherano como homem mais recuado no seu meio-campo. 

  Ao minuto 64Magnusson carregou Meza sobre as costas dentro da área islandesa e o árbitro não teve dúvidas. Apontou para a marca de grande penalidade e Messi teve nos pés uma oportunidade flagrante para colocar a Argentina de novo a vencer. Tal não aconteceu graças a uma excelente defesa do guardião dos Vikings, que adivinhou o lado para onde o camisola 10 argentino bateu a grande penalidade.  

   Com o desespero bem presente no rosto dos argentinos, Pavón foi lançado no jogo para tentar agitar ainda mais o ataque da formação argentina, mas quase sempre sem sucesso. O bloco compacto e muito bem estruturado da Islândia aguentou as várias tentativas por parte da Argentina, com os islandeses a recorrem cada vez mais ao jogo direto e pontapé longo para tentarem sair em contra-ataque. 

  Com apenas cerca de dez minutos para se jogar, Messi tentou redimir-se da grande penalidade falhada com um grande remate de pé esquerdo de fora de área. O potente remate do argentino saiu a rasar o poste da baliza de Halldorsson. Poucos minutos depois, mais uma o guarda-redes islandês voltou a ser decisivo, desta feita a fazer uma excelente parada a um cruzamento/remate de Pavón. O número 1 da Islândia fez uma defesa quase por instinto e voltou a segurar a sua seleção, numa fase de maior pressão por parte dos argentinos. 

  Já num último esforço, e com Higuaín já em campo, foi novamente Messi que voltou a levar perigo com mais um remate, desta vez dentro de área e com o pé direito. O resultado foi o mesmo que os anteriores: a bola saiu ao lado da baliza da Islândia

  O jogo chegou ao fim com um empate que premeia a organização e o rigor defensivo dos Vikings juntamente com uma grande exibição de Halldorsson. A juntar a estes fatores, a desinpiração dos jogadores argentinos e o penalty falhado por Messi fazem com que a Argentina não conquiste mais do que um empate na sua estreia no Mundial.