O leão venceu o 6º clássico em 7 possíveis na temporada, mantendo assim a ambição de chegar ao 1º lugar da Liga NOS. O Sporting mostrou ser uma equipa mais adulta e rigorosa estrategicamente, acabando por triunfar por 1-3 em pleno Estádio do Dragão. Os pupilos de Jesus beneficiaram dos golos de Slimani e Bruno César, e para os invictos Herrera ainda pintou a rede de Patrício de azul através de grande penalidade. Os leões estão agora novamente a 2 pontos do Benfica, numa luta intensa e feroz pela Liga NOS 2015/2016.

Primeira parte: Slimani basta para assombrar o dragão

A moldura humana impressiou na cidade invicta, com mais de 45 000 aficcionados a vibrarem num final de tarde soberbo para a prática do desporto rei. Em jogo esteve o último embate da época entre 2 dos 3 grandes do futebol luso, num duelo a contar para a jornada 32 de um dos campeonatos mais empolgantes da história. Os técnicos esmeraram-se nas escolhas, com 2 equipas muito talentosas e recheadas de craques. Do lado azul, Peseiro lançou Chidozie e Aboubakar, e Jorge Jesus apostou no 11 base, com o habitual 4-4-2.

Com a bola nos pés, o ritmo foi desde cedo frenético, sendo extraordinário contar com um duelos no miolo que tornam a Liga NOS mais forte. De um lado, Danilo e Sérgio Oliveira, e do outro, William e Adrien, sendo que Herrera e João Mário tiveram também um papel fundamental no xadrez do centro do terreno. O ambiente estava vibrante e João Mário, ao minuto 4, surgiu solto na cara de Casillas, rematando por cima da barra. Os invictos a jogar em casa não baixaram os braços, e num ataque rápido Herrera disparou um míssil ao poste de Patrício ao minuto 7.

João Mário foi uma das pérolas técnicas do jogo // Foto: Facebook do Sporting CP
João Mário foi uma das pérolas técnicas do jogo // Foto: Facebook do Sporting CP

No Porto, Danilo mostrou ser o dragão mais em foco, num duelo à parte com o leão João Mário, que mostrou estar acima exibicionalmente. À passagem do minuto 17, Bryan Ruiz ganhou posição e com classe cruzou para Slimani, que viu Casillas negar-lhe o 1º golo da partida. 6 minutos volvidos e eis que João Mário tirou um lance de génio da cartola. O médio lusitano conduziu o esférico como se fosse um foguete, fez um túnel humilhante a Ángel na ala esquerda e cruzou, por fim, para o matador Slimani encostar para o 0-1. Com o tento sofrido o Porto subiu nas 4 linhas e Herrera funcionou como um 2º avançado no apoio a Brahimi, Corona e Aboubakar. O leão não baixou a intensidade e Schelotto voltou a procurar o artilheiro argelino, mas o remate encontrou as mãos de Casillas.

Ao minuto 33, Brahimi surgiu vagabundo na área, e quando sentiu a presença de Coates atirou-se para a piscina. O juíz de linha assinalou uma grande penalidade duvidosa, mas Herrera aproveitou a chance. O mexicano bombardeou a baliza de Patrício e restabeleceu a igualdade (9º golo do médio na Liga). Galvanizados pelo tento, os azuis e brancos partiram para cima do leão, e Brahimi mostrou toda a técnica levando a bola até ao tiro de Herrera, que passou a um palmo do poste. Em cima do intervalo, o Sporting mostrou ter alma de campeão, com Bryan Ruiz e Slimani em grande estilo a fabricarem o 2º festejo da tarde. O extremo ganhou espaço e cruzou com régua e esquadro para a cabeça de Slimani. O argelino aplicou um golpe incrível, não dando chance de defesa. O avançado soma já 26 golos e está a 4 do melhor marcador, Jonas.

Slimani fez os leões festejarem por duas ocasiões // Foto: Facebook do Sporting CP
Slimani fez os leões festejarem por duas ocasiões // Foto: Facebook do Sporting CP

Segunda parte: Bruno Cesar acabou com as dúvidas

O FC Porto regressou dos balneários com o orgulho ferido e empurrou o Sporting para o seu último reduto durante os 15 minutos iniciais da 2ª etapa. O selvagem Maxi deu o 1º sinal de alarme azul, ganhado posição para rematar depois de uma arrancada incrível de Corona, valendo Patrício a tapar a baliza com uma parada de luxo. Ao minuto 50, Sérgio Oliveira beijou a bola e preparou-se para bater um livre a 25 metros da baliza. Na conversão, o jogador portista deu um tiro fulminante na bola, valendo ao Sporting a barra a negar o golo. O remate foi de uma violência atroz e o Porto perdia aqui a ocasião mais flagrante da 2ª parte.

A partir daqui, o meio campo leonino segurou o jogo e, para tal, William, Adrien e João Mário foram fundamentais. Ao minuto 63, João Mário obrigou Casillas a defesa segura. 5 minutos depois, Bryan Ruiz convidou Slimani a festejar, mas desta vez Casillas mostrou ter reflexos para negar o hat-trick ao argelino. A 15 minutos do fim, o Porto ganhou mais um livre perigoso, e desta vez foi Herrera a rematar com potência. No caminho da bola esteve Patrício, que segurou a vantagem. A 5 minutos dos 90, o recém entrado Bruno César ainda foi a tempo de ampliar a vantagem para 1-3, deixando Casillas muito mal na fotografia. O treinador José Peseiro tentou apostar em Varela, André Silva e André André, mas no final venceu a melhor equipa.

Foto: fcporto.pt
Rui Patrício foi herói a travar o dragão // Foto: fcporto.pt

O Sporting esteve uma vez mais incrível na garra e ambição de chegar ao título, valendo Slimani, que leva já 4 golos nas 2 partidas diante o Porto nesta edição do campeonato. O Porto está agora a 13 pontos do Sporting e a 15 do Benfica, e é necessário reflectir sobre estes números, porque um plantel tão recheado obrigava a um campeonato mais regular dos invictos. O Sporting não vencia no Dragão para o campeonato há 11 anos, e o registo nos clássicos desta época espelha um leão demolidor, que em 7 jogos venceu 6 na luta entre os grandes. O leão soma agora 80 pontos, a 2 do rival Benfica, que tem 82. A luta pelo 1º lugar está escaldante e o recado VAVEL fica feito: faltam 2 jornadas, pelo que perdê-las seria um crime!