A Liga dos Campeões é na verdade a competição mais apetecível no que diz respeito à capacidade táctica e atributos técnicos. Nela habitualmente podem encontrar-se os melhores espectáculos e em certos dias muitos, muitos golos. Foi esse o caso desta terça-feira, na qual em apenas dois encontros se apontaram 14 golos sendo que em ambos os casos a contagem até poderia ter sido maior e em ambos os casos os sobrenomes portugueses tiveram uma influência acrescida…

Primeiramente, num duelo em que se marcaram nada mais, nada menos do que oito golos devido à enorme contribuição de Leonardo Jardim, técnico de um destemido Monaco que esta época despiu uma ‘capa’ de equipa de pouca audácia ofensiva para passar a praticar um futebol assente em espectáculo que não garantiu um triunfo, nem sequer o empate, perante o Manchester City, mas que apresentou perante a Europa um conjunto do Principado bem diferente, para bem melhor, em relação a protótipos de outras épocas.

Leverkusen em clara desvantagem na eliminatória

No fim de contas, a entrada de João Moutinho, um jogador com clara capacidade para ainda jogar como titular caso Jardim o entenda, de nada valeu com o City nessa altura já a dominar as operações, liderado por Kun Aguero, autor de um bis que valeu os segundo e terceiro tentos da equipa e ainda da assistência que selou o quinto golo, apontado por Leroy Sané, e a consumar uma reviravolta que apenas terminou em sensacionais 5-3 que ainda nada decidem mas já encaminham o clube inglês para o apuramento para a próxima fase.  

Num encontro semelhante nesse aspecto de apresentar um derrotado desassombrado em termos tácticos, sempre mais inclinado para a vertigem ofensiva, o Bayer Leverkusen deixava também uma boa imagem do seu futebol apesar de ter terminado o desafio à beira da eliminação - o Atlético de Madrid encontra-se com ‘um pé e meio’ dos quartos-de-final da prova milionária e voltou a comprovar a tendência de que a BayArena é mesmo uma casa propícia ao surgimento dos grandes talentos.

Tal como em Manchester, nomes bem portugueses tiveram também um papel a desempenhar. Poderia ser Tiago, veterano internacional português há muito ligado ao Atletico, mas não, até porque o médio não foi utilizado no encontro devido a lesão e por isso não fez parte da comitiva e da bem oleada ‘máquina‘ dos colchoneros: foi mesmo Gameiro. Kevin Gameiro, que foi determinante para o 2-4 favorável ao conjunto espanhol devido ao facto de ter estado intimamente ligado à obtenção dos segundo e terceiro golos, qual deles o seu melhor momento na partida.

 City era favorito e acabou por justificá-lo

No que na altura valia o 0-2, o luso-francês protagonizou o movimento individual em que baralhou os dois centrais em simultâneo antes de servir o compatriota, também ele gaulês de ascendência lusa, Antoine Griezmann para já na 2ª parte criar o terceiro tento com um exemplar pormenor concluído com um túnel em Aleksander Dragovic.

O central ver-se-ia obrigado a puxá-lo e a cometer uma grande penalidade que o próprio Gameiro converteria de forma exemplar. Contas feitas, muitos golos, para todos os gostos, com Atlético de Madrid e Manchester City a justificarem o favoritismo que detinham à partida.