A 22 de Junho de 2016 jogou-se a terceira e última jornada do Grupo F do Europeu. Depois de dois decepcionantes empates diante de Islândia e Áustria, a equipa portuguesa tinha pela frente o adversário teoricamente mais complicado; uma Hungria motivada, e apenas necessitada de um ponto para garantir a qualificação para a segunda fase. Já a Portugal aconselhava-se a vitória para assim não estar dependente de terceiros para garantir, não só a qualificação, mas também o primeiro lugar do grupo, posição que garantiria, em teoria, um caminho mais acessível nas fases a eliminar.


Apesar da posição priveligeada no grupo, a Hungria entrou agressiva e ofensiva na partida, perante uma selecção portuguesa que, também ela, partiu em busca do golo desde o minuto inicial. O público em Lyon teve assim um início de jogo muito animado, não tendo de esperar muito para ver o primeiro golo; 19 minutos de jogo e após um mau alívio da equipa portuguesa na sequência de um canto, a bola sobrou para Zoltán Gera que, à entrada da área rematou forte para o fundo das redes lusitanas.

O primeiro golo foi o tónico para um resto de partida emocionante. Em desvantagem no marcador, Portugal partiu atrás do empate perante uma Hungria que, apesar da vantagem, nunca descurou o ataque em busca de mais golos. Todavia foi mesmo a equipa portuguesa a chegar ao empate; com 42 minutos jogados, Cristiano Ronaldo isolou Nani dentro da área e o extremo não perdoou, rematando forte para o 1-1, resultado com que se chegou ao intervalo.

O segundo tempo começou praticamente com o segundo golo húngaro. Aos 47 minutos, um livre directo batido por Dzsudzsák sofreu um desvio na barreira portuguesa, traindo assim Rui Patrício. Contudo a vantagem magiar não durou muito tempo. Com efeito, nem três minutos depois, um cruzamento na direita de João Mário encontra Ronaldo dentro da área; de calcanhar, o capitão luso empatou novamente a partida, protagonizando um dos melhores golos da competição.

Aqueles que achavam que a montanha russa tinha chegado ao fim da viagem enganaram-se redondamente. Assim, e cinco minutos volvidos, a Hungria voltou a colocar-se em vantagem. Novamente após uma bola parada mal resolvida pela defesa portuguesa, Dzsudzsák, descaído para a direita à entrada da área, rematou e contou novamente com um desvio da bola num adversário para enganar Rui Patrício...Portugal estava obrigado a ir em busca do resultado pela terceira vez consecutiva.


Mais uma vez, a equipa das quinas recorreu ao seu capitão quando mais precisavam; 62 minutos e após um "canto curto", o cruzamento do recém-entrado Quaresma encontra a cabeça de Ronaldo que, no coração da área, fuzilou as redes húngaras.

Com o este golo, e o conjunto de resultados no grupo, Portugal era agora segundo classificando, tendo pela frente equipas mais fortes na fase a eliminar. Pedia-se assim a Portugal que partisse em busca da vitória.
Todavia tal não aconteceu. Com a qualificação garantida, as duas equipas como que assinaram um pacto de não-agressão, controlando a partida tranquilamente...um autêntico anti-climax para quem acabara de ver a melhor hora de futebol daquele europeu.


Apesar do segundo lugar o colocar perante adversários mais fortes, Portugal não mais ameaçou as redes húngaras. Contudo, quis o destino que a equipa das quinas tivesse uma "ajuda" nórdica. Com efeito, o golo tardio da Islândia diante da Áustria, atirou Portugal para o terceiro lugar do grupo e, consequentemente, para um caminho mais acessível na fase a eliminar.


Tendo em conta os adversários, o terceiro lugar no grupo soube a decepção para os milhões de portugueses, que assim viam a sua equipa, favorita e cabeça-de-série do grupo, atrás de selecções inferiores. Num contexto aparentemente paradoxal, este jogo acabou por ser o ponto de partida para a caminhada triunfal de Portugal rumo ao título europeu.

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