Boavista e Benfica já o deviam saber – a primeira amostra, na 1ª volta, havia apresentado uma pantera atrevida, capaz de se adiantar perante a favorita águia, tendo chegado a um impensável 3-0 na Luz… até que o Benfica recuperou; uma volta depois, com um onze totalmente diferente de um campeão nacional em modo celebração, a história acabou por ser bem semelhante.

Aponta a crítica a raridade de ser assinalada uma grande penalidade contra os encarnados – há inclusivamente quem esteja atento à contagem do tempo sobre a última… - e de conseguir uma vantagem de mais um golo sobre o clube da Luz. Pois bem, o Boavista conseguiu fazê-lo não apenas uma vez como repetir a proeza ao estabelecer um 2-0 que ainda persistiu durante a segunda metade após ter saído em vantagem com um tento de Renato Santos, isolado ao segundo poste por um passe a rasgar toda a área tirado por Fábio Espinho pela direita aos 16 minutos.

 

Surpreender sempre 


A vantagem conseguida pelos axadrezados ganhou maior importância tendo em conta a capacidade demonstrada pelo tetracampeão em conseguir importantes triunfos em terrenos complicados muito embora os escolhidos de Rui Vitória tenham sido bem distintos do habitual, consistindo numa completa revolução em relação ao onze que na semana anterior havia goleado o Vitória de Guimarães para revalidar o título nacional. A coesão dos titulares benfiquistas no Bessa demorou a aparecer e com isso aproveitou bem a equipa portuense, que voltaria a marcar.

O Boavista chegava ao 2-0 aos através de um excepcional passe de Iuri Medeiros a desmarcar André Schembri que não se fez rogado atirando cruzado junto ao poste esquerdo aos 52 minutos, momento que fez despertar o Benfica, algo ferido no orgulho e ainda bem a tempo de reagir, tendo reduzido aos 71 minutos com uma eficaz finalização de Kostas Mitroglou no seguimento de uma muito boa arrancada de Rafa Silva e uma desmarcação que permitiu ao grego fazer aquilo que melhor sabe e a reedição da reposição da igualdade ainda estava para chegar.

Defesa  impotente

Nova reacção benfiquista a uma desvantagem de mais de um golo perante os axadrezados chegaria mesmo ao minuto 90 e provavelmente através da unidade mais improvável: o ainda júnior e estreante Branimir Kalaica que se ergueu na grande área para cabecear com convicção na direcção da trave, com o esférico ainda a embater no relvado, já para lá da linha de golo, antes de abandonar a baliza à guarda de Vagner.

Um último esforço conseguido num pontapé de canto batido pela esquerda por Andrija Zivkovic (que havia realizado uma exibição apagada até então). No final, vários ‘reservas’ parecem também preparados para a Taça, sendo que jogadores como Júlio César, Pedro Pereira, Lisandro Lopez, Kalaica, Eliseu, André Horta e especialmente Samaris, Rafa e Mitroglou parecem preparados para suprir alguma eventual ausência ou limitação ou até quem sabe figurar no alinhamento titular que entrará em campo no Jamor.